30 de setembro de 2009

História em que... fato citado pode – ou não – ser mera coincidência!

Postado por Agnaldo Vergara
Texto escrito em outubro de 2005

Quem me contou essa história foi o filho de um pobre nordestino. Ele nasceu em meio a imensos e inauditos sacrifícios. A casa em que morava, com mais doze irmãos e os pais (pobres... mas não assexuados, pelo visto)... não era uma casa; era uma espécie de choupana, sujeita às intempéries políticas, e, construída de modo frágil... uma vez que lá é diferente de Ubatuba, Caraguatachuva e São Sebastrovão!
Só Deus sabe como esses filhos cresciam! O de nove anos tomava conta do de oito, que tomava conta do de sete, que tomava conta do de seis, que tomava conta do de cinco, que tomava conta do de quatro, que tomava conta do de três, que tomava conta do de dois. O de um aninho ia junto com o restante da família, à roça, porque precisava mamar na mãe.
Bem, um desses filhos foi percebendo alguma coisa estranha que acontecia, ao longo dos anos. Entravam e saiam eleições! Em campanha, uns tantos já conhecidos apareciam, a plantarem compromissos e esperanças... que nunca ocorriam depois de eles eleitos... e o nosso menino, pobre foi ficando cada vez mais desconfiado... porque, enquanto crescia cada vez mais pobre... a barba dos políticos prometedores embranquecia, com sorrisos imensos... de quem... enriquecia!
Provavelmente, a chamada “Indústria da Seca” nada tenha a ver com isso tudo. Fato é que o moço se candidatou a vereador. E foi eleito na sua cidadezinha. Nunca chegou a prefeito, porém, um fato de repercussão nacional e inter, o assassinato do Chico Mendes, o colocou na disputa de uma vaga em Brasília. Foi suplente e... como o titular também fora assassinado... chegou lá!!!
Ei-lo trazendo, de bagagem, a miséria, a fome, a seca, as promessas, a visão das rugas cravadas nos rostos queridos do pai e da mãe... além das não-escolas aos irmãos... ei-lo em Brasília!! Que custou aos brasileiros a inversão de sua história! De “celeiro do mundo” que éramos... fomos por aí nos esquecendo das ferrovias, se esqueceu das hidrovias, é o sistema mais econômico de transporte... fomos lá, na onda do Juscelino... a comprar carros e caminhões... a ter que construir... estradas e mais estradas... e mais estradas, todas a preços exorbitantes... com o arrebatamento de um dinheirão ao bolso do brasileiros.
Aí esse moço nordestino, me ligou: “Daidy, cheguei em Brasília, inesperadamente. Tudo aqui tem a imensidão que o povo brasileiro não conhece! Não há choupanas... há salas imensas, forradas de fofo azul... e de outras cores, há poltronas de uma comodidade que você nunca vai conhecer... vou ter um grande gabinete só para mim, com muitos assessores... há restaurantes elegantes, lanchonetes, e, nas sessões, de apenas terças a sextas feiras – quatro dias na semana! - água servida em copos de cristal e muitos “cafeses”. Tenho medo de sucumbir... tenho medo de receber dinheiro de “ emendas” para meu estado, que precisa, em troca de meu voto, que não devo!! Tenho medo de não “evitar às tentações de pecar...”.
É difícil, eu sei lhe respondi. Entendo tudo isso... É o deslumbramento do poder!!
O poder é efêmero, querido nordestino. Passamos por esta vida e só levamos à outra, mais eterna, aquilo que fizemos nessa! De bom e de mal!
Querido nordestino, lógico que você já sabe, mas vale relembrar que não é ser deputado ou senador, que não é ser juiz de jogos de futebol, que não é ser juiz de qualquer Suprema instância ou presidente da República... que vai conferir, a qualquer um dos cargos de cada um... a honra, a ética e o holofote! Não é!
É, sim, a honra de cada um, a honra que cada um tem... advinda da honra do pai, da honra da mãe, da honra da família... a enriquecer de honra o cargo que ocupa!! E volto a dizer seja o cargo qualquer. De juiz de qualquer setor, seja senador, seja deputado, seja professor, garimpeiro, torneiro, sapateiro, catador de papelão... a honra, quando existe, tem o mesmo tamanho em todos!
Honras gostaria de prestar à EMBRAPA, graças a quem há um enorme progresso, em nosso país (embora... técnicos tenham sido substituídos por políticos). A agropecuária nos atesta isso, hoje e todo o pessoal festeja – os ganhos da Economia, não devidas aos meros especuladores da Bolsa de Valores... mas à real produção de nosso país!! Ao encontro de seu grande destino.
Lógico, meu querido nordestino, que a decisão de ser ético ou não, vai depender do “peso” de vossa mercê.
Como não sou nada dedicada a assuntos tão funestos... poderia contar um velha piada?
Uma lagartixinha estava cruzando uma linha de trem, bem desapercebida do perigo! O trem veloz lhe cortou o rabo! Sentindo o corte “na própria carne”... foi olhar o rabo... o trem... continuando veloz a passar... lhe cortou a cabeça!
Vale a pena perder a cabeça por causa do rabo, mesmo que de palha?

29 de setembro de 2009

“O Brasil é a pátria de chuteiras!” E dos chutados!

Postado por Agnaldo Vergara
Texto escrito em outubro de 2005

Assim que veio à luz o mensalão do apito, com apitante e laranjas a comporem a nova-velha máfia da corrupção... senti que o brasileiro havia recebido, na alma, um tiro fatal!... Porque o brasileiro ama futebol! Vive por ele! Morre por ele! Nossos craques levam o nome “Brasil” a todos os recantos do mundo!! Como superiores!... Enquanto que alguns de nossos políticos eleitos... só nos trazem vergonha!!
100 por cento dos brasileiros acreditam no futebol. É uma quase filosofia de vida.
10 por cento dos brasileiros... apenas... acreditam nos... políticos!!
E o mundo todo, que assiste às CPIs e... aos jogos de nossos craques, saberá aplaudir a objetividade, a rapidez e a tomada de iniciativas, como prender os corruptos, anular-lhes os atos, refazer os jogos, com a devolução do prejuízo. Nas próximas três quartas feiras... os portões estarão abertos!!
Isso é seriedade!! que... muitos alguns políticos poderiam aprender como lição.
No futebol... não há imunidade parlamentar. Leva cartão quem errou! É expulso quem engana em proveito escuso!
Sabe, querido leitor, foi pensando nesses temas todos que eu gostaria de exaltar o nome do sr. Luiz Weiter, presidente do Supremo Tribunal de Justiça Desportiva. E levar um elogio ao coração brasileiro torcedor, reproduzindo o genial texto a mim enviado pelo amigo Agnaldo Vergara, a quem agradeço.

(*) FUTEBOL DE RUA (de Luís Fernando Veríssimo).

Pelada é o futebol de campinho, de terreno baldio. Mas existe um tipo de futebol ainda mais rudimentar que a pelada. É o futebol de rua. Perto dele qualquer pelada é luxo e qualquer terreno baldio é o Maracanã em jogo noturno. Se você é homem, brasileiro e criado em cidade, sabe do que estou falando. Futebol de rua é tão humilde que chama a pelada de senhora.

Não sei se alguém, algum dia, por farra ou nostalgia, botou num papel as regras do futebol de rua. Elas seriam mais ou menos assim:

DA BOLA – A bola pode ser qualquer coisa remotamente esférica. Até bola de futebol serve. No desespero, usa-se qualquer coisa que role, como uma pedra, uma lata vazia ou a lancheira de seu irmão menor, que sairá correndo para se queixar em casa. No caso de se usar uma pedra, lata ou outro objeto contundente, recomenda-se jogar de sapatos. De preferência os novos, do colégio. Quem jogar descalço deve cuidar para chutar sempre com aquela unha do dedão que estava precisando ser aparada mesmo. Também é permitido o uso de frutas ou legumes em vez de bola, recomenda-se nesses casos a laranja, a maçã, o chuchu e a pêra. Desaconselha-se o uso de tomates, melancias e claro, ovos. O abacaxi pode ser usado, mas aí ninguém vai querer ficar no gol.

DAS TRAVES – As traves podem ser feitas com, literalmente, o que estiver à mão. Tijolos, paralelepípedos, camisas enroladas, os livros da escola, a lancheira de seu irmão menor e até mesmo o seu irmão menor, apesar dos seus protestos. Quando o jogo é importante, recomenda-se o uso de latas de lixo. Cheias, para agüentarem o impacto. A distância regulamentar entre uma trave e outra dependerá de discussão prévia entre os jogadores.

DO CAMPO – O campo pode ser só até o fio da calçada, calçada e rua, calçada, rua e calçada do outro lado e – nos clássicos – o quarteirão inteiro. O mais comum é jogar só no meio da rua.

DA DURAÇÃO DO JOGO – Até a mãe chamar ou escurecer, o que vier primeiro. Nos jogos noturnos. Até alguém da vizinhança ameaçar chamar a polícia.

DA FORMAÇÃO DOS TIMES – O número de jogadores em cada equipe varía, de 1 a 70 para cada lado. Algumas convenções devem ser respeitadas. Ruim vai para o gol. Perneta joga na ponta, a esquerda ou a direita dependendo da perna que falta. Quem usa óculos é meia-armador, para evitar os choques. Gordo é zagueiro.

DO JUIZ – Não tem juiz.

DAS INTERRUPÇÕES – No futebol de rua, a partida só pode ser paralisada numa dessas eventualidades:

a) Se a bola for para debaixo de um carro parado e ninguém conseguir tira-la. Mande seu irmão menor.
b) Se a bola entrar por uma janela. Neste caso os jogadores devem esperar não mais de 10 minutos pela devolução voluntária da bola. Se isto não ocorrer, os jogadores devem designar voluntários para bater na porta da casa ou apartamento e solicitar a devolução, primeiro com bons modos e depois com ameaças de depredação. Se o apartamento for de militar reformado com cachorro, deve-se providenciar outra bola. Se a janela atravessada pela bola estiver com o vidro fechado na ocasião, os dois times devem reunir-se rapidamente para deliberar o que a fazer. A alguns quarteirões de distância.
c) Quando passarem pela calçada:
1) Pessoas idosas ou com defeitos físicos;
2)Senhoras grávidas ou com crianças de colo;
3) Aquele mulherão do 701 que nunca usa sutiã.
(Se o jogo estiver empatado em 20 a 20 e quase no fim, esta regra pode ser ignorada e se alguém estiver no caminho do time atacante, azar. Ninguém mandou invadir o campo.)
4) Quando passarem veículos pesados pela rua. De ônibus para cima. Bicicletas e Volkswagen, por exemplo podem ser chutados junto com a bola e se entrar é gol.

DAS SUBSTITUIÇÕES – Só serão permitidas substituições:

a) No caso de um jogador ser carregado para casa pela orelha para fazer a lição;
b) Em caso de atropelamento.

DO INTERVALO PARA DESCANSO – Você deve estar brincando.

DA TÁTICA – Joga-se o futebol de rua mais ou menos como o Futebol de Verdade, mas com algumas importantes variações. O goleiro só é intocável dentro de sua casa, para onde fugiu gritando por socorro. É permitido entrar na área adversária tabelando com uma Kombi. Se a bola dobrar a esquina é escanteio.

DAS PENALIDADES – A única falta prevista nas regras do futebol de rua é atirar um adversário dentro do bueiro. É considerada atitude antiesportiva e punida com tiro indireto.

DA JUSTIÇA DESPORTIVA – Os casos de litígio serão resolvidos no tapa...”

(*) - Texto extraído do livro “Para Gostar de Ler” vol. 7 editora Ática.

Graças a Deus que, neste país, a maioria dos brasileiros tem juízo em confiar no grupo certo, o do futebol. O mesmo futebol que continuará a levar a honra e a glória de nossa honrada e gloriosa nação e, talvez, até recolher um pouco... da vergonha que alguns políticos desta nação esparramaram pelo mundo.

28 de setembro de 2009

Telefonema na redação do Jornal KRÍTICA

Postado por Agnaldo Vergara
Texto escrito em janeiro de 2004

– Alôôu! É da Krítica?!
– Sim! Quem fala na outra ponta?!
– Sérgio, dono da Casa Rei dos Frangos. Eu vendo os mais saborosos frangos e a mais delicada maionese que a senhora pode...
– Um momento, que vou transferir para o Departamento de Publicidade.
... .... Crin-crock – crock– crin...
– Alôôu! É do Departamento de Publicidade da Krítica?!
– Sim! pois não!!...
– Mas a voz é a mesma de antes!? Bem, eu ia dizer que vou fazer uma assinatura...
– Um momento, que vou transferir para o Departamento de Assinaturas.
... ... Crim-crock-crock...crim...
– Alôôôu!! É do Departamento de Assinaturas da Krítica?!!
– Sim! Pois não!!...
– Mas a voz é a mesma de antes! Bem, eu quero uma assinatura para minha mulher...
– Um momento, que vou transferir para o Departamento Feminino de Assinaturas.
... ...Crim-crock-crock...crim-crim...
– Allôôuu!! É do Departamento Feminino de Assinatura da Krítica?!?!
– Sim! Pois sim...
– Mas a voz é a mesma sempre!!? Eu só quero uma assinatura para minha mulher ler a Krítica, que eu não tenho tempo de ler essa porcaria desse jornal!
– Um momento, que vou transferir para o Departamento de Reclamações.
... ...Crin-crin…. crock-crock-crin…
– Alllôôôuu!! É do Departamento de Reclamações da Krítica!!??!
– Sim! Pois não...
– Mas, a voz é a mesma de antes!?! Olhe, pelo amor de Deus, eu quero só uma assinatura dessa porcaria de jornal pra minha mulher ler, que se eu ler, me provocaria dor de cabeça...
– Um momento, que vou transferir para a Enfermaria da Krítica... ... ...Crick-crock-crock-crick…
– Aalllôôôuuu!!
– Sim! Pois sim…
– É do Departamento da Enfermaria da krítica???!!...
– Sim! Pois não...
Vou matar o homem!

