27 de setembro de 2011

Arrobas de presunto, mortadela e copa.

Arrobas de presunto, mortadela e copa.

Daidy Peterlevitz

@ As palavras...ora, as palavras são mágicas! Elas assumem significados diferentes, contrários mesmo, conforme a composição das frases. Também no passar dos tempos algumas mudam de sentido. Por exemplo, o termo “memorável”, hoje funciona como adjetivo elogioso, algo ou fato digno de memória, mas, há muitos anos significava “amedrontador”, como na frase: “...o memorável vulto de Ararigbóia”. Hoje, o termo “esquisito” nos fala sobre algo estranho; Há tempos, significava “especial”, que ia além do pretendido “ex-quisito”.

@ Ah!, como é bom saber que o povo brasileiro está enriquecendo! A cada dia ouço que as classes antes mais pobres agora ganham bem, viajam, consomem muito. A nossa Dilma preconiza o consumo como fator para que o desenvolvimento nosso continue. Lembro-me que, antigamente, o presunto era artigo importado. Uma delícia! Todos os presuntos são feitos a partir do pernil de porco – ou porca, mulher anda valorizada, hoje. Um dos mais requintados tipos, dizem, é o “pata negra espanhol”, que, segundo contam, já era apreciado pelos romanos. Recentemente foi encontrado um navio romano, num rio perto de Pisa, com dezenas de patas e as esquerdas, ainda por cima, eis que eram as mais valorizadas. No Brasil o tipo Royale é muito apreciado, mas, eu ainda preferiria dar um pulinho até a cidade de Parma, na Itália e devorar, na origem, o famoso presunto de Parma. R irei. Só devo ter paciência e esperar que os professores aposentados ou não, readquiram o conceito de antigamente, quando seus proventos se igualavam aos dos magistrados. Spes ultima dea.

@ Para usar de menor espaço, vou encurtar num só, os demais significados de “presunto”, como o final infeliz de uma ação de vândalos, como cadáver que resulta da sanha de quadrilhas, de corruptos, que matam para encobrir dossiês da verdade! O prefeito de Santo André, Celso Daniel é um presunto cuja fabricação ainda continua nas convenientes névoas do mistério... Há inúmeras fábricas de presunto em nosso Brasil. Pessoas ainda vivas que procuram ajuda nos hospitais públicos e...viram presunto nas macas dos corredores! Presunto-criança que foi operar a perninha esquerda e...por um pequeno descuido da incompetência, teve a outra, a sadia, amputada e...apresuntou-se! Tesouras largadas dentro de barrigas, joelho direito sadio operado sem permissão, quando o esquerdo doente deveria ser o único, e muitos, muitos outros fatos semelhantes nos apontam que há escolas inúmeras de Medicina a prepararem, sem pejo, laureados fabricantes de presunto! Mas...dizem que a Saúde vai bem, só precisa de mais um imposto para ficar perfeita.Há anos o Lula disse que ela estava quase perfeita; deve apreciar presunto nos aperitivos.

@ E depois de mais de três anos, numa lanchonete: - Ô Méria, solta aí uns sanduíches de copa! – Não há copa, patrão! O pessoal das fábricas, FIFA inclusive, anda complicado! Estádios com bóias-frias em greve, concorrências sob suspeita, só há um grupo vencedor desde já! – Xiii, Méria, e quando tudo se arranja? _ Sei não! – Ora pois, bota mortadela da ruim que o povo bobo paga por copa boa!

22 de setembro de 2011

Notas á espera da esperança (Primavera)

Notas...á espera da esperança!

Daidy Peterlevitz

Lá embaixo é tudo escuro, muito frio, de gelar o ânimo, fechar o sorriso, calar a palavra bonita que o coração gosta de ouvir, coração que teima em bater ainda, bem fraquinho e devagar, não dá nem para ouvir... Lá, naqueles baixios gelados, há um mundo que se mostra parado, quase morto, sem cor, inda que fosse uma triste, do arco Iris matiz apenas, quando a gota do orvalho atriz derrete o sol em finas e risonhas cores...

Mesmo no frio e no escuro, onde um tênue coração teima em viver, deve haver uma fina sintonia, o pulsar junto, no conjunto que se agarra da esperança à espera...onde está o maestro dessa muda sinfonia? Quem vai reger o fim desta fria espera?!

O som leve de um tambor distante vai chegando, esparzi calor, sacode com morno sopro o assopro do clarim que vibra: vem vindo a Primavera! Na pauta do infinito dedilha nova variação para o tema eterno da espera. O instrumento, que é a própria natureza, tem para vibrar milhões de notas puras...notas de candura...notas de beleza!...

Saltitando pelos tons de escala menor, o pequenino rouxinol trina, gracioso, colorindo um pálido pedacinho do arrebol...entre” mínimas “e “colcheias”, a borboleta, ensonada ainda, ainda confusa, bate leve as asas, partículas de tinta produz e, no cantinho do escuro, pinta, bonita, uma “semibreve” de luz! O peixinho, quase transparente, vibra um sustenido gracioso e sacode, piano, a gota d’água do regato que...no “allegro”...moderato, explode depois em “fuga” pela relva da floresta, compondo...”maestoso”, um novo rumorejar de festa!...

