28 de outubro de 2009

Alô... caçamba!!!

Texto publicado na Internet em março de 2004

E foi uma longa história.
Começou tudo com a construção do Vendramini que, além de deixar uma linda cabana rachada... ele... simplesmente.. sumiu! Tomou rumo ignorado.
Só que deixou entulhos, bem junto àquela humilde morada. E isso facilitou a entrada de... malfeitores!
Nada disso é pessoal, mas é um alerta! Com quem você pode contar ou com quem você não deve contar.
Você não deve contar, por exemplo, com a participação do setor de Vigilância da Prefeitura, a quem se recorreu e de que nada resultou!
Por duas vezes vieram roubar a tal cabana e saíram frustrados... façam-me o favor! Roubar em casa de professora! não há nenhum tostão!!
A última invasão daquele sagrado domicílio foi no começo do ano, quando eu voltava de Sumaré, onde pude conhecer uma linda propriedade amarela, em que funciona a grande equipe do Jornal Liberal – abraços ao Marcelo! . Foi depois de abraçar meus queridos parentes todos, na fazenda Flórida, do tio James Ernest Vaughan e... voltando... encontrei a cabana invadida.
Tudo bem, isso ocorre.
Tudo bem uma vírgula! Procuro saber e sou informada que a providência cabe aos poderes constituídos, no Setor da Vigilância:
– “Por favor, retirem uma caçamba que está grudadinha à minha parede, na área abandonada pela construtora e que tem servido... de escada... aos invasores!”.
– “Sim, sim, amanhã mesmo, foi a resposta do Setor de Vigilância da Prefeitura”. Vamos falar com ele, com o dono da construtora.
(Achei uma coisa difícil, mas a minha ignorância otimista achou por bem acreditar que... talvez houvesse um FBI ou uma CIA municipais. Nunca se sabe!) e retruco:
– Mas “ele” está sumido e a obra cuja foi embargada, porque, ao que tudo indica, essa administração, que retomou com seriedade as questões do meio ambiente, percebeu que não havia a distância regulamentar mínima entre a obra e o rio. Rio que, graças a Deus... em chuvas fortes, transborda e... tudo ficava uma linda Veneza são-carlense! Romântica... penso em comprar uma gôndola..
– Vai passear?
– NÃÂO! Vou alugar a cuja!
Paciente – e crente – acreditei na promessa do “amanhã mesmo” fiquei... esperando e esperando... pela devida ação da prefeitura, que deve, por dever constitucional, velar pela incolumidade e segurança dos munícipes. O “amanhã” ficou ontem, anteontem, semana passada... mês passado!
E nada: a cuja tralha continuava lá... à espera dos malfeitores.
Vou procurar outro jeito e converso:
– Dr. César (é meu digno advogado, junto à gigante Imobiliária Gigante)... depois de lhe contar tudo, pergunto: o que faço??
– Liga para a Alô Entulho! É eficaz!
E o fiz: foi a primorosa Daniele quem me atendeu nesse primeiro pedido de socorro e a quem agradeço, de público. Passou-me ao Daniel. Tudo ali parece em par... espero que o atendimento, pelo menos, seja ímpar! E foi. expliquei ao Daniel o que se passava. “Vou tomar providências” me disse ele, gentilmente, entendendo o problema.
(Essas coisas não quero que aconteçam com você!!... Repito!...)
Ontem à tarde, dia 8, nas minhas andanças, coloco o olho num dos buracos feitos no tapume da cuja construção. Ainda estava lá a ameaçadora caçamba!!
Hoje, (9), depois do almoço, renovadas, ainda minhas velhas forças estão a reclamar:
– Alô ! É do Alô das caçambas?
– Sim!!!
– Com quem tenho o prazer de falar?
– Dona Daidy!! Eu sou a Daniela e lhe informo que, hoje pela manhã, já foi retirada a cuja caçamba...
– NÂÃÃOO?
– SIIIM!
– E, inda que mal lhe pergunte, quem foram os heróis a fazerem isso?
– O Virgílio e o Adilson...
– E como foi que eles fizeram essa façanha?
– Foi desparafusando!!!
– Vou fazer do assunto uma crônica, agradecendo a todos vocês, primeiro, pelo sentido de justiça e depois... pela ousadia, que o Setor de Vigilância da prefeitura não teve . O setor deve estar... como a Polícia... procurando o homem, a fim de pedir “licencinha” a ele... para a retirada da cuja caçamba malfeitora! E vão continuar a fazê-lo... até o dia do Juízo final, quando, espero,... saberão dos próprios erros, por... omissão... completamente legal!!!
Somos um novo Brasil!!! Estamos em um novo mundo! Em novo século! Onde há pressa de decisão!
Abraços da Daidy, esperando que os do “Alô entulho” leiam esta crônica e que saibam que lhes agradeço pelo. desparafusamento!!
Isto deve servir a todos, como exemplo a quem procurar, em hora de.emergência!!
Abaixo a burocracia!
É só Por hoje!
Adendo: sem enchentes, sem o barulho dos “kart” e com a beleza que aí está, pelo plantio de inúmeras árvores por iniciativa do valoroso prefeito Newton Lima... calculo, imobiliariamente calculando, que a Nova Santa Paula será um dos locais mais aprazíveis da cidade, com linda praça e tudo o mais!
As pessoas aqui caminham. Faz bem ao coração!
Sinto-me uma rica proprietária e o preço do imóvel está subindo!
Jamais venderei o meu pedaço... mesmo porque... amo São Carlos e... meu pé de limão Taiti desabrocha , em seis e lindos botões brancos!
Vamos fazer uma limonada?