Caso eu precise, você poderia me dizer como assassinar o marido que... "Espantou a minha vó"?

Bem, tenho que fazer um ligeiro retrospecto.Ou introspecto.Esse tal de “pecto”...vai ser difícil assim de entender, lá nos quintos dos infernos!
Vamos ao “retro”.
Morava eu em Santos e coava café. Coador de pano. Uma colher de pó, mexendo sempre, mais uma, sem deixar subir aquela fervura que derrama o besta do café, sobre o besta do fogão e você, besta, xinga...mas tem que limpar tudo!
Eu fazia esse ritual, aguardando o aroma incomparável, que me transportava a um tempo antiiiigo, lá com minha vó, Mathiede Bóscaro Gazzetta, quietinha, miúda,, analfabeta, que criou doze filhos corretos e esta neta ...nem tanto.
Durante o coar daquele café...lá em Santos, minha vó estava comigo...
Lembro-me de quando ela moía o café numa máquina interessante que era preta, viva, tinha um corpo redondo, uma perna só e um braço só! Com a “perna só” se grudava à mesa (mesa da vó, a perna não, preste atenção!) e tudo ficava lindo e durou por 50 anos, isso, em que vivi esses momentos mágicos, em intimidade silenciosa e cúmplices no afeto, eu e ela, a minha vó! Era bom aquele nosso aroma de café, cheio de palha,porcaria, que se vende no Brasil! Era bom!

Só que...Por mais que eu tentasse ter aquele momento de intimidade, entre mim minha vó, nossa história com aquela máquina preta de corpo redondo, com só uma perna e um braço só...tudo se acabou, porque um “intruso” me havia trazido, da Itália, 250g de incomparável pó de café, “Made in Brazil” !
Parece que o melhor do Brasil vai é prá lá fora, mas, aqui dentro, junto à palha em nosso café...há um mundo de boba lembrança, como esta! (Querida lembrança).
Bem...nunca mais minha vó, nunca mais esteve comigo, a desfrutar daquele aroma de café com palha! Nunca mais!
- Dim- dom, dim, toca minha campainha, lá em Santos ...e sabe quem era? Meu marido, hoje meu ex...aquele que me havia trazido o divórcio entre mim e minha vó!
_ -Seu desmancha prazeres! – lhe digo eu e mais:
-“Intrometido! Verme insensível!!..Marido biltre...o seu café, aquele seu café...espantou a minha querida vó!!

Taí que tantos anos se passaram e hoje, o mundo é outro, tudo mudou!
Mas, eu não mudei nada! domingo, 27 de setembro/o9, recebo um pacotinho, cheiroso... vindo de Santos e, é do me ex. , aquele “biltre!!! Que espantou a minha vó Mathiede!!
É um pacote do Café Dias, torrado e moído, tradicionalmente... (será que conheceram minha vó?)...
Amanhã, ao nascer do dia, mais ou menos, tentarei fazer um café, daquele mesmo jeito...de coador de pano, duas colheres de pó, mexendo sempre, sem deixar ferver, mais uma colher de pó e vou aguardar um pouco...e, se minha vó Mathiede não vier de volta, vou é assassinar meu ex marido!!!!!!!
E, aos amigos, a quem pedi conselho sobre esse assassinato...não se preocupem, já sei como fazer isso, bem sozinha e é meio que assim:

“Dedico esta crônica à minha vó Mathiede Bóscaro Gazzetta, ao brasileiro que exige um ótimo pó de café e...lógico, ao meu ex, que me inspirou isso!
Daidy.

26 de setembro de 2009

Produzindo minha própria e exclusiva... enchente!

Postado por Agnaldo Vergara
Texto escrito em janeiro de 2004

Ontem, sexta-feira, 30 de janeiro, amanheceu com sol forte e céu límpido. Um pouco antes havia estrelas ainda no céu.
O dia foi comum, mas durante esse comum – que fica monótono – nuvens se formaram; brancas primeiro; acinzentadas depois, negras em seguida.
Eu vigiando. Tranqüila.
Pelas 17hs, desce uma significativa tromba d’água, com gotas do tamanho da moeda de ouro do Tcheco Bepo. Logo logo, meu quintal se encharca, mesmo porque, já encharcado por anteriores dilúvios, não há absorção...
Eu vigiando, um tantinho menos tranqüila.
As moedas de ouro (que o negue o nordeste!) continuam a cair, agora em pencas, de mãos dadas, umas às outras.
Fora desse barulho todo, há um silêncio aqui, até que ouço uma gritaria geral de socorro dos meus pés arbóreos frutíferos:
– Plantas ao mar!!!
Aguçou-se o meu romântico espírito ambientalista e, já encharcado aqui dentro, fui ver o encharcado do lado de fora.
Tudo devidamente alagado, com já metade da minha calçada submersa! O prédio do Vendramini supremamente presenteado! Uma ilha completa!
Aguçou-se meu espírito – nada romântico, mas mercantil: “Que pena! Se a obra tivesse terminado... eu poderia vender, aos 28 proprietários, barcos e remos. Motor aos mais abastados”.
Continuo, de campana, no portão.
Minha linda vizinha, sra. Vânia, recolhe o carro (quase sempre estacionado à sombra do meu “chorão” - penso em cobrar aluguel!)... e justifica ela: “que as águas estão subindo...!”
Com a calçada quase que toda submersa, a chuva se amaina, que até o céu tem limites.
Sem pressa, a enchente vai se esvaindo... e meu espírito imaginativo percebe a frustração de Moisés, o maior vulto do Antigo Testamento, o “salvo das águas”, guerreiro, estadista, poeta e coisas mais. Separou as águas do Mar Vermelho! Sim, ele estava frustrado, porque (já que os prefeitos não fazem!) ele queria fazer justiça aqui em São Carlos: separar as casas dos bons samaritanos, que ligam água no lugar de ligar água e ligam esgoto no lugar de ligar esgoto. E... encher de santa caca os ralos de todos os outros!
Não fique triste não, poeta Moisés! Muitas enchentes maiores virão!!
E tudo volta ao normal.
Depois de todo esse desgastante processo imaginativo... um banho seria bom.
Uma morna chuveirada!
Frustração!! Tudo está seco. Nem um pingo sequer!
É que, devido a grandes pancadas do bate-estacas da digna construtora ao lado... minha cabana recebeu o desengate de cotovelos no encanamento. Vazamentos... dignos e... se o registro ficar, santamente aberto, como em toda casa de qualquer santo cristão... Moisés que nos acuda!! E que nos salve, não só da conta do SAAE como do desperdício!!
Registro aberto... um santo banho morno... que felicidade duradoura!!
Pelo menos até à meia noite, quando acordo, sempre com a mesma voraz vontade de saborear manga! O trajeto, até a copa traz um ruído estranho: tschock... tschock... tschck..!!!
Tudo inundado! A começar pela grande rachadura da área de serviço!!!
Mas... primeiro é a manga! Depois, duas horas a secar a própria e exclusiva enchente!
De retorno ao espírito otimista: Ainda bem que a minha enchente eu a produzo... com água limpa!!!

25 de setembro de 2009

Planta de Banco

Postado por Agnaldo Vergara
Texto escrito em janeiro de 2004

Se há profissão que jamais escolheria, se me fosse dado voltar e escolher, seria a de fazedora de plantas. Coisas de engenheiro. Não é o agrônomo, porque refiro-me às plantas de prédios, casas, Bancos; o da robótica também não é. Creio que o abacaxi fica mesmo é com o engenheiro civil.
Militar é outra coisa!
Pense comigo: imagine uma casa linda ou algum alto prédio ou um grande Banco. Tudo prontinho, com portas, janelas, vitrais, água, energia, sanitários, mil tomadas, forros, paredes, tetos, detalhes aos milhões... tudo em pleno funcionamento...!
Aí, vem a mão bendita do engenheiro civil com carinho e sabedoria e, lá do último andar do alto prédio ou do teto da casa ou do grande Banco... vai amassando, empurrando para baixo, sem desmanchar nada... até que aquela complicação toda se acomode na prancheta... sobre um pequeno bi-dimensional papel... chamado “planta”!
Não é lindo?!
Tal pensamento veio-me anteontem, quando estive, um tanto confusa como sempre, envolvida com bancos. Não é de sangue, nem de jardim, que hoje não estou nem para medicina filantrópica, nem para bobo romance!
Hoje sou toda “Ciência Exata”! E fica combinado que não era pobre, nem de mentira.
Era real!
Aí aproximo-me à linda gerente – que vamos chamar de Karina :
Karina, quanto “que tô deveno”
– Oi, Dna. Daidy! Um momento! A sra. deve, exatamente R$3,85.
– “Vô pagá!!”
E depois, com muita empáfia, nos trinques com esses e erres, acrescento:
Pretendo fazer uma Aplicação em Fundos de Investimento. Exatamente no Extra DI, que tem conferido aos “latifundiários” uma taxa de juros menos aviltante...!
Bom!! Vai nesse primeiro caixa que eles farão seu depósito mais rápido que nos “eletrônicos”!
Obediente como sempre fui, fui!
Uma idosa era atendida. No caixa especial para idosos, deficientes, mulheres com nenéns no colo, mulheres grávidas, homens em menopausa... essas coisas.
Atrás de mim chegam pessoas não idosas, portando, todas, um tipo de pasta, no caso era verde.
Atendida àquela senhora idosa, eu, já conversando com a moça primeira atrás de mim, nem percebo que uma jovem, lotada de papéis, insinua-se furando a fila e se apossa do “meu” guichê e vai ocupando, ocupando e ocupando o tempo do atencioso bancário Juliano.
Demora. Demora. Demora.
A fila aumenta, aumenta, aumenta!
Ô Juliano... neste Banco não há ninguém para atender a uma distinta idosa como eu?!!
Já vai, sra.! é que...
É que essa fulaninha aí furou a minha fila! Ela nem idosa é...! Não parece... pelo menos à primeira vista, uma deficiente; não tem bebê ao colo, não é homem em menopausa e... grávida... só se for de duas semanas! Desse jeito, vou sair daqui muito mais velha do que entrei!...
Atendida e... com um certo sentimento de batalha ganha, volto à mesa da gerente Karina. Enquanto ela efetiva meu “grande” investimento... observo a parede atrás dela: ali há uma grande planta, imensa mesmo... que cobre de poder e de significados todos os espaços disponíveis e... em busca de mais.
Entendi a mensagem do estabelecimento. E de todos os seus congêneres.
Era uma valente planta verde de nome: “COMIGO NINGUÉM PODE”.
(Acho que vou dar esta crônica de presente de Natal ao meu filho Giulio Peterlevitz Frigerio, ficando a ele também minhas homenagens pela entrega de sua monografia. Ele já é quase "mestre" em Engenharia Civil!)
– Mãe coruja tá aí!!!

