15 de abril de 2010

Navegando, com muito vento, sem lenço e com documento...pelo médio do Tietê!
Daidy Peterlevitz


Aí fui convidada pela amiga Maria Fernandez:”Vamos lá, à Barra Bonita, passear de navio, almoçar à bordo, subir e descer na tal de eclusa...você tem medo de ..água?” “Não, nem de água e nem de nada. Meu medo é de ter medo, qualquer que seja!” E fomos, bem cedinho, sob a coordenação da sra. Maria Luiza Ferraresi Ataíde.
Que organização da Marinha brasileira que cuida daquele pedaço! Ordem, limpeza, disciplina e pontualidade (alem da beleza de cada um, naqueles alvos uniformes brancos!).. “Partiremos às 9h30 e chegaremos às 12h30” E, exatamente às 9h30, o nosso navio, o San Diego”, apitou, soltou as amarras e partimos. Havia também o San Marino, que vinha junto e lotado, 300 a bordo. E aí, uma voz forte, mas doce, foi nos contando: daqui a pouco, chegaremos à eclusa, mas olhem e fotografem, porque, à esquerda, há uma siriema cinza, bem rara! Eclusa é assim e há 11 delas, na hidrovia Tietê-Paraná e sempre com as mesmas medidas, de cada lado. O Tietê é um rio teimoso e não vai ao mar, como os demais; vai ao rio Paraná. Eclusa é uma espécie de elevador, que sobe e desce, pela força das águas e da engenharia hidráulica. Não há motor algum, mas o princípio dos vasos comunicantes.Fotografem à direita, esta ave (disse o nome de que não me lembro), chega a ter um metro e meio de envergadura! (De fato, era linda e me pareceu um albatroz)..Olhem à frente, há uma barragem, para gerar energia elétrica e, ao lado, a nossa eclusa, que permite a navegabilidade e o transporte de produtos de um lado a outro.Estamos chegando a uma enorme caixa de cimento armado, com 142 metros de comprimento, (apenas) 12 de largura e 26 metros de altura.O portão está aberto...
(Amigos, aquele meu navio tão lindo e limpo, não poderia ter menos que doze metros de largura e passar ali; nem com vaselina! E voltou a voz forte e doce do comandante):
Há alguém nervoso aí? Essa é minha primeira viagem...mas há coletes salva vida a todos! E, por favor, coloquem nas sogras também! Aqui elas estão de sobra, não precisamos das suas! A comporta de traz se fecha e 50 milhões de litros de água nos levarão ao nível de cima, por 350 orifícios de 15 polegadas cada um. Por eles, a água entra, nos fazendo subir e, por eles a água sai, nos fazendo descer.Daremos um passeio e os paulistas me chamam de mentiroso, afirmando que este não é o Tietê deles, poluído e fedido! Aqui cuidamos do meio ambiente e, se olharem à direita, verão a mata intacta; à esquerda, mais pobre, a Marinha planta as mesmas espécies, na preservação do mioma. Mas, é horta do almoço!! (Viva, eu já estava faminta e fui das primeiras a chegar ao restaurante; tudo servido pela tripulação. Maionese de legumes, uma delícia. Merluza à milanesa é uma fritura e não como frituras, mas descasquei e, com muito limão, comi a merluza.Arroz à grega, caprichado, farofa rica, até com azeitonas verdes. Prefiro as pretas, da Grécia. Agora, o lagarto ao molho madeira e champignon ...foi uma desgraça!lenhoso! de engenharia não entendo, mas, de culinária, sim.! O lagarto ao madeira, deve ser cozido em caldo de carne feito em casa, com coxão duro, salsão, cenouras e cebolas. E o cogumelo não é os de vidro, não, já sem gosto! Tem, que ser aquele que compro, fresquinho, no Okino e fatiado na manteiga, perfumado. Perfumado com os sabores dos bosques da Itália, onde é colhido).
Bem, nessas exatas três horas de viagem, música sempre, de todos os tempos, até os hinos do Corinthians, do Palmeiras e do São Paulo. Foi quando eu soube que o Corinthians tinha um novo hino.O comandante mesmo a cantou – até a voz ele a tem linda – e era assim: “Você não vale nada mas eu gosto de você...”
A não ser da carne lenhosa, já tenho saudade, da ordem, da disciplina, da pontualidade e, sobretudo, do bom humor!
Ave Marinha, cheia de praças...
daidypeterlevitz@hotmsail.com

12 de abril de 2010

Agradeço a amiga dra. Edna Lorenzetti, pelo envio deste texto muito interessante Provocar pessoas inteligentes, pode ser muito perigoso...