24 de outubro de 2009

Três botões de rosa e orvalho de lágrimas

Texto publicado em maio de 2004

Quatro horas da manhã de um sábado, duas semanas que antecedem o Dia das Mães.
É uma longa avenida e o capacete de um jovem de moto reflete a luz prata da lua crescente.
Calculo que, nesta viagem solitária, o céu e o escuro da noite por companhia, ele estivesse muito feliz consigo mesmo e pensando: “Céus, quanto se é levado a errar por suspeitos amigos que trilham caminhos escabrosos! Quanto me faz mal aquilo que errei! Mas, confio no perdão de Deus! Estou contente e tudo se mostra pronto. Tenho paz no peito – que ao Supremo ofereço – porque, entre erros, acertos, melhoras e recaídas, algo de nobre e do alto fez-me providenciar ao meu querido filho um futuro diferente – com muito estudo dele – futuro diferente daquele de tantos brasileiros, a quem não é dado chegar aos níveis superiores de graduação... quantas inteligências anuladas pelo narcotráfico... pelo uso e posterior venda de drogas...quantos chefes de famílias alienados...! NÃO!!! meu filho será um exemplo de ética! Um cidadão respeitável! Já providenciei. Está tudo pronto. Como é reconfortante ter esses meus sentimentos! Acho mesmo que, se eu tivesse que morrer amanhã... morreria feliz, meu Deus!...
MEU DEUS!!! O silêncio da noite acorda pelo estardalhaço de – MEU DEUS! – ferragens que se chocam, ao ser albarroado por um carro prata... que também deveria refletir, momentos antes, a prata luz da lua crescente...
Peito em paz estraçalhado.
O asfalto recolhe seu corpo ainda quente, mas já sem vida...
O “amanhã” foi agora.

DUAS MÃES

À porta de uma linda residência bate um coração inquieto, alma banhada de apreensão misto à incertezas. Poderia odiar, não o faz; vilipendiar, não o faz; culpar, não o faz; insultar... mas não insulta...
Do lado de dentro da linda residência, pela portinhola, o amargo de uma face pálida, assustada e triste revela intensa dor... é a mãe do moço que dirigia o carro prata...
Olhares se cruzam.
Lábios emudecem.
Corações pulsam rápidos, em viagem dolorida... com paradas em sentimentos de culpa, desespero e agonia...
As duas almas trocam de lugar.
Uma entende e sente a outra.
A misericórdia que Deus reconhece no âmago daquele que é bom produz a magia do perdão.
Perdão, ainda que afogado em lágrimas.
Retira-se a mãe do órfão, extremamente sensibilizada, mas retorna meia hora depois. Voz modulada, calma, límpida:
- Não quero sofrer mais, com o sofrimento da senhora. Somos duas mães. E, embora seu filho tenha deixado órfão de pai o meu, preciso que essa tragédia não lhe arruíne todos os demais maios. Que todos os que a amam possam vislumbrar no Dia das Mães, um sorriso de alegria!
E entrega-lhe três botões de rosa, com um voto: “Feliz Dia das Mães!!”
Esses fatos são todos verdadeiros. Ocorreram, exatamente numa longa avenida.
Na data referida.
Abraço a todas as mães que sofrem. Ofereço a vocês este texto, de forma geral e, de maneira muito especial, à mãe do órfão de pai, inspiradora desta crônica. Tu tens, jovem Mãe, a forma mais perfeita do amor!... a mais lídima... a mais linda! Aquela que advém da MISERICÓRDIA!!
Três eternos botões de rosa a você!

23 de outubro de 2009

O OLHAR SEM COR

Texto publicado em agosto de 2004

Daqui do alto, de onde eu vejo o mar, também um personagem espia e, se acaso solitária eu fosse, ele, certamente, de minha solidão partilharia.
A cor dos olhos dele não existe !...a cor dos olhos dele nao existe, mas aqui de cima, toda a natureza insiste... em transparecer - inteirinha - dentro do seu olhar e fica interessante notar, como as cores vão fluindo mudas...silenciosas...nesse meio translúcido...vítreo...estático e quieto do seu olhar...passam todas elas...os matizes do outono...o azul quente do verão, as lágrimas da chuva deste inverno, o amarelo da primavera florida!...velozes...as estações todas...da vida .
Passaram todas. Sumiram todas. O mar não está. O sol morreu ontem.Tudo sem cor. Fechado.
Prisão.
Mas ele, calado, espia...seu contorno não é nítido...parece entre vapores cinza...é muito triste...essa figura muda, fria... imprecisa...que olha sem cor, através da janela-prisão... parece que ele soluça o silêncio e seu corpo tremula com as lágrimas que escorrem, em senóide melancolia, brotando de todos os lados... olha-me fixo, quase espantado...e sinto frio...muito frio...e cheiro de inverno...
- Inverno uma ova !! - chama-me à realidade o Bud, chegando.
Cheiro sim, mas de leite derramado mesmo!!
Enquanto você, como um fantasma devaneia, olhando na vidraça para os olhos desse gato imbecil da vizinha, através dessa chuva que dá pra lavar o mundo, a sua leiteira no fogo.de tanto queimar...já perdeu o fundo.
É fogo !! e será fogo na casa inteira se o inverno durar muito ...
- Que azedo você está hoje...

22 de outubro de 2009

PORTA RETRATO SEM FOTOGRAFIA

Texto publicado em maio de 2004

Comunicação! Internet! Coisa boa.