24 de setembro de 2009

" QUASE MORTE... VIDA..."
De súbito acordara e desta vez sabia que seria definitivo. Percorrera por tanto tempo caminhos e trilhas fantásticas, visitara lugares inacessíveis e inesperados. Ao cabo destas andanças pôde ainda encontrar pessoas muito queridas vivendo,amando e trabalhando em outros planos, onde a Luz é mais visível, brilhante e assim sobrepuja a escuridão!
Olhava agora em volta de si e notava a expressão aturdida da equipe médica;como ela havia conseguido sair do estado de coma que perdurara por longos e ininterruptos quinze anos?
Tentou em vão balbuciar algumas palavras, no entanto, os doutores a impediram e mais adiante deixaram-na novamente sozinha imersa em seus pensamentos. Sentada ao leito, Teresa percebeu um estranho ruído e em seguida deduziu que estavam mexendo na fechadura da porta de seu quarto.
Pouco depois a figura bizarra de uma "enfermeira" assomou em seu dormitório. Teresa reconheceu prontamente a mulher corpulenta, alta,loura com quem travara inúmeras lutas ainda inconsciente!
Maria era uma criatura de espírito frio e descrente, com a alma conturbada pela crueldade e ambição e por esta razão jamais conseguira enxergar além dos aspectos fenomênicos. Inúmeras vezes tentara desligar os aparelhos que mantinham Teresa viva, contudo uma força estranha e invisível impedia que o covarde ato se consumasse!
O que havia de fato naquele quarto de hospital? Um corpo de mulher que jazia inerte há muitos anos, sem apresentar qualquer manifestação de vida aparente, animado apenas artificialmente. Mas, ao contrário de que todos imaginavam o espírito de Teresa se conservara incólume e defendia de forma perfeita o corpo carnal que lhe servia de abrigo; e que um dia despertaria e retomaria sua missão apenas suspensa por algum tempo.
Consciente, agora Teresa temeu por seu destino, pois Maria obstinada em seu propósito criminoso caminhava pé ante pé em direção ao leito levando em suas mãos o instrumento de seu cogitado e por vezes tentado delito: um pesado travesseiro encontrado no quarto ao lado.
Mas, como que do nada, uma ventania implacável quebrou a vidraça, atingindo de chofre a pretensa enfermeira em suas mãos! Assustada, a mulher abandonou o cenário de seu "homicídio tentado" quase correndo e no mesmo instante Teresa avistou vários amigos espirituais sorrindo para ela!
Eis que a porta se abre novamente e desta vez a paciente reconhece a outra enfermeira que por tantos anos dispensara um cuidado protetor e vigilante. Um sorriso terno desenhou-se nos lábios da doente e com carinho ela proferiu estas palavras:
_ Como vai, Roseli? Não se cansou de cuidar de mim por todos estes anos?
A moça estupefata, sentou-se na cadeira mais próxima da cama e com a voz entrecortada de emoção conseguiu ainda dizer:
_ Como sabe meu nome D. Teresa? Quando comecei a cuidar da senhora, já estava em processo de inconsciência!
_ Apenas dormia, Roseli. A inconsciência era parcial assim como a morte também o é! Durante este tempo realizei viagens insólitas, visitei muitas moradas. Em várias delas a alegria imperava, já em outras o ódio dominava. "Há muitas moradas na Casa do Senhor; é preciso saber olhar e senti-las..."
_ Sabe, Roseli estou muito disposta e sinto-me completamente hígida mentalmente. Por favor, chame-me o tabelião, pois necessito muito falar com ele.
Em poucos dias o tabelião chegara acompanhado por duas testemunhas e assim Teresa pôde deixar consignadas em testamento público suas disposições de última vontade. Beneficiaria entidades de caridade, a enfermeira Roseli, mas deserdaria um de seus fihos mandante que era das várias tentativas de homicídio de que fora vítima, enquanto estava em coma.
Durante o resto de vida que lhe sobrara ajudou a muitas pessoas,perdoou a seu filho, ao revogar aquele testamento e um ano após ter acordado espetacularmente, dormiu o sono que para muitos traduz a finitude da vida.
Encontrou os pais, as irmãs, os amigos todos vivenciando uma nova etapa de suas existências em um recanto aprazível com mata verdejante e com muitas aves voando no céu. De longe vislumbrou o planeta Terra e vestida de de verde acompanhada por seus companheiros sentiu que uma nova e grandiosa missão esperava por ela.
Muito tempo depois muitas pessoas estavam reunidas em uma sala inebriadas por uma música muito suave e bela. Sentadas à mesa estavam muitos " médiuns" entre eles a enfermeira Roseli. Já em transe,pode entrar em contacto com Teresa. Roseli assim expressava as palavras do espírito " Boa tarde meus irmãos, eu superei a barreira da morte, pois esta é uma verdadeira ilusão, pois quando desencarnamos renascemos em outro lugar"! A reencarnação é condição imprescindível para evolução humana" !" Pensem nisto,e sigam os exemplos de candidez e caridade de JESUS"!
Saindo do estado de insconsciência, Roseli vislumbrou uma luz resplandecente tomando conta de todo recinto. Na ocasião atestou que a luminosidade não vinha tão somente das falanges espirituais que ali se encontravam, mas também da energia dos presentes que estavam tomados por pensamentos límpidos e benfazejos. Entendeu, ela naquele momento a precariedade da matéria e que a Espiritualidade é Eterna, Grandiosa e Transformadora!


* Nota da Recantista: Dedico este conto a memória de dois maravilhosos seres humanos e médiuns: Margarida Taranto e Murillo Mattos Faria e às amigas espiritualistas Analu, Andrea Rici Peixoto, e D.Orquídea, e a família espiritualista do " Recanto das Letras"
São Paulo,25 de julho de 2009.

Ivone Maria R Garcia
Publicado no Recanto das Letras em 25/07/2009
Código do texto: T1719061


A tosse

Postado por Agnaldo Vergara
Texto escrito em dezembro de 2003

Ligou-me uma cara amiga, de Campinas.
– ALÔÕ!!!
– Kaaâãnkã...croft...hiiiinckkk...canrâãã..rããn..rã..rã...!
– Mas que tosse! Você está tuberculosa?
– Kaaâãnkã...croft...hiiiinckkk... canrâãã..rããn..rã..rã...!
– Lógico que está... isso é uma vergonha, diria o Boris Casoy! Já faz muito tempo em que era de refinada elegância, alguns antigos autores românticos morrerem de tuberculose!! Não é, absolutamente, o seu caso!!
– Kaaâãnkã...croft...hiiiinckkk...canrâãã...rããn..rã..rã...!
– N-não?!Kaaâãnkã...croft...hiiiinckkk...canrâãã..rããn..rã..rã...! Q-q-u-a-a-annnta ge-ne-ro-si-dade!
– Não! você já tem mais que o dobro da idade deles...
– Kaaâãnkã...croft...hiiiinckkk...canrâãã...rããn..rã..rã...! Q-q-u-a-a-annnta mal-ma-dade!!!
– E mais: você nem é uma romântica escritora!!
– Kaaâãnkã...croft...hiiiinckkk...canrâãã...rããn...rã...rã...! e... comé que so-o-o-ou?
– Uma autêntica gozadora, é o que você é!! Bolas!
(Já que, em não podendo mais falar, resolvi dar uma liçãozinha a essa atrevida e ilustrada amiga).
E enviei, só a ela e a nós todos, o este pequeno texto:

A Tosse

A tosse é aquele incômodo buco-pulmonar que, às vezes, faz dormir quando deveria estar acordada , porque já fez você ficar acordada, quando deveria estar dormindo, nas santas horas de trevas... período em que todos (ou quase), experimentam a pré-estréia da santa morte! É por esse motivo que durmo só o estritamente necessário! Alguém teria pressa em ir logo para a longa e eterna noite de estréia?...
Vai ser besta assim nos quintos dos infernos e... o diabo que o carregue!!
Assim, devo lhe contar. Há dois seres a quem eu amo muito: o cão e a criança. Ambos vivem apenas o presente... nada mais que o presente!... via de regra, tudo lhes indica um tecer de felicidade. Aquele abana a cauda, a um simples afagar de mão rude; esta, a criança, não tendo cauda, apresenta-se como a fiel manobradora de um tear manual, onde, fio por fio, coloridos todos, retribui carinhosa, em inédita edição criativa e aperfeiçoada, aos estímulos de um lar atencioso que não a deseduque...!
Veja bem, que este pedaço é importante. Para ser tecelã da própria felicidade...o que quê me resta, hein, hein? Voltar a ser criança é um grande (e muito próximo!) perigo na minha idade...!
Só me resta o cão!!... mas falta-me a cauda... que a perdi pelas esquinas da vida... de tanto apanhar nela...! mas, há uma esperança, pô! “O cão”! O cão tem um pedaço do corpo que se mantêm frio. Frios devemos ser aos desencontros e desencantos da vida. A vida, que é um grande circo, com palhaços e exímios equilibristas... ora, deixemos o picadeiro! Passemos para a arquibancada! Sejamos apreciadores e não protagonistas! Nada, absolutamente nada, deve interferir em nosso caprichoso tecer, dia-a-dia, a nossa presente felicidade. O futuro? Será um grande sono, para todos!!
E foi assim, que resolvi ter meu focinho, ou melhor, meu nariz... sempre gelado, como o do cão: tudo o que se cheira, deve ser de um ponto de vista frio!!
Durmo num sofá cama, bem sob uma janela. Verão ou inverno, ela permanece aberta. Só meu grande focinho de fora, que é para gelar!
Numa dessas pré-estréias, choveu... esfriou muito e gelou-me um pouco mais que o focinho. Veio uma tosse. Acho que minha obrigação em tossir já está no fim. Fiz a tarefa de casa muito direitinho. E o fato não irá se repetir.
Tenho certeza que você estará pensando: acho que ela desistiu e fechou a janela!...
NÃÃÃO!! Só encomendei uma camisola mais grossinha
Naturalmente, o “design” é sempre o meu, especialista – e estilista que sou – em... espantar fantasmas e coisas adjacentes. Um lindo e amplo camisolão, lógico, roxo, com enormes bolas brancas...
A partir daquela gozação de minha cara amiga, é ele que agasalha esta carcaça, com o dobro da idade dos famosos escritores.
Só que... o focinho... este continuará de fora, à procura de gelar-se... como o daquele cão... que só vive o presente e que, feliz... abana a cauda... à simples carícia de uma rude e sofrida mão... Kaaâãnkã...croft..hiiiinckkk...canrâãã..rããn..rã..rã...!

23 de setembro de 2009

O Sapo!!!

Postado por Agnaldo Vergara
Texto escrito em dezembro de 2003

E foi um desafio! O Bud, grande crítico e perfeito ignorante sobre sentimentos humanos, acusou-me de só escrever sobre animais, depois do texto: “o cão no vaso” (um ZOOLÓGICO!!). Insinuou-me ele, malévolo, como sempre, que na época das últimas eleições, de forma generosa, os jornais publicaram: “Meus Queridos Presidentes”. Ali, eu teria comparava nosso respeitoso Presidente Lula a uma grossa e gorda “pomba-rola”, que vinha comer no meu quintal!
(Ele continua a fazer isso, nos quintais de nosso povo todo!)
E não é só, continua o Bud: No mesmo artigo, infeliz como sempre, você compara a um finíssimo e elegante beija-flor... o nada menos que Ciro Gomes! Sabe, Daidy, beija-flor é aquele pássaro que não tem boca. Tem só um tubinho... por onde suga o melhor doce que há nas plantas e nas flores...
(E ele continua fazendo isso...!!).
Eu quieta..
Depois de chamar-me de desinteligência ZOOLÓGICA, dizendo-me que só faltava falar sobre “O Sapo”... (quieta e amena como sempre sou?!!), lhes apresento:

O SAPO
Há pessoas lindas, com grandes histórias a contar! É do tempo um pouco antigo, sem computador, sem máquinas de “games”.
Esta pessoa a quem vou me referir, tem nome de flor...
– Rosa!
Não!!
Margarida!!
Nããoo!
O nome dela não vão sair da minha santa boca. Apenas, ela era uma excelente professora de crianças.
E amava os animaizinhos todos. Conversava com todos eles, de forma amorosa, fosse com cabras, cordeiros, gatos mil e plantas...
–Tudo misturado?!!
– Sabe, Bud, não existe, dentro do coração de quem ama a natureza, a falha distorção entre plantas e animais! Vai tudo junto: são seres vivos!!!
Aí vem o final da história: a nossa personagem, – com nome de flor! – compra uma propriedade em Ribeirão Preto. Grande quintal gramado, com babosa e um pé de pêssego. Tudo é lindo! Aí, essa excelente professora percebeu que ali havia... um sapo!!! Sabe, Ribeirão Preto é terra quente e ela, carinhosa, levou lá uma cadeira e disse ao sapo: “Fica aí embaixo, na sombra!”
Ele obedeceu! Até que um dia, o dito cujo do sapo saiu do abrigo sereno e migrou-se para o terreno baldio do vizinho...
Esta minha amiga – com nome de flor – foi em busca dele. Falou, carinhosa; “Volta para a minha casa, meus sapo amigo, sinto falta de você”!!! falou e falou!!
Ao atravessar, de volta, o asfalto que ligava as duas propriedades... um gordo sapo a acompanhava!!! Passo a passo. Feliz da vida!
De volta ao lar...!!!