Na Câmara, ainda no Rio, quando seu presidente Ranieri Mazzini deu a palavra a Carlos Lacerda, representante do Distrito Federal, o deputado Bocaiuva Cunha foi rápido e gritou ao microfone, sob os risos do plenário: - Lá vem o purgante !
Lacerda, num piscar de olhos, respondeu: - Os senhores acabaram de ouvir o efeito ! (Muito mais risos, até dos adversários...)************************************************************
Certa vez, Einstein recebeu uma carta da miss New Orleans onde dizia a ele: " Prof. Einstein, gostaria de ter um filho com o senhor... A minha justificativa se baseia no fato de que eu, como modelo de beleza, teria um filho com o senhor e, certamente, o garoto teria a minha beleza e a sua inteligência". Einstein respondeu: " Querida miss New Orleans, o meu receio é que o nosso filho tenha a sua inteligência e a minha beleza".
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Quando Churchill fez 80 anos um repórter de menos de 30 foi fotografá-lo e disse:
- Sir Winston, espero fotografá-lo novamente nos seus 90 anos... Resposta de Churchill: - Por que não? Você me parece bastante saudável...
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Telegramas trocados entre o dramaturgo Bernard Shaw e Churchill, seu desafeto. Convite de Bernard Shaw para Churchill: "Tenho o prazer e a honra de convidar digno primeiro-ministro para primeira apresentação minha peça Pigmaleão. Venha e traga um amigo, se tiver." Bernard Shaw. Resposta de Churchill: "Agradeço ilustre escritor honroso convite... Infelizmente não poderei comparecer primeira apresentação. Irei à segunda, se houver." Winston Churchill.
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O General Montgomery estava sendo homenageado, pois venceu Rommel na batalha da África, na 2ª Guerra Mundial. Discurso do General Montgomery: ' Não fumo, não bebo, não prevarico e sou herói '. Churchill ouviu o discurso e com ciúme, retrucou: ' Eu fumo, bebo, prevarico e sou o chefe dele.'
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Bate-boca no Parlamento inglês . Aconteceu num dos discursos de Churchill em que estava uma deputada oposicionista, Lady Astor, do tipo Heloisa Helena do PSOL, que pediu um aparte . Todos sabiam que Churchill não gostava que interrompessem os seus discursos. Mas, concedeu a palavra à deputada. E ela disse em alto e bom tom: - Sr. Ministro , se Vossa Excelência fosse o meu marido, eu colocaria veneno em seu chá! Churchill, lentamente, tirou os óculos, seu olhar astuto percorreu toda a platéia e, naquele silêncio em que todos aguardavam, lascou:
- Nancy, se eu fosse seu marido, tomaria esse chá com prazer ... ------------------------------------------------------------------------------------
Lembro de um outra de Bernard Shaw:
Numa roda de bar, perguntado por que sempre beijava a mão das senhoras que lhe apresentavam, respondeu:
- Bem, nós temos que começar por algum lugar ....



9 de abril de 2010

Duas mãos atadas, uma casinha branca, uma vaca e...uma flor!