Era uma vez uma menina.
Ester. Dez aninhos.
Era uma vez também a mãe dela.
E era uma vez, o pai.
Então, era uma vez uma família.
Havia sido um lar como tantos outros; com bons momentos... com maus instantes.
A menina Ester, muito esperta, observava; muito sensível, sentia.
Ao contrário das amiguinhas, não era de falar.
Observava e sentia.
Sentia e calava.
Ao contrário das amiguinhas, não pedia nem implorava, humihando-se aos adultos, quando queria um sorvete, um doce, um brinquedo novo...
Observava, sentia; calava, não pedia.
Ao contrário das amiguinhas, não valorizava nada as roupas novas e os calçados.
Livrinhos, ela gostava.
Calava e li. Nisso saíra-se ao pai, que lia todos os livros; jornais... todos os jornais.
E escrevia livros importantes. Ester sabia que eram livros de gente grande.
Via o querido pai sempre ocupado, ausente...distante mesmo quando perto.
E entendia.
Observava. sentia; lia, calava; não pedia, compreendia.
Como a algumas de suas amiguinhas, aconteceram a ela, um dia, coisas estranhas... coisas ruins...
Ela ficou com a mãe.
O seu papai saiu, levando a importância toda de gente grande...todos os livros que já havia lido; todos os livros que já havia escrito.
A mãe da menina Ester, é bem verdade, falava bastante...e...ler, não lia. O porquê, Ester... não entendia.
A mãe não adivinhava...como só as mães sabem fazer... o que Éster não falava...
Muito só foi ficando. Cada vez mais só.
O Sábado.
Dia de ver o pai.
Neste sábado não vem.
Palestra na universidade.
Outro sábado.
Também não.
Viagem de avião.
Finalmente ele chega. Vão ao parque... ele no banco, ela no balanço. Pouco alegre está a menina; um tanto triste o pai.
Chega o final da tarde.
Ele quase nada disse a ela. Por outro lado, quase nada ele ouviu.
Isolamento cada vez maior.
Hora da despedida. Seria tão bom abraçá-lo, mas não o fez.
Queria um beijo... mas não pediu.
O pai queria abraçá-la, mas não o fez.
Queria um beijo dela, mas não pediu. Entre os dois beijos que ninguém deu, cada um chorou no seu canto.
Um choro que também nenhum dos dois ouviu...
Ester sozinha.
Sozinha cresceu.
Foi quando um moço calado calou-se ao seu lado.
Casaram-se.
Anos vieram; anos se foram. Anos vieram e se foram.
Num desses o pai morreu.
Ester não se lembra muito dele.
Nem com tristeza, nem com alegria.
Apenas um grande porta-retrato...sem a fotografia...!

21 de outubro de 2009

TIC...TAC!

Texto publicado em março de 2004

Hoje não estou mesmo para as ciências exatas. Estou é ouvindo o TIC...TAC do coração... juro, não quero ser a pessoa idosa que vive no passado, a fazer de conta que é útil nos grupos de terceira idade... quando, na maior parte das vezes, experiência primorosa não é colocada a serviço de quem dela precisaria! Quero sim, viver o presente, como a criança o faz...como o cão o faz e, justamente agora, meu grande amigo Zorro presenteia todos meus vasos... com seu inesgotável xixi!
Uma bexiga e tanto!
Voltemos ao assunto: o TIC...TAC...!
São dois os TIC...TAC que tenho na cabana rústica. Um é amarelo, marca Tecnos, com números grandes, que enxergo sem óculos. Leva, ainda uma etiqueta embaixo: Ind. Relógios Herweg S/A. R. Uruguai, 240. Santa Catarina. Indústria Brasileira. O outro é verde, um Westclox, sem etiqueta. Os dois são econômicos. Não precisam de trocar pilhas. É só dar corda e saber que, em doze horas, eles atrasam 30 minutos só. Fora de moda e substituídos pelos digitais todos. Uma lástima!
Eu os guardo por causa do TIC...TAC do coração. Nunca precisei deles como despertador. Explico: é que dentro de si, cada pessoa tem seu próprio tic...tac. É só dar corda, à noite, direitinho, ordenando ao assim ao sono: "amanhã tenho que acordar às cinco; ou às seis; ou posso dormir até às sete"!
Dá sempre certo!
– Inda que mal lhe pergunte, se não usa as vetustas peças como despertador e...achando difícil, embora não impossível que as carregue no pulso...por que as guarda?
– Cá entre nós...elas guardam um poder mágico! Não conte a ninguém! Quando eu coloco minhas mãos sobre elas...salto no tempo em 35 anos, 36 anos, 37 anos... é uma delícia!!... odor de mato, asfalto à frente... grandes pontes sobre enormes precipícios... linda paisagem de serra...cheiro de mar depois. Por todo o saboroso percurso, até à chegada a alguma casinha alugada em alguma praia... em que o rumorejar espumante das ondas não se compra e... o sentir emoção por estar ali se sabe um presente de Deus... por todo esse tempo, ouviam-se os descompassados TIC...TAC dos dois despertadores...
– Hum...pelo jeito, essas vetustas peças são mágicas mesmo! Você as emprestaria para eu ir...até Peruíbe???
– Não daria certo! É que os proprietários delas eram meus filhos, então pequenos e...a cada pequena viagem, cada um carregava consigo o seu despertador!
– Ora bolas! Isso é piada!
– Não! é um verdadeiro "toque de mágica" que Deus coloca em nós: a capacidade em reviver emoções passadas – e lindas – ao simples ouvir de um TIC...TAC ... mesmo que tal afirmação provenha de idosa que inda espera viver dias sem corrupção de pessoas do Governo deste grande e rico País... de povo muito tolamente resignado e pobre, a quem não é permitido o acesso à Justiça, ao Trabalho, à Educação e à Saúde...
– Isso é outra piada! Nunca vai dar tempo...!
– Errado! Neste ou no mundo do Além... há sempre um TIC...TAC interessado em fazer pessoas incrédulas como você, a reviverem as lindas emoções do passado...
... E a puxar a perna (ou obsidiar) àquelas pessoas que, até agora, latifundiários, escravagistas, políticos corruptos, donos antigos do Brazil... sem falar na moderna direção de incompetentes que nos trazem um sentido de inveja, por não sermos argentinos.Na Argentina há um patriota que afirma:
"Não pagarei a dívida com o Fundo Monetário Internacional e fazer os argentinos passarem fome!"
Mais da metade do que se produziu, no Brasil todo, em 2003...foi pago, pelo "valente" Lula, ao FMI...só por conta dos...juros!!!
Sei que o TIC...TAC acordará o Lula bom! Caso ele ainda tenha a capacidade de emocionar-se!
Ou... ficará o Lula-lá-de lado, porque um novo tempo está chegando!
Basta aguardar... a HORA!
Promessas do TIC...TAC dos corações!