22 de setembro de 2009

CÃO NO VASO

Postado por Agnaldo Vergara
Texto escrito em dezembro de 2003

– A cada dia cinco de junho – dia do meio ambiente – o mundo coloca-se em polvoroso peripaque e em... polvorosa periquitação.
Cada grupamento da sociedade, tanto a organizada (bem pequena) quanto a desorganizada (bem grande) e a em organização emitem valioso palpite, proclama inestimável protesto e, de modo insigne, contribui, esclarecendo sobre as formas corretas, sobre as normas a seguir, sobre as soluções todas que dariam para despoluir este nosso delicioso planeta, por um bom tempo! Provavelmente, um pouco mais que meia hora! O que mais impressiona é ver como as cidades despejam o seu cocô biológico em lugar indevido e como as empresas (salvo honrosas exceções) despejam o seu cocô químico em lugar indevido... O homem resolve em parte a sua parte mas... compromete o todo.
Resolve o que é seu – particular – e compromete o que é público.
É assim mesmo! Demora! Pelo menos, ele já tem a "informação” sobre a forma correta de agir. Diz que sabe. Ou pensa que sabe quando o diz. Esse “conhecimento” ainda está na fase de opinião. Opinião, segundo Sócrates (o filósofo, não o jogador, preste atenção!) é o mais baixo grau de conhecimento! custa chegar à idéia, certinha, completa, perfeita e imutável, capaz de mudar a conduta, trocar de hábitos. Demora, mesmo que já se tenha o conhecimento, a informação. No seu pequeno círculo, o homem já parece bem evoluído. Contudo, à medida que esse universo vai se ampliando, do individual para o geral, fica mais que evidente que nós, seres humanos, estamos apenas... começando a descer da árvore!
Ainda somos... bastante macacos!!!
– Espera aí!!! Agora você me ofendeu, Bud!! e aos macacos. Exijo reparações! E já falou demais!!
– AU..!!! AU...!... AU!!...
– Quem está latindo?
– Eu não, Bud. E você, intrometido, sabe que é o cão Popinho!
– É estranho, você o “disciplinou” tanto e ele polui sonoramente fora de hora!
– É que já passou da hora de eu levá-lo...
– Por favor, não interrompa quando flui uma inteligência que se aproveite, nestes seus pensamentos, que são, diga-se de passagem, um... zoológico! É cavalo metódico, é cavalo já famoso, é o Zorro, o fila Peri, do seu filho Mario, o Popinho, do seu filho Giulio... as galinhas da sua santa avó, a gata branca do seu marido, os urubus que ele a levou a apreciar... além de papagaio, galo, garça... do bode velho da sua amiga Joana... Só falta mesmo é história de sapo...!
– Essa insolência vou passar a limpo, do primeiro ao quinto...!
– Do primeiro ao quinto, é jogo de bicho. E, acaso não me cabe razão, ao falar em... ZOOLÓGICO?!
– AU!... AU...!... AUU!
– Espera aí, Popinho! Já vou levar você!
– Cachorro malcriado e barulhento!
– Nada disso! Não ofenda também à inocente criatura! Você vai é levar uma surra do meu filho Giulio, dono do Popinho.É que já passou da hora de... ele... bem... fazer sua caquinha!
–Isso não está me cheirando bem...! e aposto que vai lá fora, poluir o asfalto...
– Com sua licença, vou levar o Popinho... que já se impacienta...
– E isso não vai cheirar bem.
– Tenho recebido aulas suas sobre o problema que os cocos de cães fazem espalhar em locais públicos. Aí vem o sol e seca todinho. Aí vem o vento e desmancha tudo bem fininho, leva para o ar, para dentro de casa, sobre o prato de alimentos bem saborosos e... higienicamente preparados...! Prometeu ainda inventar uma fórmula para fazer qualquer cocô aparecer florescente e brilhante.
– Lógico! Por que não levar um saquinho junto e... recolher... a “obra” artística do lindo cão? Na Inglaterra é assim!
– TRRRRIIIMMM!!
– ALÔ! QUEM FALA!!!
– Um escritor virtual, aqui do outro lado desse ”ZOOLÓGICO”. Tenho uma eficaz solução e de sucesso garantido.É só treinar esse simpático cãozinho que está sofrendo aí com vocês dois, o Popinho. Pode parecer estranho, mas ele aprende mais rápido que vocês dois... use o banheiro do Bud! e, com um pouquinho de paciência, ele vai para o Guiness Book. O cão, não o Bud (preste atenção!): O PRIMEIRO CÃO A SENTAR-SE NO VASO!
– Muito obrigada, sr. virtuoso. Resolvido o crucial problema do meio ambiente, já posso pensar numa história de... sapo!

21 de setembro de 2009

O ASPIRADOR DE PÓ

Postado por Agnaldo Vergara
Texto escrito em julho de 2003

É um velhaco calejador, esse monstrengo.
E... não é só isso. Há mais dois qualificativos a acrescentar a essa...velha engenhoca: a deselegância e a fa1ta de mistério!
Deselegante, sim, justo hoje quando tudo prima pelo "design”, pela linha... flexível, dócil, tênue... volátil; deselegante sim, hoje quando até as armas têm uma aerodinâmica que lembra turbilhonante velocidade tipo dobra espacial... enquanto isso... o meu velho aspirador recorda, exatamente, o primeiro esboço do primeiro torpedo que se imaginou construir, para, nos mares de antanho, se travarem navais combates...!
Falta-lhe o mistério. Pelo menos o mistério original do seu parente - o peixe-torpedo - tipo arraia.
O peixe-torpedo guarda escondido na base
da cabeça um engenho elétrico que agride, a choques, a mão que o queira agarrar. O meu aspirador dá choque, sem mistério, assim que se ligue a tomada!
E não é só isso! Surpreendi-o em flagrante delito quando, sorrateiramente, ele, pela parte da frente, recolhia o pó e... não menos sorrateiramente... redistribuía-o, pela parte de trás!
Debochado!!
- Está bem. Já estou convencido - diz, magnânimo, meu marido - vou comprar-lhe um aspirador novo, moderno, leve, muito veloz. Com rodinhas.
Dito e feito.
Chega o cujo.
Envolto em... misteriosa e robusta caixa, jaz... silencioso e repousado, em meio a avançados acessórios. Impõe respeito.
É eficiente a moderna máquina. Rápida, eficaz... competente!
Suga tudo: poeira, alfinete, caixa de fósforo, cabelo, pé de meia... limpa cinzeiro!
Não fosse um pequeno fato, com certeza eu estaria satisfeita. É que todo dia eu o passo a sugar pêlos e cabelos - pelo banheiro - e o aspirador, mais que depressa, suga, voraz... o rolo de papel higiênico, por inteiro, antes que a... lentidão própria da... veloz idade que tenho me permita desligar o atroz engenho!!...
Sabiamente, então, decidi, depois de sugados 34 rolos de papel higiênico: no banheiro, é sábio que pessoas já de idade, usem o velho, antigo, dócil e fiel “peixe-torpedo”!!...

19 de setembro de 2009

O ASSALTO

Postado por Agnaldo Vergara
Texto escrito em setembro de 2003


Na verdade, a minha amiga não sabe, ainda hoje, como foi que o assaltante entrou em seu apartamento.
Nunca conseguiu associá-lo a nenhuma das figurantes entre sua criadagem que, a bem da verdade, era uma extensa lista!
-Muito rica é?
-Miserável. Pagava mal. A empregada, com fome, aceitava. Trabalho só por dois dias, comia... sumia!
São 20 horas. O apartamento, silencioso e escuro.
Minha amiga chega, acende a luz da sala e vai colocar no maleiro os rolos de jóias que vendia.
Ufa! Que cansativo aquele dia! Senta-se, descalça os pés, estica as pernas sobre o sofá e liga a televisão com o controle remoto futebol... boxe... novela... vôlei... novela... opa! Um filme! E, acomodando-se mais, predispôs-se a assisti-lo.
Era uma dessa fitas muito interessantes, em que um fulano bem apessoado, arrogante, destemido e audaz planeja, meticulosamente um grande assalto.
Ele lidera um grupo de... hum... especialistas! O pedaço que passava era o repasse do plano, uma espécie de ensaio para reforçar e fixar as atribuições de cada um, com rigorosas recomendações de obediência à sincronia entre tempos e movimentos.
O moço loiro cuidaria de inutilizar o sistema de alarme, com um processo de bloqueio às células fotoelétricas.
Um outro, a quem chamam com o inusitado nome de Mac, renderia os guardas, depois da última troca deles, noite avançada.
O terceiro cara de muito homem mau, atendendo pelo nome - também inusitado de Smith, magrinho de 1,5 m de altura, é o especialista em abertura de cofres e imita, não só nos gestos, mas no tom fanhoso de voz, o famoso James Cagney. Finalmente o motorista, de nome (inusitado) John. Repete todo o percurso
de cor, fornecendo informações sobre os minutos a serem gastos em cada
fase do... projeto, até o reembarque do grupo... digamos... executivo.
-Isto é um assalto ! !
Aí, a minha amiga volta-se, lentamente e encara o assaltante...
-Espera, espera um pouco ! Interrompe-me o Bud , ... que raios tem a sua amiga a ver com o assalto do f1lme?
- Filme nada ! Enquanto assistia a esse filme, ela é assaltada em seu apartamento!
- Conta !!
- Daí, como ia dizendo, a minha amiga volta-se, lentamente, e encara o assaltante !
- Isso, é O QUÊ'? ! Pergunta a ele. – Um assalto.
- Não me faça rir - diz-lhe ela, numa gostosa e sonora garga1bada - e... onde está a sua equipe - pergunta, em tom arrogante, levantando-se.
Mediante a atitude nada comum dela, o assaltante, despreparado psicologicamente e mesmo porque, no filme acontecia um barulhento chega a dar alguns passos para trás, um tanto confuso.
-Que equipe? Diz ele, desconfiado.
-Assaltante p1careta! Equipe de assalto! De assalto! Os componentes, os elementos, a turma, os capangas, entendeu agora, hein? Ou você vem, de cara e coragem, assaltar sozinho?!
-Mas -eu -eu -só -ca -ca quero... só...
-Um assalto de classe, com inteligência, necessita de equipe à altura, seu... Zé do trole! Seu João Ninguém! Seu Pé-rapado! Assim você! Nunca vai progredir. Nunca chegará a um grande assaltante. Você tem que dominar a nossa melhor tecnologia e absorver a estrangeira ! Isto é o mínimo preparo para um futuro brilhante, ousado ! Internacional!... Isso é um assalto... Sai daí, pobretão ! Com certeza é professor e não acha justo fazer greve! -É. Isso é!... a senhora queira desculpar-me pelo incômodo... volto outra hora...
- Volta outra hora coisíssima nenhuma ! Agora senta aí e presta atenção nesse f11me. Anote os detalhes - recomendou, passando-lhe bloco e caneta.
Ela va1 a cozinha, faz um bom chá de hortelã e o traz, numa bandeja, com duas xícaras, (aliás, de porcelana chinesa, presente da mãe, Deus a tem!) bolachas e torradas. Servem-se em silencio e só nos comerciais tecem comentários sobre um outro particular, com posteriores e detalhadas anotacões.
Olha, e não é que, depois, acabaram jogando uma partida de xadrez?!
Ao acompanhá-lo à porta, ele recebe, com gratidão, estas palavras:
- Lembre-se, amigo, de três conselhos. Primeiro: você deve estar
psicologicamente preparado; segundo: atualizar-se técnica e cientificamente, para ser um profissional competente; terceiro e mais importante: lembrar-se de que, neste ameno país, todos os grandes ladrões estão... fora da cadeia ! !

18 de setembro de 2009

ORELHUDO!!!

Postado por Agnaldo Vergara
Texto escrito emmaio de 2004

- Hoje vou fazer uma prosopopéia!
- Que prato estranho! por que não deixa de ser esnobe e faz algo de mais simples... um bolo de fubá, por exemplo?!
- Menina, não e culinária, dessa que vai à mesa! é culinária da linguagem, uma figura de pensamento, onde o fubá é substituído pela vontade; o fermento, pela paixão; os ovos, pela vitalidade; o sal, pela moderação; e todos os demais, como extrato de baunilha e de amêndoas... pelas emoções!
- Fiquei na mesma, piorando sempre. Explique!
- Explico:
Prosopopéia, eu acho uma palavra bonita, quase quanto “convolatício”, “defenestração” e “arquidiocese”...
A minha “prosopopéia” foi criada na Grécia (prosopopoiia)... você sabe, a Grécia dos jogos olímpicos, a Grécia dos grandes filósofos...
- Não enrola!
- Não enrolo. Então, essa palavra que acho linda, faz a magia de você entrar num ser inanimado ou irracional, fazer de conta que é ele e lhe emprestar a sua vivacidade, seu ânimo, esperanças e frustrações.
- Coitado dele!
- É bonito! Hoje serei um “Orelhão”. Começa assim:
Estou aqui, numa esquina, em pé e muito só! minha auto-estima abaixo de zero! Sou é mesmo um “Orelhudo” e culpo-me de não pertencer a nenhum sindicato verdadeiro, desses que lutam pela justiça, pela proteção, que proclamem os imensos serviços que sou capaz de prestar e, muitas vezes, não posso! Estou aqui parado, com inveja de todos a caminhar nas praças! Minha vida sedentária faz mal ao coração.
Sofro.
Sofro no calor ardente do verão... suo, esturricado e ninguém me empresta uma sombrinha! O suor escorre e, logo depois, um ventozinho sem qualquer histórico aristocrático, além de colocar-me à mercê de uma tuberculose, cobre-me de poeira! Sinto-me sujo e frustrado! Ninguém me espana.
No inverno, eu gelo. Ninguém me agasalha! Mas há fatos lindos na minha função: chega uma delicada jovem e coloca um cartão justinho no lugar que eu reservo para... colocar cartões:
- Mamãe, papai! Alô!! De muito longe, passo-lhes esta notícia maravilhosa: estou grávida! Vou se mãe do primeiro netinho de vocês!!... Alô!... alô!... estão me ouvindo?
- Muito pouco! Há um barulhão aí...
- É que estou num Orelhão. Bem sujo, por sinal!
É assim. Ninguém me dá valor! E mais! Olhe, vem vindo aquele briguento cão corintiano, o viralata Zorro, tão cantado em verso e prosa por uma tola escritora. Ele cheira e cheira meu pé. Faz xixi nele. Dá uma volta e torna o tal de cheira-cheira; faz cocô no meu pé!
Quem cheira e cheira agora... sou eu, o Orelhudo!
Orelhudo, porque não me localizo dentro de uma loja, de um limpo sacolão, e... felicidade suprema... por que não dizer, num moderno shopping perfumado com todas as cores e sabores dos convidativos centros de alimentação...! meus irmão, felizes, andam, ou melhor, estacionam por esses locais!
Justo agora, estou aqui, encolhendo-me todo – socorro!! – chega um quarteto de vândalos – socorro!! – arrancam o fio que fala e que ouve... martelam meu tecnológico peito... derrubam a carcaça de tartaruga amarela que me abriga... e, ao som de irresponsáveis gargalhadas de irresponsáveis... reduzem-me a um surdo-mudo! Já não presto, já não sirvo e você, que é certinho, vai pagar a conta toda do conserto!!
Mudem-me para um shopping ou eduquem para respeito a mim, que sofro.
Justo eu, que pretendia transmitir essa mensagem:
- Mamãe, papai! Ele nasceu, e de parto normal! Estou muito longe, mas este magnífico Orelhão leva todo mundo perto de todo mundo! Papai, o meu bebê tem a carinha mais linda do mundo, igualzinha ao... ao... seu joelho!!

