12 de setembro de 2009

...quando damos a horta para cabras tomarem conta... !

Postado por Agnaldo Vergara
Texto publicado na Internet em maio de 2006


É um verdadeiro “poroboleuma”. Entre duas opções, uma acontece. Você escolhe qual. Ou dá zebra ou... a vaca vai pro brejo. Como tudo no Brasil tudo é amplo, geral e irrestrito, principalmente corrupção e safadeza, a zebra bondosa dá carona à vaca brejeira, coligando-se em legítima verticalização.
Um fato é inegável. Nós, os eleitores, podemos ficar orgulhosos e felizes, porque elegemos boas pessoas (nem todas) como nossos “representantes”, lá pelas bandas das mordomias não caboclas de Brasília e, convenhamos, eles atuam – em nosso nome – de forma bem esperta. Inteligentes, logo logo se adaptam (nem todos) à fisiologia desse antro não menos caboclo de famintas cabras em volta de hortas do brasileiro e... os custos de manutenção desse zoológico todo... nós pagamos. À vista (no voto) e, como miséria pouca é bobagem, de bom grado continuaremos a pagar altas prestações pelo tempo de duração do carnê-mandato.
E... o que é que vamos fazer não é?! As coisas são mesmo assim, sempre foram... em palanques, eles, brasileiros tão bonzinhos, pareciam demais sinceros e as palavras empolgadas nos levavam a ver um tom de azulada esperança na vida, com ótima educação, saúde fácil, emprego farto, tudo numa linda embalagem de extrema e pública segurança para um adormecer digno, em fofo travesseiro sem medo de acordar morto.
Os cujos representantes são eleitos e, de todo recanto do país, chegam a Brasília. Gostam. Gostam tanto que resolvem ir ficando e ficando, eleição após eleição. As ilusões vendidas em palanques se revertem em ações de eterna campanha para a própria reeleição. Não mais “representam” a mim e a você. O interesse público é defenestrado com chutes no traseiro e, de sobra, vigora na dianteira o particular deles. Semana de três dias de trabalho. O resto é ida e volta, ida e volta... às bases, em permanente campanha. Ou você acredita que eles voltem à terrinha só para perguntar se eu e você ainda queremos vida digna de trabalho em segurança?
Agora, o Brasil é grande. Muito. Os “home” ocupados viajeiros. Muito. Nós, dadivosos brasileiros, pagamos viagens de avião. Muitas. Tudo bem, tudo bem, afinal, estamos em abril e, até agora só trabalhamos para pagar os impostos de voraz e faminta boca! Dias mais, dias menos... que seja!
Só que, na minha cuca pequena, ainda não entendi aonde é que eles botam tanta gasolina!! Longe de mim ser irreverente, fofoqueira e crítica perante a majestade representativa toda, porque estou sempre à cata de inocentes éticos.Vejamos apenas dois causos.
Um: o José Janene, lembra, aquele que foi convidado a depor numa das CPIs porque andou chafurdando nas delícias do esgoto do valerioduto. Tava doentinho, coitado. Não compareceu. Entrou em licença média, não trabalhou. Mas... pelas barbas do profeta, em um só mês, pagamos a ele R$18 mil em gasolina!! A R$2,50 o litro, dá 72 mil litros. Sempre em carro bom, dá para fazer 10 quilômetros com um litro, o que dá 720 mil quilômetros em um mês, o que dá para ele ter viajado 24 mil quilômetros a cada um dos 30 dias!
Minha sogra mora na Itália, longe 13 mil quilômetros. E não é que dava quase para ele percorrer essa distância, ida e volta, num dia só?! Milagre brasileiro. Quantas sogras o danado tem?
Dois: outro causo ainda mais veloz, que não estava doentinho, é de um recordista deputado Francisco Rodrigues. Gastou, em três meses, R$60 mil em gasolina, o que dá R$20 mil em um mês, o que dá... o que dá... ora! Sinceramente, o que me dá é trabalho em fazer contas e... pagar a conta!
Por favor, assume você esse pedaço que vou dar um jeito de expulsar as cabras todas da minha horta!

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