20 de outubro de 2009

Não estou morta, ainda e me cabe o direito de conversar com você. Sobre mudança.
Já está mais que na hora de mudar!
Daidy Peterlevitz

Notem, queridos amigos e leitores, que eu nada tenho contra Prefeito nenhum,; nada tenho contra o governo do Serra, aquele muquirana e...nada eu deveria ter, contra o Lula, que goza de 80% de aprovação, desse meu povo!
São todos mais que ótimos!
Só que, sempre cá com meus botões, fico imaginado que a permanência demorada, no poder não seja muito saudável ao povo que paga as contas. Sabe...eles acabam gostando muito, pretendem ali ficar e...ficam sujeitos a “ajeitarem” coisas nem sempre em conformidade com o correto, com a ética!”. Aliás, ética na política, só nos livros mesmo e todo brasileiro une, ao substantivo “político , homem ou mulher, o adjetivo “corrupto”.Não é bem assim! Há uns dois ou três que se salvam!...
Amo Nova Odessa, ali nasci e, órfã de pai, ali cresci em meio à montanha de tios e de tias, briguentos todos, eis que italianos. Meu tio Ferrúcio, prefeito, passou a chama ao Sr. Simão Welsh, muito digno e trabalhador. E depois aconteceu a continuidade, com o meu “querido amigo”, Manoel Samartin.. Ele é ótimo e mais ainda ficou, tendo minha professora Salime Abdo, como vice.
Amo São Carlos.
Aqui, em São Carlos, os dois últimos prefeitos são muito, muito estudados, ao contrário do Lulinha. Todos do mesmo partido, o PT.. O prefeito que se reelegeu, é o Dr. Newton Lima, reitor da UFSCAR, quase que se eternizou em um livro meu, que não deu certo. A culpa foi da coruja: “A coruja do prefeito Newton Lima”. Os homens passam os livros ficam. O atual prefeito, Sr. Barba, ele é ótimo, de grande sabedoria, também reitor daquela universidade! O PT manda, por aqui...há três mandatos!
E isso não é bom.
Amo a cidade de Americana!
Eu fui estudar lá , em tempos antigos, quando os professores eram bem pagos e tive ótimos deles. Às vezes, me sinto no campo do Imã, a fazer ginástica!
Lembro-me, com saudade, daquela peruínha primeira, da empresa Ouro Verde, do “Chico” e da esposa Walderez. Eu, muito alta e meu irmão Vladyr com 1m94 de altura, não cabíamos ali...e íamos dobrados, mas íamos!!
Em busca do saber, valioso tesouro, valioso patrimônio que jamais se acaba!
Em Americana, o PDT esteve no poder, com Waldemar Tebaldi e com o prefeito Erich Hetzl, por dois mandatos. Já mudou, com o atual, Diego De Nadai, do PSDB
No âmbito estadual paulista, faz tempo que o PSDB está por lá...
No âmbito federal...faz tempo que o PT está por lá!
Já é hora de mudar isso, em nome da democracia..Aquela definição “governo do povo, para o povo, pelo povo”... hum... sem comentários!
Vamos nos ater a uma outra: “Democracia é a divisão do poder e a ALTERNÃNCIA nele”.
Sobre a tal de “divisão”, o assunto fica complicado e vale um futuro texto.Já sobre a necessidade de alternância dos grupos poderosos...acabo de expor meu pensamento. Se você, caro leitor, não entendeu nada, a culpa é minha! Raramente encontro as palavras certas para exprimir um conceito. Mas, amigos, estejam certos de que eu continuarei a procurá-las!
daidypeterlevitz@hotmail.com
Acesse:www.dnossoblog.blogspot.com/
Mudar, sempre nos traz esperança nova!
Já está mais que na hora de mudar!
Daidy Peterlevitz

Notem, queridos amigos e leitores, que eu nada tenho contra Prefeito nenhum,; nada tenho contra o governo do Serra, aquele muquirana e...nada eu deveria ter, contra o Lula, que goza de 80% de aprovação, desse meu povo!
São todos mais que ótimos!
Só que, sempre cá com meus botões, fico imaginado que a permanência demorada, no poder não seja muito saudável ao povo que paga as contas. Sabe...eles acabam gostando muito, pretendem ali ficar e...ficam sujeitos a “ajeitarem” coisas nem sempre em conformidade com o correto, com a ética!”. Aliás, ética na política, só nos livros mesmo e todo brasileiro une, ao substantivo “político , homem ou mulher, o adjetivo “corrupto”.Não é bem assim! Há uns dois ou três que se salvam!...
Amo Nova Odessa, ali nasci e, órfã de pai, ali cresci em meio à montanha de tios e de tias, briguentos todos, eis que italianos. Meu tio Ferrúcio, prefeito, passou a chama ao Sr. Simão Welsh, muito digno e trabalhador. E depois aconteceu a continuidade, com o meu “querido amigo”, Manoel Samartin.. Ele é ótimo e mais ainda ficou, tendo minha professora Salime Abdo, como vice.
Amo São Carlos.
Aqui, em São Carlos, os dois últimos prefeitos são muito, muito estudados, ao contrário do Lulinha. Todos do mesmo partido, o PT.. O prefeito que se reelegeu, é o Dr. Newton Lima, reitor da UFSCAR, quase que se eternizou em um livro meu, que não deu certo. A culpa foi da coruja: “A coruja do prefeito Newton Lima”. Os homens passam os livros ficam. O atual prefeito, Sr. Barba, ele é ótimo, de grande sabedoria, também reitor daquela universidade! O PT manda, por aqui...há três mandatos!
E isso não é bom.
Amo a cidade de Americana!
Eu fui estudar lá , em tempos antigos, quando os professores eram bem pagos e tive ótimos deles. Às vezes, me sinto no campo do Imã, a fazer ginástica!
Lembro-me, com saudade, daquela peruínha primeira, da empresa Ouro Verde, do “Chico” e da esposa Walderez. Eu, muito alta e meu irmão Vladyr com 1m94 de altura, não cabíamos ali...e íamos dobrados, mas íamos!!
Em busca do saber, valioso tesouro, valioso patrimônio que jamais se acaba!
Em Americana, o PDT esteve no poder, com Waldemar Tebaldi e com o prefeito Erich Hetzl, por dois mandatos. Já mudou, com o atual, Diego De Nadai, do PSDB
No âmbito estadual paulista, faz tempo que o PSDB está por lá...
No âmbito federal...faz tempo que o PT está por lá!
Já é hora de mudar isso, em nome da democracia..Aquela definição “governo do povo, para o povo, pelo povo”... hum... sem comentários!
Vamos nos ater a uma outra: “Democracia é a divisão do poder e a ALTERNÃNCIA nele”.
Sobre a tal de “divisão”, o assunto fica complicado e vale um futuro texto.Já sobre a necessidade de alternância dos grupos poderosos...acabo de expor meu pensamento. Se você, caro leitor, não entendeu nada, a culpa é minha! Raramente encontro as palavras certas para exprimir um conceito. Mas, amigos, estejam certos de que eu continuarei a procurá-las!
daidypeterlevitz@hotmail.com
Acesse:www.dnossoblog.blogspot.com/