Já faz tempo, eu era uma fedelha, órfã do pai Giulio Peterlevitz e minha querida mãe Julietta Gazzetta, estava inconsolável Foi o único amor dela1 Não sei como explicar isso, mas a tradição da família persiste! Eu só tive um amor, que não deu certo, mais ou menos, somos amigos e minha irmã Nancy, também só teve um amor, de nome Àtilla, rei dos hunos, que também não deu certo! Fazer o quê, não é? Acontece!
Eu tenho muito a lhes contar, queridos leitores, antes e a partir disso, mas volto à flor, o capitão.
A nossa história começa assim, lá longe nos tempo de antigamente, mas, o amor tem imensa memória!
Tudo como se fosse hoje! Eu era uma fedelha , que havia conquistado o amor e o respeito daquele novo pai, não biológico, Richars Balkans,mas de verdade!
Tinha as mão rudes, calosas e fortes, ele. E como trabalhavam essas mãos rudes! Enchiam de tijolos a carroceria de um caminhão. Eu bem que tentava ajudar, mas eram mãos de fedelha....
Todas as tardes, essas mãos, tão diferentes, se juntavam., eu me sentia muito segura e íamos...até lá em cima, como me parecia, então, buscar leite. A vasilha, uma latinha alta, com tampa, eu a tenho até hoje, mais de meio século passado.
O “lá em cima”, de antes, hoje é onde fica o colégio Dr.João Thienne..Como tenho saudades do dr. João Thienne, que jogava xadrez naquela farmácia dele! Ali ele me ensinou até a aplicar injeção na época da gripe asiática. Creio que só eu e ele não ficamos gripentos. O pessoal vinha, dos sítios, em carrocinhas lotadas., em busca de remédios, que eram dois, do dr. Thienne: uma injeção e algumas cápsulas grandes, que ele me ensinou a enchê-las e a grudá-las, numa maquininha..
A maquininha me lembra aquela da minha vó Mathiede, de moer café: um braço só e uma perna só. Não, não, ignóbil ser! Era a máquina que só tinha uma perna e um braço! Minha vó Mathiede os possuía em dobro, inclusive o coração..
Lembro-me daquela manhã, no tempo da gripe asiática, quando chegou o sr. Romildo Rampazzo, um amigo gripento. Preparei a seringa, passei-lhe álcool no braço e...como é que é? Bum-bum? Não, era mesmo injeção no braço de todos, mesmo. Aquilo era uma farmácia, amigo e não...uma câmara de gás! Bem, o Sr. Romildo tinha a pele tão dura, que botei ali toda a força que eu tinha e...nada! a agulha se entortou! Que pele de rinocerante!
Voltemos ao assunto de como era o “lá em cima”, antes. Um espaço grande, com nada em volta. Apenas uma casinha branca, simples, da sra.Olga, proprietária de uma vaca, que ordenhava. Como tudo era lindo! A casinha branca, a sra. Olga, a vaca...tudo rodeado e enfeitado pelas cores do arco-íris, que Deus havia emprestado àquelas flores rudes, do campo, o capitão.
O tempo passa, as emoções ficam. Se você vier à minha cabana, verá que eu tenho 20 canteiros, com árvores frutíferas e, ao lado delas...vicejam capitães em todas as cores.
Tenho muito a contar, antes e depois, quando fui à minha querida Americana, estudar.
Como era braba e exigente a diretora Aparecida Paioli. “Qui, quae, quod, a Paioli tem bigode”, dizia uma travessa amiga de sobrenome Valente.
Meu coração guarda os traços da personalidade de cada um dos colegas que se formaram professores, comigo. Éramos 28. Estávamos em 25, no inesquecível almoço de 50 anos de formatura. Perdemos o Plínio Bonin, depois.
Naquele almoço, eu e a querida Carmelita Maria de Castro ensaiamos aquela melodia antiga, que dizia assim: “Adeus, adeus, mansão querida (era a escola de então), adeus, adeus, mansão do amor! Quadra feliz, de nossa vida, templo de glória e de esplendor! Saudades dos mestres queridos, saudades das suas lições, saudades dos dias vividos, ao lado dos seus corações! Adeus, adeus, tristonhos vamos e, caminhando, a novos sonhos, saudade é dor...em vos deixar!”
Vou encarregar a historiadora amiga, Fanny Olivieri, de enviar meu afeto a todos eles, que estão vivendo, aumentando e revivendo o “rio redondo de cada um”. Aposto nisso e, em outras palavras, eles guardam a sua maneira em contar sobre “Duas mãos atadas, uma casinha branca, uma vaca e...uma flor”!
daidypeterlevitz@hotmail.com