17 de setembro de 2009

A Lagartixa e o Cavalo

Postado por Agnaldo Vergara
Texto escrito em julho de 2003

– Já sei isso tudo que você vai contar!
– Conhece coisíssima nenhuma, Bud e... às vezes, arrependo-me de tê-lo criado meu interlocutor, no livro “Quatro Bruxas no Elevador” (os puritanos do idioma que me perdoem o eco) desde então, vivo um calvário com você, irreverente... malcriado...
– Não é sobre “ O Olhar da lagartixa” que vai falar?
– Não senhor!! essa... monstrenga foi falecida ainda em Santos, sob os golpes da
minha poderosa arma e está no livro “Quatro Bruxas no Elevador”. Esta é outra Lagartixa !
– E o Cavalo... é o “Metódico”, o “Azarado” ou o “Já Famoso”?..!
– Você continua um grande debochado, sabia?
– Sabia. É que, às vezes, sinto-me um porteiro neste seu grande zoológico.
– Acho que você caberia bem mesmo... é no Butantã!
Depois dessa ligeira troca de gentilezas, vou lhe contar, querido leitor, duas histórias com a única finalidade de diverti-lo.
Era uma Lagartixa antipática e muito vingativa, nada caridosa. Nem uma pequena ofensa levava para casa, antes de devolver duas das bem grandes ! e... como falava nome feio! Acho que, por ser mesmo assim, ela vivia atada a um passado de ódios, de rancores... Não amava o presente, não preparava um bom futuro. Pode-se dizer que dependurava-se no “rabo dos tempos”.
Uma tarde, ao voltar para casa, teve que atravessar os trilhos do trem. Ouviu – e muito bem – os ruídos da composição que se avizinhava mas, achando que todos deveriam, por definição, dar-lhe passagem, foi indo...
Uma das rodas podou-lhe o rabo. Indignada, voltou-se para, valentemente, injuriar o condutor... quando... outra roda podou-lhe... a cabeça!
– Nunca perca a cabeça por causa do rabo ! é o moral da história, não é?!
– Nada disso, Bud! Nada de moral; é só para divertir.
Quem estiver com pena e... como ela, só olhar para trás, que leve para casa os restos mortais dela (nada a ver com mortadela).
A segunda história é sobre o Cavalo. Bonito e fogoso, galopava afogueado, na mesma tarde, bem perto da fatídica ocorrência.
Galopa que galopa, chega nos trilhos. Ouve o ruído da composição que se avizinha e vê que o trem é grande demais, para se enfrentar! Pára, espera, só depois passa e... feliz, continua o afogueado galopar.
Coitado e não é que vem a cair num fundo poço e estreito?!
Como fosse um Cavalo afável, muitas pessoas, sabendo do fato ocorrido, dispuseram-se a trabalhar na tentativa de içá-lo. Qual o que! Nada de ele poder sair! Por horas e horas, tudo foi feito no sentido de salvar o fogoso equino. Infelizmente, era necessário... sacrificá-lo!
– Quem atira nele?
– Eu não!
– Nem eu!!
– Muito menos eu!
De comum acordo, cada um resolveu pegar de uma pá e ir jogando terra dentro do poço, para asfixiar o Cavalo. E começaram. Pás e mais pás de terra eram jogadas.
Aí vejam só!, o equino sacudia a terra de cima de si. A terra caia no chão. Ele pisoteava a terra. Sacudia e pisoteava. Socando toda a terra que descia, o poço deveria ir se enchendo... mas, pisoteando, incansavelmente, era o Cavalo que subia!... E chegou à luz, em cima, são e salvo!
– Gostei da história!
– Não é história, Bud! Apenas dois caminhos que seguimos, nas diversas esquinas
da vida. Os países também, porque eles são feitos pelos ânimos de seus cidadãos.
Pelo otimismo com que, graças a Deus, se movimentam os brasileiros, eu diria que, mesmo com muitas “podas” em muitas partes, estamos ...abandonando, de todo, a pele da lagartixa.
Somos Cavalos, milhões deles... a sacudir e sacudir... a pisotear... e pisotear!
E a subir!...

16 de setembro de 2009

Distração... às vezes...distrai!

Postado por Agnaldo Vergara
Texto escrito em agosto de 2003


Querido leitor, acho que eu e você gostamos de viajar!
Não!, não! Não estou me referindo às viagens abstratas, aquelas de ida e volta, em que a emoção faz descerem pela face lágrimas sentidas, ao relembrarmos um grande momento triste – que faz enchente em nosso coração... como se coração fosse morador – como eu! no bairro Nova Santa Paula... com as eternas... enchentes todas, no Kartódromo de São Carlos!! Ou... aquela viagem que faz nosso peito quase explodir em movimento tipo tambor... quando revive intensos momentos de puro amor...!
Não! Hoje falo de viagens concretas, nada de sonhos. Dessas que a gente vai de carro - se tiver um – ou de ônibus – se tiver dinheiro – que as passagens estão “pra hora da morte”.
Bem, no caso a que me refiro, tinha já eu a passagem, o que, hoje, significa um inequívoco sinal de riqueza. Sentindo-me rica, embora minhas preferências fossem pelas viagens transcontinentais, ia eu indo mesmo só de Santos a São Paulo.
Às seis da manhã, no domingo, “apeiei”na rodoviária antiga de São Paulo. Bem antiga e colorida. Eu gostava dela.
Nessa hora, os humanos costumam ter fome.Sou aspirante à bruxa e... bruxa que é macha, tem que ter seis verrugas no nariz! Eu só tenho duas, mas chegarei lá! Infelizmente, continuo humana e... com fome!
Vou à lanchonete.
Apenas duas moças: uma do lado de dentro do balcão, é aquela que vende; outra do lado de fora do balcão – é aquela que compra.
- A senhorita teria aí polenta com frango, pergunto.
- Às seis da manhã?! Não, não tenho.
- E... teria uma sobra de feijoada de ontem, sábado?
- Feijoada às seis da manhã?!
- Me diga: o que é que se come, aqui na capital, de manhã, é... alpiste??
- Café com leite e lanches, mas o chapeiro só chega às sete. Dona, para encurtar, só tenho alguns cachos de uva.
- Me lava um?
- Lavo.
- Me seca a cacho?
- Seco.
- Põe num pratinho?
- Ponho.
Feliz, degustava eu da deliciosa fruta, quando compreendi o que se passava ali, logo às seis da manhã. Os papéis estavam invertidos. A compradora era vendedora e a vendedora era compradora. Sempre chupando uvas e jogando as cascas no lixo, admirei a forma profissional de como a moça ao meu lado exibia pequenas e lindas bijouterias, estendidas sobre um veludo vermelho. Hoje é comum isso, mas, antigamente não era! Rolos e mais rolos com pecinhas lindas, douradas... convidativas à vaidade feminina!
Sempre chupando uvas (já estava no terceiro cacho), acabei gostando muito de um brinquinho de argola. Aí, a vendedora olhou-me bem...de sobra e sentenciou:não, não! para a senhora é preciso argola bem maior! E eu tenho aqui, na sacola onde guardo os outros rolos.
E abaixou-se... mas... só encontrou um montão de cascas de uva sobre suas bijuterias.
Tinha sido... a minha “lata de lixo”...!!
Como eu disse no início desse texto, o ser humano é mesmo incrível! Ele me surpreende e me apaixona. Assim, veio o moço Paulo Borges Fazan, verificar se, nos meus 1500 vasos havia criadouro da dengue. Lá pelo exame do milésimo vaso, conversa vai, conversa vem... e não é que o moço Paulo é um poeta?! Um talentoso jovem, autor de:

O Anjo de Cristal

São traços que traduzem flores
Dores que dizem poemas...
Alegrias que contam desgraças !
És tu meu piano, meu jarro e meu amor...
Vejo em ti a felicidade
Oh! Meu anjo de cristal!
Vejo no espelho nossa dor
Por que te quebraste?
Éramos tão lindos – com asas e olhos vivos...
Agora somos apenas o reflexo...
Da tristeza estilhaçada em nossos peitos...
Tenho palavras muito doces
e... às vezes tão frias
Tenho palavras tão quentes
e... às vezes tão sombrias...
Palavras que me fazem voar
E sentir meu corpo atravessar as nuvens
Não posso ver
Nem posso voltar...
Gostaria de estar morto... e enterrado no céu!...

15 de setembro de 2009

O que pretendem as organizações estrangeiras, dando muito dinheiro a certas ONGs?
E o tal do MST... muito “social”... o que pretende, já que plantar a terra não é?!

Daidy Peterlevitz

Amigos, queria tratar, por partes, esse assunto, mas não dá! É tudo, misturado, é dinheiro do estrangeiro e nosso também, engordando certas ONGs, que servem de refúgio à duvidosa e nada “social” atuação do tal do MST... quem está por trás disso? O que é que pretendem?!
Quatro ONGs são nomeadas ANCA – Associação Nacional de Cooperação Agrícola; CONCRAB – Confederação das Cooperativas de Reforma Agrária do Brasil; CEPATEC – Centro de Formação e Pesquisas Contestado; ITAC – Instituto Técnico de Estudos Agrários e Cooperativismo. Só que, meus amigos, essas Organizações não governamentais, possuem um caixa realmente milionário! Só que, meus amigos essas ONGs, durante anos e anos foram - ou são – usadas como “cofre clandestino” do Movimento dos Sem Terra, o MST. Há alguns dias, a VEJA revelou que a dinheirama para as ONGs provinha de duas fontes. 1) De milionários convênios assinados com o governo federal; 2) De milionárias doações enviadas do exterior. E que... parte disso tudo foi destinada a financiar as atividades criminosas do MST! Creio que atividades criminosas sejam (graças que não conheço muitas), invasões de fazendas e terras produtivas e danos a patrimônio público, tipo laboratórios e centros de pesquisa.
Pois bem, a movimentação bancária pesquisada (diferente daquela do Palocci sobre o caseiro Francenildo, preste atenção!), mostra que expressivas quantias foram transferidas para pessoas e empresas ligadas aos sem-terra, como gráficas, editoras e transportadoras.
Convém lembrar que o MST não existe, juridicamente e que, portanto, não pode ser responsabilizado penalmente pelas depredações e demais atos vândalos. E, como não existe, juridicamente, também não poderia receber verbas oficiais. E, aí vem o jeitinho cruel que ousam chamar de brasileiro. Só dos maus. Para burlar esse impedimento, militantes dos sem-terra criaram essas ONGs, que se credenciaram junto ao governo para... “treinar trabalhadores rurais”.
O Tribunal de Contas da União e o Ministério Público Federal descobriram irregularidades na gestão desses convênios. A movimentação bancária, aquela autorizada, preste atenção, descobriu que apenas uma das ONGs, a Anca, recebeu 14 milhões e 500 mil Reais de organização do exterior, sem declarar isso ao Leão e sugeriu investigação para identificar ilícitos tributários. E mais, veja que detalhe curioso: A Anca funciona no mesmo endereço do MST, tem os mesmos funcionários que o MST, repassa recursos ao MST, mas... garante que não tem nenhuma ligação com o MST.
É muita ousadia e maior ainda deboche. Somos tontos todos!.
O deputado Ronaldo Caiado, do DEM de Goiás afirma que “teremos oportunidade de provar que o MST é financiado ilegalmente com dinheiro público, com o aval e com o conhecimento do governo!”
Amigos, o que farão esses adversários tanto do MST quanto das referidas Ongs?
O Ronaldo Caiado já colheu 180 assinaturas para a instalação de uma CPI mista – deputados e senadores – o que dificultaria manobras do governo para impedir as investigações. Bem, o senador Heráclito Fortes já fez uma CPI das ONGs e vou perguntar a ele no que deu. Depois lhe conto, caso não tenha comido mais uma pizza!
ALIMENTAÇÃO CORRETA E O CÉREBRO.