Que não seja crônica sem peso

Texto publicado na Internet em junho de 2004

Eu não sei se o leitor já percebeu a tristeza saudosa que nos invade, quando uma antiga foto nos mostra como éramos novos e magros e uma foto nova nos mostra como já somos velhos e gordos?!
E não é, pois, que nesta sala, as coisas se davam ao contrário?
As fotos do painel à esquerda invertem a marcha dos tempos!
O exemplo vivo é o desta orientadora de fala afável. Jovem, com o cinto jogando na cinturinha onde antes estava o... peneu..
Você acredita?
Deve. Daquele dia até este, em que me senti no dever de promover esta organização.
Que socorre os gordos, eu... também já tenho a minha foto recente, onde, pode crer, rejuvenesci.
De corpo e de espírito.
O crachá no peito indica-lhe o nome: Cirlei.
Neste momento ela encarna o papel da gorda - que já foi - e mostra os perigos que as proximidades da cozinha e da geladeira representam.
"A gorda está arrumando a cozinha do almoço, quando, de forma”.
Quase indecente mesmo, devora tudo que lhe estava à vista, bem... depressa, aos grandes bocados, sem saborear, sem sentir gosto nem prazer...
Por isso, mesmo engolindo tudo, permanece em estado de constante insatisfação, por mais que se tenha locupletado!
Do retirar a mesa até chegar a cozinha, a gorda já emborcou mais uns tantos salgadinhos... estavam tão gostosos !
Nem as sobras escapam!
Enquanto lava a louça, seu olhar namora um prato de creme de leite condensado... ela não sabe como... ainda não o tirou de suas vistas...
Antes de terminar o arranjo da cozinha, o creme já esta reduzido à metade.
Agora pronto. Tudo limpo.
Bem... que mereço um descanso "coitadinha de mim" e... refestela-se no sofá.
Liga, lógico, a TV.
Parece a propósito... passa um peru lustroso e convidativo, bem comportado no centro de uma travessa, rodeado por batatas de todos os lados. Segue-se um bolo maravilhoso...
A nossa gorda saliva, porque não sabe que o lustro do peru é graças ao verniz ou óleo de peroba... e que o bolo é de... massa corrida!
Como se nota, esta gorda não tem... mentalidade crítica... de magra!
Nem bem começa o segundo comercial, a nossa insatisfeita gorda não resiste.
Levanta-se do sofá.
Onde, onde é que você pensa que ela vai, irresistivelmente?
À cozinha, à geladeira!
Acaba com o creme sem sentir-lhe o gosto e... para ... manter-se abastecida, carrega um prato de salgadinhos que vai engolindo, engolinDO, engoLINDO, ENGOLINDO. Um após outro, um após outro...!
Aliás, uma das mãos da nossa gorda está sempre segurando um pacotinho de comestível, onde quer que ela esteja: no cinema, no ônibus, na praia...
Na praia!? Ela detesta praia. Na verdade, sofre por causa da banha que, grosseira, insiste em saltar-lhe do maiô... dobras afora !
E assim, mostrando a... tragicomédia da obesidade, nossa orientadora Cirlei é uma verdadeira pedagoga dos Vigilantes do Peso.
Semanalmente ela renova - respeitosa - as motivações pela seqüência estruturada em prol da aquisição de uma nova vida.
Com um novo corpo. Nova mentalidade. Sem riscos, com decréscimo e todos os problemas -e a humanidade está cansada de saber disso! - que sempre acompanham o obeso, roubando-lhe os prazeres... do corpo e do espírito .
Parabéns, amiga Cirlei!
Quando os governos criarem juízo, farão desse organismo internacional um serviço de utilidade Pública.

19 de outubro de 2009

Koisas do... alem!...?