Plácido, o lago “tranquillo”descansa a água cinzenta e, de inveja do regato, arrebenta em miríades de cores atrizes, estilhaçadas...que declamam...notas assustadas! também assim acordado, o “vivace” grilo alado convida: - Vamos compor melodia a quem chorava a vida no frio da espera! Saudemos a primavera...

O vagalume de há muito não teme o escuro que a noite fria produz, vence morros elevados em dueto com a cigarra. O som e a luz! Do-re-mi-fá-sol-lá-si-dó! Descem vales e penedos lisos dó-si-lá-sol-fa-mi-re-dó...vão longe, á procura dos mil sorrisos e da esperança que o adulto triste perdeu inda criança...dó-la-dó-do-sol...

Desejo-te, leitor querido, nesta despedida do inverno, que possas encantar-te, solene, em todos os compassos da nova estação e que as flores lhe sejam perenes!

Vem comigo, integra esta sinfonia! Anda! O instrumento o tens bem aí dentro...

Ao querido que esteve à espera; à querida que esteve à espera...em cada coração permita Deus que more...uma eterna primavera!

daidypeterlevitz@hotmail.com http://dnossoblog.blogspot.com

6 de setembro de 2011

Não há 7 de Setembro sem a Maçonaria

Não há 7 de Setembro sem a Maçonaria!

Daidy Peterlevitz

A História nossa, como a contam na maioria das escolas, não é a de verdade. Resgatar o tanto que as gerações perderam, no conhecê-la, seria impossível, mas nos resta a esperança que a internet venha em socorro, na elucidação das atuais e futuras gerações. Fica muito claro que a palavra “independência” desagrada aos do poder. Vejam que hoje a liberdade da mídia está ameaçada, embora digam que não. O assunto do título tem séculos de informações não contadas.Um amontoado muito grande, mas, farei a minha parte, aliás, uma partícula bastante incompleta.

A Maçonaria, antes uma sociedade secreta, assim que instituída logo penetrou em todos os países europeus. Pela nossa relação com Portugal, lá foi introduzida pelo escocês Gordon. Lojas foram fundadas no Brasil. E se espalharam. Em 1815, no Rio, a Loja Comércio e Artes, Joaquim Gonçalves Ledo como um dos fundadores. O objetivo era formas a primeira Liga que seria ocentro de propaganda das idéias liberais da época. Partidos políticos eram proibidos (deveria ser agora, eles não têm filosofia alguma!). Quando da Revolução Pernambucana, em 1817, d. João VI expediu alvará proibindo a existência de sociedades secretas. Não adiantou nada, os assuntos passaram a circular sob a capa de atividades recreativas e artísticas. Surgiram inúmeros “clubes”.A Maçonaria continuava, assim, até em locais improvisados, fora da lei e até em casa de alguns maçons. Era a época de quando a família real retornava à Pátria, de onde havia fugido, porque Napoleão Bonaparte invadia Portugal. Não foi fácil pertencer à Maçonaria, no período pré-independência! Em inícios de 1822, a Loja maçônica Comércio e Artes possuía 94 membros e, com mais duas Lojas, foi instituída a Obediência Maçônica Brasileira. Mais Lojas surgiram e foram eleitos, por aclamação: José Bonifácio de Andrade e Silva, Grão Mestre, Marechal Joaquim Alvarez, Grão Mestre Adjunto, como Primeiro Grande Vigilante, Joaquim G.Ledo e o padre Januário Barbosa, como Grande Orador. Fundado o Grande Oriente Brasileiro, estava o Brasil pronto para a arrancada final que o levaria á Independência, que foi construída por muitos (nem todos maçons), mas, sem dúvida, a ordem maçônica contribuiu de forma decisiva e qualitativa, para o evento. Muitos nomes deveria ser lembrados, mas, dois não podem ser esquecidos, eis que foram os arquitetos do 7 de Setembro: Joaquim Gonçalves ledo e José Bonifácio.

Já em 1822: a 8 de janeiro, D. Pedro I manifestou adesão à causa, quando afirmou: “Estou pronto, digam ao povo que FICO!”. A 2 de junho, D.Pedro ouviu de Clemente Pereira, redigido por Gonçalves ledo, discurso sobre a necessidade de Constituinte. O Brasil teria suas Cortes. Mais um passo para a Independência. A 2 de agosto, o Príncipe Regente é iniciado na Maçonaria, com o nome de Guatimogim (último imperador asteca).

A 5 de setembro desce à Santos, de onde retornou na madrugada do dia 7. Encontrava-se na colina do Ipiranga, quando, após ler cartas de José Bonifácio, proferiu as histórias frases: “As Cortes me perseguem, chamam-me, com desprezo, de rapazinho e de brasileiro. Verão agora, quanto vale o rapazinho. De hoje em diante, estão quebradas as nossas relações, nada mais quero do governo português e proclamo o Brasil para sempre, separado de Portugal.!” Foi o “Independência ou Morte!”

Bem, agora vou me preparar para o desfile e marchar ao som da fanfarra. Meu coração brasileiro é fan...dessa farra! daidypeterlevitz@hotmail.com http://dnossoblog.blogaspot.com