Uma boa alimentação pode ajudar qualquer pessoa a prevenir - ou pelo menos retardar - a aparição de doenças degenerativas do sistema nervoso, associadas normalmente à idade. Comer bem é um misto de inteligência e prazer, e contribui para manter um cérebro jovem e em boa forma.É o que afirmam o cozinheiro Martín Berasategui e o neurologista Gurutz Linazasoro, do Centro de Pesquisa Parkinson da Policlínica Guipúzcoa, na Espanha.

Comer nozes regularmente ajuda a manter o cérebro longe de males como Alzheimer
CONHEÇA OUTROS EXEMPLOS DE ALIMENTOS QUE BENEFICIAM O CÉREBRO
NUTRIENTES PRESERVAM O CÉREBRO
DICAS PARA TURBINAR A MEMÓRIA
UOL CIÊNCIA E SAÚDE

Os especialistas, de áreas aparentemente distantes, mas que na realidade têm muito em comum, dizem que um dos grandes segredos para conseguir um bom envelhecimento cerebral é seguir a chamada dieta mediterrânea.Basicamente, a dieta consiste em consumir frutas, verduras, legumes, peixes e azeite de oliva, além de comer nozes regularmente, beber de oito a dez copos de água diários e não ingerir, sempre que possível, alimentos excessivamente calóricos.Hábitos alimentícios saudáveis repercutem favoravelmente em nossa vida não só de forma imediata, mas também a longo prazo, além de ajudarem a um envelhecimento cerebral saudável. O cérebro não é uma exceção, e uma boa alimentação pode ser uma medida que ajuda a prevenir ou retardar a aparição de doenças como Parkinson, Alzheimer e perda da memória.O assunto foi tema do congresso "Brain in Motion" ("Cérebro em Movimento"), realizado em San Sebastián, na Espanha, que reuniu prestigiados neurocientistas e cozinheiros famosos.Em uma exposição titulada de "Criatividade, gastronomia e emoções", cozinheiros de renome como Pedro Subijana, Andoni Luis Aduriz e Eneko Atxa foram revelando junto a cientistas as sensações e emoções que uma boa alimentação pode provocar no funcionamento do cérebro humano."A forma como comemos muda a própria biologia do cérebro", explicou Aduriz.Para o professor da Universidade Carnegie Mellon (EUA) Marcel Just, especialista em memória operacional e linguagem, "simplesmente a comida pode influir na criatividade e afetar diretamente o cérebro e, em consequência, a mente".Os especialistas concluíram que as necessidades nutricionais de cada indivíduo variam de acordo com as circunstâncias fisiológicas, psicossociais e patológicas de cada momento. Portanto, sua alimentação também deve se adaptar a cada instante.Para viver mais anosGraças aos avanços científicos e técnicos, os seres humanos vivem hoje mais tempo que seus antepassados. A questão chave, segundo Berasategui e Linazasoro, é "viver mais anos, mas em condições físicas e mentais boas. E, para isso, é necessário manter uma atividade física e mental regular e comer de forma saudável". De acordo com eles, "os seres humanos custam muito a adotar pequenas medidas preventivas que com o passar do tempo possam contribuir para consequências positivas e antecipar, assim, os eventos".A idade perfeita para começar a adquirir certos hábitos de alimentação saudável é a infância. "As crianças vão se acostumar a desjejuar bem, comer verdura, cinco frutas ao dia e não abusar de produtos industrializados", explica Linazasoro. Os ingredientes básicos das receitas saudáveis para o cérebro são as verduras, as frutas, os legumes, o peixe e, também, o azeite de oliva. Para Berasategui, "igualmente importante aos produtos que utilizamos é saber dosar as quantidades que devemos ingerir, nossos hábitos perante a comida e nossa atitude na mesa, onde devemos estar relaxados e com um bom ambiente". Os autores dessa teoria destacam que "a cada dia existem mais evidências do efeito positivo desses alimentos, a maioria deles ricos em ômega-3". Os antioxidantes - que se encontram, por exemplo, nas nozes - também são benéficos para lutar contra o envelhecimento. Mas é importante também beber entre oito e dez copos de água diários (entre 1,5 e 2,5 litros). "Simplesmente se deve buscar um equilíbrio e ter muito bom senso: ter uma dieta saudável e não ingerir - na medida do possível - alimentos ricos em calorias", contou Linazasoro. Para ter cérebro e nervos saudáveis, especialistas recomendam "fazer refeições frequentes, muito nutritivas e pouco abundantes, comer de forma variada, incluindo todos os principais grupos de alimentos para evitar um déficit nutricional, e prestar especial atenção às verduras e fruta frescas, alimentos com proteínas sem gorduras e cereais integrais".

O Charuteiro

Postado por Agnaldo Vergara
Texto escrito em setembro de 2003


O charuteiro é quem fuma charuto, quem faz charuto ou quem vende charuto, hein?!
Não tenho a menor idéia!
E... como é que você ousa usar o vocábulo?!
É porque uso ousá-lo como nome de crônica!
Jesus, socorre-me!!
Está com dor de barriga?
Sim e só vai passar, quando eu souber a história da charutaria...
É pra já!
Então era numa igreja. Daquelas de antigamente. Havia o padre, havia aqueles lindos coroinhas... e havia, lógico, o sacristão!
Esse nosso sacristão, dessa igreja nossa, era... analfabeto. Não sabia nem ler e nem escrever...
Você traz uma grande novidade óbvia: nunca conheci alguém que soubesse escrever... sem saber ler... !
Só 33% dos brasileiros!
Cale a boca! Voltemos ao nosso sacristão... ele nunca havia ido à escola e foi ficando ali, a ajudar o padre na celebração da santa missa... um monte de tempo. O querido padre foi envelhecendo... envelhecendo... ficou mirradinho e... faleceu-se!
Faleceu-se??!!
Isso! Eu uso esse verbo como reflexivo, que significa assim: o querido padre não foi morto a pauladas... nem ninguém deu um valente tiro no peito dele. Também não foi... esquartejado!! nem foi o imenso sino que esmagou sua cabeça...
E... como foi que ele morreu, então...?
Faleceu-se. É isso. Só que, depois de ele falecer-se, assumiu o comando da paróquia um padre novo e exigente... sacristão analfabeto?! De jeito nenhum...
Eis, pois, nosso sacristão analfabeto botado na rua...! E ele, que nunca fumou, sentiu uma intensa necessidade de um charuto na boca...
E procura... e procura que procura... anda por vários bairros... não há charutaria alguma1
Pôôôô!! Ele pensou... e, no dia seguinte, tabuleiro amarrado ao pescoço... saiu vendendo charutos!
Um sucesso!
No dia seguinte... dois tabuleiros!
Duplo sucesso!!
Depois quatro, oito, dezesseis, trinta e dois... uma moçada toda com emprego!
Abriu tabacarias em todos os bairros.
Ficou rico!
Podre de rico! (às vezes é assim mesmo que eles são).
Foi quando foi entrevistado por um repórter de importante revista, para uma sua reportagem. Falou... falou e falou. “Agora assina pra mim”, pediu o repórter.
Mas eu não sei escrever!!
Não diga!!! Imagine se soubesse, até onde teria chegado... !
Eu seria... um sacristão!!...
Por que esse fato surgiu tão de repente...?
Estou pensando...
Difícil de acreditar!
Estou pensando se o Lula tivesse ido às escolas nas épocas certas... se as nossas universidades lhe fossem familiares... as do estrangeiro também...! O que ele não teria sido, não é?!...
Apenas mais um Dr Fernando Henrique Cardoso!
!!!@@##$$%%...@@@...

14 de setembro de 2009

Mãe Besta Taí!!

Postado por Agnaldo Vergara
Texto publicado na Internet em maio de 2005


Então, mãe é assim. Gera o filho na dor, o que acho ridículo, tudo estourando e rasgando!! Mas... tenho certeza de que isso, um dia, vai mudar. Quando o imperfeito do indicativo virar o mais que perfeito do subjuntivo.
E a minha certeza baseia-se na justiça. E na física: “ação e reação”. Por que é que, pombas, uma ação que se iniciou em grande prazer, termina em dor e... (injustiça), de um lado só??
Só da mãe, que engorda, carrega, vomita, estoura, se arrebenta... amamenta... enquanto que o lindo pai só fica nervosinho, andando de lá para cá, no corredor da maternidade...!!
A mãe já começa besta por aí. Gente, estamos numa época de globalização, direitos iguais... há até mulher que pilota avião!!
Por que não “terceirizar” o parto? Entendo que não se possa nomear um “terceiro”, porque o amor certo é feito só a dois. Ação e reação, só fica mesmo é sobrando o pai que, nessa, até agora, só gozou do prazer.
Aí, a mãe besta, ensangüentada, estourada e emagrecida de uns três quilos e meio, vai criar o filhotezinho.
– Querido, escove os dentes depois de cada refeição! Lavou bem as orelhas? Já fez sua lição de casa? Trate por “senhora” às mais idosas. E não confunda os nomes delas. Não é sra. dona Jaca! É sra. dona Jácoma! Você está lindo, filho, nesse terninho amarelo que a tia Irmã lhe deu; vai comprar no Gigo um pacote de sêmola de milho, pra polenta. Mãe, a moça do caixa do Gigo perguntou por que eu estava, já às quatro da tarde, já de pijama e amarelo...!! Filhos, acabei de fazer macarrão, em casa! Querem com molho branco, vermelho ou rose?! Taxista Nino, socorro! Meu filho rasgou o lábio! Ele estava experimentando um tênis novo, lá no quintal e, de imensas pernas, deu um grande pulo... só que havia um arame no caminho dele! A sra. está bem? Lógico! Sou mãe forte. Mas ela desmaiou, enquanto o dr. Pedro costurava o lábio do filho. E veio o Padre: precisamos fazer um grande abaixo-assinado, exigindo das autoridades constituídas, a volta do delegado Guilherme, que estava limpando os arredores da Igreja, bem escuros à noite... antro de perdição de mulher de um com o marido de outra e de traficantes de droga! Justo no agro da santa Igreja!! É pra já!! Mas, mãe, a sra. não deveria, após o treinamento recebido do dr. Evaristo, começar a vender os cosméticos da Heath Glo e... ganhar dinheiro?! Fica para depois, o dinheiro!! Em primeiro lugar, o dever da cidadania!
Que orgulho!... um filho formado na UNICAMP!!
Que orgulho, o outro formado na USP!!
É assim que a mãe besta faz. Por essas coisículas... ela, autoritária, pensa que é dona dos seus pimpolhos, até a morte!!
Bem, nem tanto longe. Logo eles se apaixonam por lindas moças, preparadas, prestimosas e muito éticas!
Aí, a mãe autoritária, prepotente... vira a SOGRA!!
Gostei muito em ver, na televisão, aos assuntos abordados, justo no dia da SOGRA. Diverti-me com os dizeres na parte de trás dos caminhões:
“Sogra é boa como cerveja. Fria e em cima da mesa”
“Sogra só deve ter os dois dentes da frente. Um é para abrir uma latinha de atum e... o outro é para lhe doer a vida inteira!!”
“Feliz foi Adão, que não teve sogra e nem caminhão!”
“Sogra deve estar numa distância boa. Nem tão perto, para escovar os dentes... nem tão longe para trazer malas!”
“Dois camaradas conversam: – Minha sogra foi mordida por um cão! – E como ela está?! – Bem... mas o cachorro... coitado!!”
“Sogra não é parente, é castigo!!”
“Só não mando minha sogra pro inferno, porque tenho pena do diabo!”
“Sogra não tem problema no trânsito. Vassoura não engarrafa!”
“Deus me livre de sogra com nome Esperança. Esperança é a última que morre!!”
“A garota chega para a mãe e diz, chorosa: mãezinha, meu namorado é cético! Ele nem acredita no Inferno! Case-se com ele, filhinha e deixe comigo. Eu o farei acreditar!!”
“A minha sogra é uma tremenda de uma jararaca! Vou enterrá-la de bruços!” Por que? “Nunca se sabe. Ela pode... tentar sair... cavando!”
E a última:
Era um enterro. O caixão, à frente, levado por quatro homens. Em baixo do caixão, ia um triste vira-lata, bem saudoso! Havia uma fila imensa, quase que indiana, a acompanhar o féretro! Mais de mil pessoas!!!
Aí chega um genro, alheio a tudo e pergunta:
– Morreu o Prefeito?
– Não! Foi a minha sogra!
– E como ela morreu??
– Mordida por este vira-lata que nos acompanha...
Hum... hein... hum... “Você me poderia emprestar o vira-lata?!”
– Entre na fila!!
Minhas homenagens às mães todas.
Eu sou uma SOGRA!!

12 de setembro de 2009

...quando damos a horta para cabras tomarem conta... !