Texto publicado em fevereiro de 2004

Foi exatamente a 22 de outubro último que recebi uma singular ligação:
– Gostaria de falar com a cronista Daidy. Ela está?
– Em pessoa! Aqui nada é virtual, a não ser minha imensa vontade em ganhar um milhão, no show do milhão. Mas... com quem tenho o prazer de falar?
– É o Sérgio. Leio todas as suas crônicas e gostaria que fizesse uma apreciação sobre os meus escritos...
– EU?! É lisonjeiro, mas não tenho competência para ser crítica literária!
– Mas... é crítica!!
– Bem... depende do ponto de vista!
– Não! A vista, a ótica do ponto é que depende do autor.
– Sr. Sérgio, assim sua pessoa deixa ainda mais confusa a mim, que já pessoa confusa sou...
Bem, na tarde daquele mesmo dia, recebo um belo livro “Atualidade ante o terceiro milênio”, de Sérgio Meibach, editado em setembro de 2003.
É ele, o que me telefonou!! A autografia, inusitada, é um prático (?) carimbo, mensageiro: “Que o meigo Nazareno, nosso amigo incondicional, ajude-nos na presente romagem, soerguer-nos das ruínas morais do nosso pretérito denegrido.”
Sincera, não gostei do último pedaço “soerguer-nos das ruínas morais do nosso pretérito denegrido”... e já pressentindo uma dura crise de consciência, porque ignoro minhas denegridas passadas vidas (o padre Guevedo sustenta que essas koisas não eqsistem), resolvi brincar um pouco, a disfarçar, limitando os passados todos ao... passado presente.
Será que me esqueci de pagar alguma conta? A Seller, atrasada, paguei; os Okino receberam meu cheque; Arco íris também; pelo cartão pago o ab swing. Meu paciente dentista dr. Rodrigo Mazo Orlandi tem meus cheques mensais... seria o “Leão”? Piada! Na merreca dos assalariados ele já garante sua fatia... já sei!! É o IPTU ! não paguei por causa dos prejuízos das enchentes (antecipei– me à prefeita de São Paulo, na isenção. Estou achando– me chique no úrtimo!) e posso ir para os quintos dos infernos, a pé, se eu o pagar! Na próxima vida, aí sim, terei um passado denegrido: “escritora foi recolhida à prisão, em cela individual, por negar- se a pagar IPTU, insistindo, teimosa e algemada (que trágico) que ao poder instituído cabe garantir incolumidade e segurança aos munícipes”.
Isto posto, fui ler o livro do sr. Sérgio Meibach, deixando de lado os preâmbulos de dedicatória, apresentação e agradecimentos. Fiz mal.
Fui lendo e fui lendo. O estranho é que, entre um texto e outro, alguma força fazia-me voltar à página 27. Um pequeno escrito de apenas duas páginas, sob o título “Alergia a Dinheiro”.
Lia, lia e...voltava à página 27. “A vida de um homem não consiste na abundância das coisas que possui”... “Um homem poderá reter vasta porção de dinheiro. Porém, o que fará dele?”
Na primeira leitura eu sabia o quê fazer. Nas outras leituras...não tanto.
“Poderá exercer extensa autoridade. Entretanto, como se comportará dentro dela?”
Aí eu juro que não é comigo! É lá com dr. Newton Lima, prefeito de S. Carlos; é lá com Manuel Samartim, futuro e novamente prefeito de N.Odessa; é lá com a Marta Suplicy, de S. Paulo; é lá com Paulo R. Silva, de Mogi Mirim; é lá com Jair Padovani, de Hortolândia; (sabia que em Hortolândia vai haver um posto de GNV? Gás natural veicular, que representa 70% de economia em relação à gasolina? É a segunda cidade a fazer isso na RMC – região metropolitana de Campinas – esta já os tem.); é lá com a decadente clã dos Braga que dominou Porto Ferreira nos últimos 30 anos...
– Um minuto! Por que está nomeando toda essa gente?
– É fruto da época da globalização. Cada um faz o que pode e, enquanto isso, tento convencer-me que o trecho citado nada tem a ver comigo. Volto às citações do sr. Sérgio:
“Não procures amontoar levianamente o que deténs por empréstimo. Mobiliza, com critério, os recursos depositados em suas mãos; o Senhor não te identificará pelos tesouros que juntaste, mas pelo valor de tuas realizações e pelas obras que deixaste...”
Lendo e relendo as páginas 27 e 28, decidi esquecer meu imenso desejo em ganhar um milhão e partir para uma boa ação. Não sei como efetivar isso, mas meu emérito amigo, Agnaldo Luiz Vergara sabe. – Agnaldo, você receberá 150 livros meus. Troque-os por alimentos, em beneficência à Casa que você escolher!
Minha crise de consciência passou... pelo menos momentaneamente.
Fico pensando em como duas páginas mudam tudo! E quis contar isso ao escritor Sérgio.
– Não pode!!! – responde alguém do jornal com quem ele colaborava. Morreu!! Do coração.
Arrepiada e chorosa: senhor Sérgio, onde quer que estejas... obrigada!... recebi um dos teus últimos recados em corpo físico e me arrependo de não haver lido antes, no preâmbulo dos “Agradecimentos”, que tinhas 72 anos de idade e que antevias tua partida, por grave problema coronário. Que pertencias à Sociedade Espírita Obreiros do Bem e à União das Sociedades Espíritas de S.Carlos. Que enviavas um agradecimento especial à Folha por ceder a contracapa da primeira página à inserção dos ideais.
Arrepiada e chorosa: em meus sonhos, sr. Sérgio, mato a saudade de todos os queridos que já se foram. Eu os vejo risonhos e felizes... A me indicarem caminhos... e espero vir a conhece-lo desta forma, dentre as misteriosas Koisas do Além !!!

17 de outubro de 2009

A FLOR TRISTE E A BORBOLETA AZUL

Texto publicado em outubro de 2003

Vou pedir ao meu filho Giulio e à namorada Patrícia – a ambos! – que me deixem partilhar com o leitor um de nossos segredos.
É que deles dois eu ganhei um livro de presente no meu aniversário, com a seguinte e... ultraocupacional dedicatória:
Mama escritora: que você possa a cada novo aniversário comemorar, também, a publicação de um novo livro seu.
10 (elevado à potência 88) abraços e 10 (elevado à potência 99) beijos.
O leitor sabe o que significa, eu ter que escrever, daqui para a frente... um livro a... cada ano?
O leitor sabe quantos abraços são 10 elevado à octagésima oitava potência de abraços e 10 elevado à nonagésima nona potência de beijos?
Eu também não. Só sei que a conta se faz assim! 10 x 10 x 10 x 10 x 10... por 88 vezes .
Cruzes! Não vou saber ler um tal número de abraços e mais ainda de beijos. Mas entendo que a minha tarefa seja abraçar e beijar pelo resto desta minha vida e, provavelmente, por algumas futuras encarnações. Neste exato instante, caro leitor, eu estou abraçando você, homem e beijando você, mulher. Coisa boa! E minha nova amiga, a artista Erenita!
Os jovens são encantadores pelo exagero. Convenhamos... tudo muito comedido não só é chato como... monótono mesmo.
Um livro traz um elo, uma ligação entre o autor e o leitor. Quando se presenteia com um livro, o que se está fazendo, na verdade, é tomar emprestado o texto daquela obra, para, em seu próprio nome, estabelecer um ele com o presenteado.
O segredo que dele nasce pode ser um exemplo a seguir-se e que o livro sugere; pode ser um aviso; uma admoestação; uma advertência; uma correção a ser feita; um desejo que assim fosse... o que assim não é, ou um desejo que fosse assim o que assim não é. Pode significar uma beleza a ser compartilhada; um... perigo a ser repelido, uma evocação... um transporte afetivo! Tudo isso entre o doador e o presenteado.
Via autor.
Curiosa. Pois, bem depressa fui ler “O Alquimista", de Paulo Coelho.
A idéia-mensagem que restou em minha mente, depois de espremido tudo o que se podia espremer; depois de dispensado tudo o que se podia dispensar; depois de esquecido tudo o que se podia esquecer, foi esta:
Um pastor de ovelhas recebeu de um sábio a revelação de um segredo: em um dado local, nas Pirâmides do Egito, havia um tesouro a espera dele.
Contudo, o pastor de ovelhas deveria aprender pelo caminho a ler os sinais do presente, para melhorar o futuro, modificando-o e seguir em busca, sempre à frente, de sua... “Lenda Pessoal”. Isto é, a realização de seus desígnios, demorasse quanto demorasse.
Ninguém que ama verdadeiramente sofre com a demora do ser amado que estava... buscando sua Lenda Pessoal; o amor puro nunca impede, pois, a alguém, de buscar o próprio destino.
Ao contrário ! O amor ajuda o Universo que INTEIRINHO, conspira a favor da pessoa que, intensamente, quer falar a Linguagem do Mundo, caminha para integrar-se com a... Alma do Mundo... DE ONDE SAIU E PARA ONDE VAI VOLTAR !
Isto É a felicidade! E a vida só é generosa para quem vive sua Lenda Pessoal. Para quem faz... o QUE DEVE SER FEITO.
A... infelicidade é o caminhar fora dela e nunca ver o mundo como se fosse pela... primeira vez! Fora de sua Lenda. os sinais vão se perdendo, a identidade diluindo... até que só reste a saudade de ser aquilo que... poderia ter sido.
Conhecer, pois, sua Lenda Pessoal é a chave da felicidade.
– EU Aposto !!... eu aposto como a Borboleta Azul leu esse livro ! Exclama o Bud entusiasmado.
– Borboleta Azul ?! Pergunto eu, espantada. Conte-nos a história, vai... “queridíssimo” Bud.
– Não é história. É a verdade – retruca ele, um tanto... cremoso com o desusado “queridíssimo”, que é o grau superlativo absoluto sintético do adjetivo “querido”.
– Conte-nos, então. Essa... verdade !
E ele, sem mais delongas, foi explicando:
..........................................................................................................................................................................
“... chamou-me a atenção a Borboleta Azul a conversar com a Flor Triste.
A Flor triste morava num canteiro de flores da Casa Triste.
O Pai Triste.
A Mãe Triste.
Os Filhos Tristes.
A Flor Triste não emprestava perfume, perfumando; não esparzia sementes, semeando. Ela... plantava lágrimas... magoando !
Assim estava, quando por ali Passou a Borboleta Azul, que entendia e falava a Linguagem do Mundo e resolveu fazer o quê Deveria Ser feito.
Contou para a Borboleta Triste: "Conheço um lugar bem distante e, ao mesmo tempo, bem próximo!
Não há chaves para entrar ali. Porque... não há fechaduras! E não há fechaduras porque também não existem portas...
Para entrar você se despe antes, de todos os Pensamentos já pensados. A Inteligência fica limpa, então ! E despe-se de todos os Sentimentos já sentidos.
O Coração assim fica leve!
Aí já pode entrar.
Você entra e observa o Mundo... como se fosse... PELA PRIMEIRA VEZ !
Venha comigo, Flor Triste. Venha penetrar na Alma do Mundo! De onde se vem... para onde se vai!
Levada pela Borboleta Azul, a Florzinha Triste resolveu penetrar na Alma do Mundo e aprender uma linguagem diferente.
Começou por onde se começa! A fazer o quê Deve Ser Feito.
Primeiro livrou-se de todos os Pensamentos já pensados...
E limpou a Inteligência!
Depois despiu-se de todos os Sentimentos já sentidos.
E aliviou o Coração!
Colocou a chave que não existe, naquela porta que não havia!...
E viu o Mundo, como se fosse pela Primeira Vez!
Como era simples!
A coisa mais simples do mundo!
– O que você está vendo – disse-lhe a Borboleta Azul – é justamente o quê você Deve Ver !
A Florzinha foi então vendo o que Deveria Ver e notou que todos ali estavam fazendo o quê Deveria Ser Feito.
Com seus olhos de flor, enxergou a... Família do Vento.
Havia o Vento Pai.
O Vento Mãe.
Os Ventos Filhos.
Você pode não acreditar, mas todos eles... ventavam !
A Flor notou primeiro, talvez porque fossem tantos, os...Ventinhos.
Cada um recebia da Mãe Vento uma cestinha transbordante de sementes de todos tipos.
-Vai, meu Filho, semear pelos caminhos! – dizia ela – a cada um.
Eles entendiam a Linguagem e partiam.
O dia inteiro a Mãe Vento fazia isso. Era o que Devia Ser Feito.
Depois a Flor notou o Pai Vento.
Ele estava muito ocupado, fazendo que Devia Ser Feito; recolhia todo o vapor do Ar Quente que encontrava e, segurando-os com carinho, para que não se resfriassem, levava-os para o Espaço.
Quando o Pai Vento chegava bem longe, que para nós parece “lá em cima” bem no alto, ele encontrava o ar frio. Então nascia a Nuvem.
A Nuvem fazia o que Devia Ser Feito.
A Nuvem... chovia!!
As gotinhas da Chuva iam caindo e caindo, lá das “alturas”, umas maiores, outras menores; algumas corajosas, outras tímidas; desciam todas... com a mesma velocidade!
Nunca nenhuma delas, por pequenina que fosse, perdeu-se pelo caminho, porque a Terra cantava e seu canto as atraia para fazer... o que Devia Ser Feito: emprestar-lhe a umidade.
Aquecida e úmida, a Terra abraçava as sementinhas que os Ventos Filhos esparziam.
A sementinha, assim acarinhada, explodia no Milagre que acontece todos os dias, como se fosse pela Primeira Vez...
A Sementinha brotava!
Era o que devia Ser Feito.
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A Borboleta logo notou que a Flor, antes muito séria, abriu-se num sorriso iluminado por todas as cores e falou:
– Encontrei o meu tesouro! Conheço a Linguagem do Mundo. Vou viver a minha Lenda Pessoal!
E, apagando para sempre a tristeza do seu destino, voltou para o canteiro de que antes não gostava.
Era o sinal do presente.
Havia que modificá-lo, para melhorar o futuro !
Devia Ser Feito.
Quando a Borboleta Azul foi-se afastando, ouviu a Flor que... semeava uma idéia no Filho Triste menor daquela Casa Triste.
“... Eu conheço um lugar bem distante e, ao mesmo tempo bem próximo.
Para entrar ali não há chaves.
Porque... não ha fechaduras. E não há fechaduras... porque também não existem portas...Você se despe antes, de todos...”
– Bud, explique-me porque a Flor não começou pelo Pai Triste ou pela Mãe Triste, isto é, pelos Adultos Tristes e... foi logo começar pelo Filho Triste menor?!
– Ah sim! É que... os adultos são os mais difíceis de aprender! Crianças e jovens... ensinam muito mais!
– Bonita história, Bud!
– Não é história. É... a maior das Verdades... vinda à baila... por intermédio de dois jovens e de um livro.
Bons jovens e bons livros trazem luz em verdades que dormem dentro de nós.