Postado por Agnaldo Vergara
Texto publicado na Internet em maio de 2006


É um verdadeiro “poroboleuma”. Entre duas opções, uma acontece. Você escolhe qual. Ou dá zebra ou... a vaca vai pro brejo. Como tudo no Brasil tudo é amplo, geral e irrestrito, principalmente corrupção e safadeza, a zebra bondosa dá carona à vaca brejeira, coligando-se em legítima verticalização.
Um fato é inegável. Nós, os eleitores, podemos ficar orgulhosos e felizes, porque elegemos boas pessoas (nem todas) como nossos “representantes”, lá pelas bandas das mordomias não caboclas de Brasília e, convenhamos, eles atuam – em nosso nome – de forma bem esperta. Inteligentes, logo logo se adaptam (nem todos) à fisiologia desse antro não menos caboclo de famintas cabras em volta de hortas do brasileiro e... os custos de manutenção desse zoológico todo... nós pagamos. À vista (no voto) e, como miséria pouca é bobagem, de bom grado continuaremos a pagar altas prestações pelo tempo de duração do carnê-mandato.
E... o que é que vamos fazer não é?! As coisas são mesmo assim, sempre foram... em palanques, eles, brasileiros tão bonzinhos, pareciam demais sinceros e as palavras empolgadas nos levavam a ver um tom de azulada esperança na vida, com ótima educação, saúde fácil, emprego farto, tudo numa linda embalagem de extrema e pública segurança para um adormecer digno, em fofo travesseiro sem medo de acordar morto.
Os cujos representantes são eleitos e, de todo recanto do país, chegam a Brasília. Gostam. Gostam tanto que resolvem ir ficando e ficando, eleição após eleição. As ilusões vendidas em palanques se revertem em ações de eterna campanha para a própria reeleição. Não mais “representam” a mim e a você. O interesse público é defenestrado com chutes no traseiro e, de sobra, vigora na dianteira o particular deles. Semana de três dias de trabalho. O resto é ida e volta, ida e volta... às bases, em permanente campanha. Ou você acredita que eles voltem à terrinha só para perguntar se eu e você ainda queremos vida digna de trabalho em segurança?
Agora, o Brasil é grande. Muito. Os “home” ocupados viajeiros. Muito. Nós, dadivosos brasileiros, pagamos viagens de avião. Muitas. Tudo bem, tudo bem, afinal, estamos em abril e, até agora só trabalhamos para pagar os impostos de voraz e faminta boca! Dias mais, dias menos... que seja!
Só que, na minha cuca pequena, ainda não entendi aonde é que eles botam tanta gasolina!! Longe de mim ser irreverente, fofoqueira e crítica perante a majestade representativa toda, porque estou sempre à cata de inocentes éticos.Vejamos apenas dois causos.
Um: o José Janene, lembra, aquele que foi convidado a depor numa das CPIs porque andou chafurdando nas delícias do esgoto do valerioduto. Tava doentinho, coitado. Não compareceu. Entrou em licença média, não trabalhou. Mas... pelas barbas do profeta, em um só mês, pagamos a ele R$18 mil em gasolina!! A R$2,50 o litro, dá 72 mil litros. Sempre em carro bom, dá para fazer 10 quilômetros com um litro, o que dá 720 mil quilômetros em um mês, o que dá para ele ter viajado 24 mil quilômetros a cada um dos 30 dias!
Minha sogra mora na Itália, longe 13 mil quilômetros. E não é que dava quase para ele percorrer essa distância, ida e volta, num dia só?! Milagre brasileiro. Quantas sogras o danado tem?
Dois: outro causo ainda mais veloz, que não estava doentinho, é de um recordista deputado Francisco Rodrigues. Gastou, em três meses, R$60 mil em gasolina, o que dá R$20 mil em um mês, o que dá... o que dá... ora! Sinceramente, o que me dá é trabalho em fazer contas e... pagar a conta!
Por favor, assume você esse pedaço que vou dar um jeito de expulsar as cabras todas da minha horta!

11 de setembro de 2009

Vaca louca foge com Boi Bandido... após contrair febre afetuosa.

Postado por Agnaldo Vergara
Texto publicado na Internet em outubro de 2005

Você já viu, caro leitor que o tema desta semana é... muito centrado nas fronteiras.
Quais fronteiras? Você, irrequieto, perguntaria.
Democrática que sou, mas não muito, responderia: escolha você a fronteira.
Aí você escolhe: a fronteira do Boi Bandido. Novela da televisão.
Gentilmente, lhe pediria um aparte, chamando-o de “excelência”, para consagrar a nomenclatura inadequada com que nossos desacreditados (nem todos) políticos se tratam, lá pelas bandas da latrina Brasília.
Gentilmente, você me concederia o aparte, sempre sem pressa, que tempo sobra! (o povinho paga!).
Aí continuo: sabe, excelência, essas coisas de televisão... de novelas, não fazem meu fraco. Na verdade, nem conheço o Boi Bandido!
Aí sua excelência, com toda a força que tem no peito, à moda do deputado, meio grosso, Arnaldo Faria de Sá, na MP do Bem, retrucaria: “como ousa botar no título o Boi Bandido, sobre o quê nada sabe??!!!”
Sua “excelência” tem razão e peço um minuto de prorrogação, para incluir na pauta do dia o tema: Fronteira da Amizade”.
Alguém me segredou aos ouvidos de criança, uma verdade: “Ao morreres, poderás contar nos dedos das mãos os amigos leais que fizestes, nesta vida!”.
Um desses dedos já está ocupado por Agnaldo Vergara (alvergar@hotmail.com). Ele investiga na internet tudo o que lhe peço, no capricho.
Com o humor imenso que só as pessoas imensas tem! Data vênia... foi ele que até me sugeriu esse lindo título. Excelência lhe garanto, ele conhece todos os bois bandidos!!
Democraticamente (não muito), passemos à fronteira geográfica.
Excelência, como dá vaca louca por ali... e também... como dá militares norte-americanos rodeando nossas fronteiras, de olhos gordos em nossas riquezas. Eu só fiz uma viagem ao Paraguai, por força de circunstâncias. Paraguai era um desconhecido. Hoje não! É Paraguai daqui, é Paraguai dali, Paraguai ao norte, Paraguai ao sul, leste e oeste... pelos artigos contrabandeados!
Dizem até que a vaca louca veio de lá, para seduzir o nosso Boi Bandido, numa febre afetuosa.
Os dois se cruzaram. Nasceu o bebê Aftosa!
Lindo de morrer! É preciso batizá-lo.
E tão lindo é... que vão convidar o ministro da Fazenda, o “homem do dinheiro”, Antônio Palocci... a ser padrinho deste grande evento.
Aí o muquirana Palocci teria dito: estou sem tostão, mandei tudo pro FMI! Como comprarei um presente de batizado? Não tenho caixa 2!
E o nosso Lula, sabido pela experiência, ouviu um dia uma frase de que gostou, sobre responsabilidade.
Não era a definição (o Lula não gosta de definição). Mas o Lula, que nada sabe que nada viu, mas que a tudo, deslumbrado, permitiu, lembrou-se da frase escorregadia que lhe caracteriza o estilo:
“Quem pariu Matheus... que o embale”!
Esqueceu-se de que o avô é ele!!!
Falemos de outra fronteira: a histórica, ainda sobre a vaca louca e os “Bois Bandidos”.
O titulo é: “Oportunidade perdida”, de autoria do imenso jornalista Alexandre Garcia:
“Quando eu era adolescente, ouvia na rádio os comentários de Al Neto, um colunista da Época, recomendando o combate à aftosa. Quase meio século se passou e o assunto continua atual.
O engenheiro agrônomo, Benedito Lasmar, desenvolveu uma vacina contra a aftosa, que passou a aplicar no Triângulo Mineiro, em 1975. A vacina, de nome “acer rufa” foi usada pelos municípios de São Roque, com pleno e surpreendente êxito, segundo atestam os pecuaristas. A tal ponto que evitou o abate do gado contaminado, porque os animais infectados ficaram sadios, curados. Durante a vida do animal não foi preciso mais aplicar outra vacina. Uma bastou para imunizar.
O produto, a vacina, genuinamente brasileira, não só imuniza, como cura. O produtor da vacina procurou a todos, a partir do então Ministro Ângelo Amaury Stábile. O Governo foi procurado, para adotar a vacina, mas... não houve interesse.
O criador da vacina já morreu, sem ter podido ampliar sua contribuição ao rebanho nacional.
Este é o país das oportunidades perdidas! E depois nos queixamos se a Comunidade Européia julga que estamos sendo negligentes e que merecemos o embargo.” (Alexandre Garcia).
Voltando à sua excelência, caro leitor, calculo que estejamos, eu e você, merecendo tudo! Com imensa razão estava nosso rei Pelé.
Um dia aprenderemos que, ao parir Matheus... nos caberá ceder-lhe colo para o embalo.
Ah! Ia me esquecendo de fazer uma sugestão e um grande pedido à lindíssima trindade: Sra. Vaca Louca, Sr. Boi Bandido, nenê Aftosa... que tal uma viagenzinha a visitar o primo distante Frango Febril? Esta é a sugestão. Agora o grande pedido Já que pretendem viajar, por favor, será que poderiam levar junto a turma toda do Mensalão? O Brasil agradece e o Lula também... que está precisando pensar e pensar... já que a inocência do José Dirceu, de tão grande que era... pela goela da Comissão de Ética... não desceu!

10 de setembro de 2009

Você come cocô de cachorro todo dia!!

Postado por Agnaldo Vergara
Texto publicado na Internet em março de 2005


Prezados senhores leitores da Linda S.Carlos, eu lhes trago um texto... que pode ser sugestivo a algum nobre edil empossado. E o faço com muito orgulho, porque o exemplo vem da terra em que nasci. Pequena, mas baitamente organizada e... dentro dos moldes mais elementares da higiene.Por que estou fazendo isso?
Explico: o dito cocô do cachorro... ele vai secando e secando. Acaba virando pó!! O vento leva esse pó e... sem pedir licença... cobre sua deliciosa salada, seu arroz com feijão, seu bife pequeno... a sobremesa... o cafezinho... isso já é um desaforo!!
Concorda ou... você já se acostumou... com esse... tempero?
Acho que não! assim, pedi ao Aparecido, do Jornal de N. Odessa , que me enviasse o texto da Lei do cocô de cachorro.
Ele o fez; agradeço. E o divulgo. Sei que essas coisa de higiene, neste país... andam lentas! Levou 10 anos lá! Quem sabe cá leve menos. Nunca se sabe!
Nem sei se existe aqui lei similar! Se houver, não é obedecida. Ofereço-me , quando ela for aprovada, como chefe-mor da vigilância.Com a irrisória quantia de 30% do total das multas aplicadas aos donos dos cães que praticarem o ilícito de leso-cocô.
LEI Nº 1.974/04, DE 27 DE ABRIL DE 2004
Autor - Carlos Humberto Turcato
"Dispõe sobre adoção de procedimentos necessários ao convívio dos animais no perímetro urbano do Município de Novas Odessa e dá outras providências
AUREO NASCIMENTO LEITE, Presidente da Câmara Municipal de Nova Odessa, Estado de São Paulo, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo disposto no art. 53, § 5º da Lei Orgânica do Município, faz saber que a Câmara Municipal aprovou e ele sanciona e promulga a presente Lei;-
Art. 1o. Ficam os possuidores ou responsáveis por cães domésticos obrigados a adotar os procedimentos mínimos necessários ao convívio dos animais no perímetro urbano deste Município.
Art. 2o. Os procedimentos referidos no artigo anterior são relativos à higiene, saúde e segurança da comunidade conforme segue:
I – vacinar os animais sempre que necessário, obedecendo a variedade, a periodicidade e a freqüência estabelecida pelos órgãos responsáveis, mantendo sempre atualizado o cartão de vacinação respectivo;
II – os proprietários dos cães ou aqueles que estiverem com sua guarda deverão providenciar a imediata limpeza das fezes defecadas pelo animal na vias ou logradouros públicos por ocasião do passeio;
III – para efeito do disposto no inciso anterior, deverá o proprietário do cão ou aquele que estiver com sua guarda, portar saco plástico e instrumento adequado para remover as fezes das vias ou logradouros públicos, depositando tais excrementos em latões de lixo;
IV – os cães ferozes ou bravios, assim como os de médio e grande porte, deverão utilizar guia curta, focinheira e coleira por ocasião do passeio em vias ou logradouros públicos, a fim de não atacar ou ferir transeuntes.
Art. 3o. A infringência ao disposto nesta Lei implicará na aplicação das seguintes penalidades:
I - na primeira infração, advertência escrita;
II - na reincidência, multa de R$ 100,00 (cem reais) independentemente da comunicação do fato ao órgão do Ministério Público para a adoção das providências cabíveis.
Parágrafo único. O valor fixado no item II deste artigo, será atualizado anualmente mediante a aplicação do IGPM/FGV.
Art. 4o. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Nova Odessa, 27 de abril de 2004

9 de setembro de 2009

Tudo moderno e... muito fácil!

Postado por Agnaldo Vergara
Texto publicado na Internet em março de 2004


Olhe, eu só estava com um probleminha no computador. Coisa de nada. Eu não gosto dele e acho que ele não gosta de ninguém. Empatamos, mais ou menos. Só que ele, rancoroso, se vinga de mim!...
Imediatamente, ligo para o endereço certinho. E, imediatamente, uma voz doce me atende... sem me atender!
Se você ainda não tem e quiser adquirir uma linha telefônica, disque UM.
Se houver ruído em seu telefone, disque DOIS;
Se houver chiado em seu telefone, depois de saber, exatamente, que não há problemas com seu telefone disque TRÊS;
Se você quiser falar com o Presidente Lula, disque 000
Se você quiser saber, exatamente, quantas crianças e velhos morrem ao desamparo “neste pais”, disque MILHÕES;
Se você quiser saber quantas vidas foram, inutilmente, tiradas no Iraque, disque : Império Decadente Norte-americano;
Se você quiser sabe quantas músicas cantaram ”Alvarenga e Ranchinho”, disque NÃO ME INTERESSA;
Se você quiser saber quem primeiro cantou “Índia seus cabelos nos ombros caídos”... ligue para Pedro Alvarez Cabral;
Se você quiser saber quem será o novo papa, disque OITO;
Se você quiser saber quantos litros de “água benta” o padre Marcelo, com balde, brocha e tudo... molha os fiéis, disque SAAE;
Se você quiser saber o final da novela da, Globo, das oito, disque SETE;
Se você quiser saber se o Presidente Bush vai ser assassinado, como o Kennedy (??), disque : TOMARA;
Se você quiser saber quantos dedos na mão tem o Lula, disque NOVE;
Se você quiser saber quantas mãos possuem alguns amigos dele, ligue para CINCO MIL E QUINHENTOS;
Se você quiser saber quantos juízes corruptos fora presos, ligue: ZERO;
Se você quiser saber sobre a nossa fajuta segurança, disque: SOCORRO!
Se você quiser saber sobre o nosso sistema educacional, disque: DEUS NOS AJUDE!
Se você quiser saber quantos pobres e miseráveis ficam, horas e horas na fila do SUDS, disque: 30 milhões;
Se você quiser saber porque o Jô Soares continua gordo, com tanta fome zero, disque para “Num tô nem aí”!
Se você quiser saber como o “Arafat” consegue desviar milhões e milhões de dólares, disque para : ALGUNS POLÍTICOS AINDA ILESOS, brasileiros;
Se você quiser saber como nossos idosos, desdentados, vão, sorrindo a um restaurante, disque para: Só SERVIMOS SOPA;
Se você quiser aprender um Português correto, disque para: “Açe todo branco fosse açim!”;
Se você quiser saber porque o Raul Gil tem tanto sucesso, disque: Poderosa Igreja Evangélica;
Se você quiser arrumar um ótimo emprego, ligue para o BISPO;
Se você quiser encontrar tudo muito, muito barato mesmo, fuce no lixo do vizinho rico;
Se você gosta de ver o mesmo filme por 30 vezes, disque USA;
Se você quiser ficar muito bem informado, não disque para ninguém;
Se você quiser saber a quantas andam as antigas propostas do PT, ligue: ABACAXI;
Se você quiser ter “fome zero”, tome seu café da manhã num hotel de grande luxo;
Se você quiser aprender a falar, falar, falar, falar, falar e falar, disque para a escola do nosso Presidente;
Se você quiser falar com um político muito sério, disque para o Governador do trigésimo oitavo Estado Brasileiro;
Se você quiser mudar de vida, enforque-se!
Se você estiver com “dor de cotovelo”, DANE-SE!
Se você quiser saber com quantos paus se faz uma canoa, construa uma!
Se você quiser saber se vai chover na sua horta, plante uma primeiro;
Se você quiser resolver, de vez, todos os seus problemas, disque: HOSPÍCIO;
Se você for um solitário mas pretende ser feliz... continue SOLITÁRIO!
Se você quiser saber aonde vai todo o imposto que paga, ligue: ACHO QUE ESTÁ XERETANDO DEMAIS!
E eu só queria consertar meu computador. Acho que vou ficar, mesmo... é computador no dedo... depois de tanto discar!

8 de setembro de 2009

Pintando a cara de preto

Postado por Agnaldo Vergara
Texto publicado na Internet em dezembro de 2003


Sou uma pessoa importante, pô! Recebo, em casa, via computador, o Boletim do PT!!! E chegou-me a seguinte notícia:
“O Secretário Nacional de Combate ao Racismo, M. das Chagas, avaliou seu “périplo”...
Péra aí!!
Périplo??!! Palavra bonita! Eu acho que é a primeira vez que eles a usam, porque ela vem entre aspas. Deve ser uma palavrinha importante. Aí fui consultar o chamado, indignamente, de “pai dos burros”... burra é a tua vó, viu, que se eu fosse burra, nem dicionário consultaria...!
Bem, a tal de palavra vem do grego (extrachique!) e significa viagem de circunavegação, em volta de um mar, de um país... (será que o Lula tem a intenção de... viajar... como o FHC?)
Continuemos: então, esse secretário de combate ao racismo afirma que: O “périplo” por cerca de dez ministérios (aí eu respiro, aliviada!) acabou revelando que o Programa Fome Zero será a medida de governo de maior impacto para a população negra, neste primeiro ano de governo. Foi explicado que, em cada dez pessoas a serem atendidas pelo programa... oito são negros.
E termina o tal de M. das Chagas:
“Este é um dado que consideramos emblemático (e não é que estão usando palavras difíceis?) da situação da população negra no País. É importante, temos agora um governo que desnude e detecte isso”.
Pombas!!
É por esse motivo que estou pintando a cara de preto, pô! O Alkimin não sabe que aposentados precisam de mais dinheiro que os não aposentados... mas, como tudo neste santo país e feito para aumentar a riqueza dos que já são ricos, mas, em compensação, aumentar também a pobreza dos que já são pobres... eles devem chamar isso de “igualdade de direitos”e... como sou branquinha... acho por boa medida pintar minha cara de preto.
Além de branquinha, sexagenária de longa data... e tudo sob protesto!
Devo trazer a público, meus lídimos sentimentos de rebeldia!
Professora aposentada... ganho... bem não vamos falar do que recebo; vamos falar daquilo que me falta.
Falta-me um lugar aonde possa morar e dormir em paz... mesmo quando chove!
Agora, é só São Pedro ficar de mal com São Carlos Borromeu... que tudo borra o nosso!! Quando chove, acordada por horas e horas, fico aguardando a invasão das águas na minha cabana!!
E elas chegam... sempre sem cerimônia e, na volta, carregam tudo... meu tênis do pé direito, minha sandália nova do pé esquerdo, até o tubo de “korega”... sem falar das peças íntimas...
Foi por esse motivo, que o assunto dos negros me interessou assaz (outra palavrinha muito linda!).
Quero criar, em São Carlos, Capital da tecnologia, uma favela para brancos velhos e desamparados...
Vamos criar um lugar alto, à nossa altura... onde possamos nos deliciar com o aconchegante barulho da chuva e... ler, à luz amena de um abajour, Balsac... em sua meritória obra, contrapondo Dante na Divina Comédia, com sua “Comédia Humana”... ou... mais apropriado seria ler, de Victor Hugo, “Os Miseráveis”. Antes de reler tudo isso, gostaria de ter... um lugar... enxuto!! Sem enchentes.
Aí você diria: o Lula tem que atender às prioridades!... o Prefeito também!
E eu replicaria: “Prioridade merece quem trabalhou, honestamente, a vida inteira, e não pode esperar muito, porque tem pouco tempo de vida!!” É coisa rápida!
Gostaria de, ao sair, pudesse levar, deste País, uma recordação efetiva, sem ter que pintar a cara de preto. Bom, aí lembrei-me que deveria ligar ao Dr Rúbens, esposo da amiga Angélica.
Eles fazem um casal maravilhoso, sempre bem humorado. Toda segunda-feira, por volta da 19h50min, apanham-me e vamos ao “Campo do Rui”. Ali se reúne um grupo amante da música clássica e sacra, e, sempre louvando o Dom Fulgêncio, canta o Coral Santa Cecília, sob a regência da enérgica e inteligente amiga Célia Aparecido Luiz.
Bem , eu ligo lá porque sei que o Dr. Rubens, está contundido, por um pequeno acidente de moto.
Conversamos bastante e... ela, a Angélica, finaliza, fazendo-me cortez convite, porque sabe das enchentes aqui na minha cabana, no Kartódromo:
“Apareça, Daidy!!... Tome o barco das seis, das sete ou das oito horas!
(Desgramada!)
Agora só me fica uma dúvida:
O que é que devo fazer com o nosso Presidente... com o meu Prefeito, com as minhas enchentes e com o bom-humor dos meus amigos?
SORRIR!!! E... perguntar: QUANDO É QUE A GALERIA DA FERROVIÁRIA VAI SER AUMENTADA, para dar vazão às águas? Quando é que esses tubinhos cobertos por terra e asfalto – a que deram o nome de “ponte”, aqui no Kartódromo, serão dinamitados para ali se fazer ponte de verdade?
Ô... meu querido sr. Prefeito, se acaso faltar verba específica para dinamite, eu posso, como cidadã oferecer, tanto o material quanto a mão de obra! Enquanto estamos em seca.
Na inauguração da nova ponte, sugiro que o Prefeito mande a “orquestra sinfônica” – que pretende fazer e, caríssima, por sinal – interpretar a peça que estou escrevendo: no primeiro ato: “Como cobrir a caca com creme”! No segundo ato: “Como acariciar a elite intelectual e mandar os pobres às favas”.

7 de setembro de 2009

Um tesouro no meu quintal! Ou: Estou lançando à reeleição, o nosso Prefeito

Postado por Agnaldo Vergara
Texto publicado na Internet em 2004


Ai, como achei lindo esse artigo, do nosso querido prefeito Newton Lima. É o tal de CTAF. O jornal “A Tribuna” o publicou (um abraços a todos vocês aí, desse grande jornal!. Quem o manda é a Daidy!).
Olhe, eu gostaria de abraçar, também, esse nosso Prefeito. Só que eu acho que não vou conseguir! Ele está ocupando um espaço físico muito grande!... e, depois, será que a esposa permitiria?
Sabe, eu acho que sim. Esposa de homem bom, só pode ser mulher boa. E sabe que escritora se apaixona por idéias, escritora se apaixona por ideais, coisa sutil, nada física, tudo no plano de abstrações. Escritora não vive. Ela plana no mundo, como se fosse uma grande arquibancada, tudo um grande circo!. No picadeiro, vê os comediantes, as moças que andam em pé, em cima de treinados cavalos e lindos
Como escritora, aprendi a ser partícipe deste circo: não estou no picadeiro, mas na arquibancada! fico vendo tudo... e, sabe do mais gosto? É dos palhaços. Eles são tantos!!
No setor político você os encontra aos montes; risonhos todos, com lindas palavras, com elogios imensos; nariz de bola, vermelho; no Judiciário, então, você pode, de cima, ver a nata da corrupção que existe embaixo...
O meu panorama de escritora é estranho! Diferente, mas ele está interagindo cada minuto, com você... meu irmão... meu companheiro da luta digna diária.
Na luta digna diária, eu preciso homenagear um meu amigo vizinho: é o sr. Lorival Trimer, esposo da minha elegante amiga Nereide. Jovem, lindo , sempre trajado de forma a causar inveja ao mais requintado homem europeu... sabe... ele... ele se importa com as pessoas idosas...
Neste explícito caso, a idosa sou eu. Daidy, a escritora.
E não é que, no tempo de manga, o meu querido vizinho Lorival Trimer aciona o meu sino? É. Não tenho campainha. Como boba que sou, acredito que... cada vez que um sino toca, um anjo adquire asas!
Quando meu amigo Lorival chama...eu recebo, de sorriso imensamente aberto, um monte de mangas... ou um monte de poncans!!
Por esse motivo, quero, agora, prestar homenagem a este cavalheiro que ajuda damas... um tanto envelhecidas!
Isso é muito digno. E, em agradecimento, eu deixo que os mimosos cãezinhos dele façam COCÔ, na minha grama... amigo é isso!... Amigos para siempre!
Mas, voltemos ao nosso amigo Prefeito, Dr. Newton Lima Eu o abraço, hoje, com todos os braços que tenho! Pelo seu amor ao povo e, sobretudo, pelo CTAF – Centro Tecnológico da Agricultura Familiar! – com a EMBRAPA, que é a inteligência do nosso progresso e, muito mais que isso, ela é a própria libertação do nosso povo... da fome!
Eu quero ter uma horta no meu quintal!! Quero aprender a plantar tudo, sem agrotóxicos. Há alguém que possa me ensinar? Já pensou, minha querida, a alegria em levantar, bem cedinho, pegar o regador e molhar a rúcula novinha, o pezinho de alface, a chicória e o canteiro de manjericão e de cenouras? O que é que pode acontecer de mau, num dia que começa assim...entre você e a natureza que está no seu quintal...? Pode haver pobreza, quando se descobre ...um tesouro pertinho de você?!?
Olhe, dr. Newton, eu transferi meu título de eleitora para São Carlos, para votar em sua pessoa!
Portanto, recandidate-se!! Eu e mais um monte de pessoas vamos ficar tristes, se não o fizer!! Eu, “oficialmente” o estou relançando, hoje. Homem público é assim: obedece, não manda! Obedece a todos os anseios do povo que o ama! E mais: hoje lhe acrescento um qualificativo: Newton Lima,”o possante.”
Abraços da escritora Daidy