16 de outubro de 2009

Que maravilhoso lar!

Texto publicado em novembro de 2003

Então seguimos, de São Carlos, eu, minha professora de culinária, Angélica e Joana, assistente dela.
De carro lotado por salgadinhos e doces, felizes, “apeiamos” na prefeitura Municipal de Nova Odessa.
Tanto São Carlos como N.Odessa têm sua principal rua que homenageia dr. Carlos de Arruda Botelho. Laços históricos.
“Apeiadas”, procuramos a cozinha da Prefeitura e lá fomos nos arranjando.
Através da culinária, pretendíamos levar nossos queridos letos a reviverem momentos deliciosos de convivência com vovós, através de um simples salgadinho, de nome mais ou menos assim: spet räuss. Recheados por minúsculos cubos de toucinho defumado e de cebola. Tudo muito quentinho!.
Mas não foi possível! E estou, veementemente, solicitando e com urgência, a colocação de um forno ali!
Cozinha que é macha tem que ter forno, pôôôô!!
(Gostaria de saber se as cozinhas das Prefeituras de S.Carlos e de Sumaré... possuem fornos. Só pra saber).
Bem, seguindo o conselho de meu filho menor, Giulio: “Mãe, entre zero e dez... às vezes precisamos nos contentar com um... cinco!”
Aceito. Com reservas, porque o “spet räuss” era feito em fogão à lenha, no quintal. Aceito um “três”. Mesmo porque acho difícil nos dias de hoje, encontrar uma prefeitura que tenha um forno no quintal. Elas deveriam, isto sim, reverenciar direitinho um passado honroso.
E tudo foi servido frio... sem o sabor carinhoso da lembrança. Um desaforo!
Bem, pessoas bondosas, logo no início, foram chegando e se predispondo a ajudar, em tudo.
“Sim, sim, muito obrigada, vamos preparar as bandejas”... Mas, por favor conservemos a porta semi-aberta, porque o maestro Ralph Klavin vai “dar uma passada” com o magnífico coral e pretendo ouvir esta arte.
Enquanto preparávamos as bandejas, a casa foi se lotando e lotando. Maior número de cadeiras trazidas.
O que acontece aqui?! É o meu amigo Alcides Gonçalves Sobrinho que lança o livro: Acalanto. Lindo, como os outros dois. Parabéns!
E veio a festa toda! A Banda de Metais “Gunars Stiss”, vibrante, nos fez trabalhar em delicioso ritmo e acelerado!
Logo estava mais que pronto na cozinha. Vamos assistir? SIIIM! Fechem a porta.
E foi chegando aquela magia que transporta, via perfeita arte, a nós, simples mortais... às paragens magníficas da... divindade!!
Não vou falar os nomes dos artistas – os jornais farão isso - mas... devo registrar o que o sentimento (que só sente) e a razão (que só raciocina) que ambos reconhecem o quanto de estudo, o quanto de renúncia, o quanto de disciplina, o quanto de exercício metódico, os quantos, enfim, bem grandes de toda uma vida são necessários, para os procurados pela ARTE... a buscarem, conseguindo, a perfeição!!...
Enlevada muito, deliciada mesmo, desço à terra: é hora de voltar à cozinha. Sem barulho... vamos lá!...
Foi quando... no silêncio total de uma grande platéia, atenta – e entendida – um ruído, um ranger mesmo estraga a concentração pelo menos dos mais próximos... porque a porta da cozinha... rangia!!
A porta da cozinha rangia!!! E danificava um concerto único e não visto nem em televisões e nem em teatros... muito, muito usados por primatas e trogloditas espetáculos, via de regra. Graças a Deus, há exceções a confirmarem a regra.
E a porta continuou rangendo! Que tal uma gotinha de óleo?
Bem...”entre zero e dez... cinco serve!”
Serve nada!!
Foram nota dez os abraços trocados, os sorrisos e as palavras generosas sobre os salgadinhos... frios!!
Desconfio que o “merengue” salvou um pouco e só então pude, mais descontraída, aceitar, com menor culpa... a glória de pertencer a esse maravilhoso lar!!
Além dos veementes protestos às cozinhas de Prefeituras que não possuem forno (e impedem de reviver mornas lembranças) mas, em compensação, a porta range, acrescento um forte abraço a todos os artistas, em geral e, em particular, àqueles tão magníficos de minha terra primeira, que agasalha as raízes mais profundas do meu coração!

15 de outubro de 2009

Vamos trabalhar um pouco, aprendendo novas e fáceis palavrinhas

Texto publicado em outubro de 2003

Pedi licença ao sr. Mario Otsuka, maravilhoso sogro do meu maravilhoso filho Mario, para colocar junto às minhas crônicas, um texto que ele me enviou, depois de uma estadia de nós todos em Poços de Caldas. Ele havia, há muitos anos atrás, ali passado sua lua de mel.
A estadia não foi só alegre, mas, pela presença culta desse verdadeiro amigo da natureza, muito aprendemos nos passeios – que se tornaram, para mim, inesquecíveis.
A cultura, aliada à sensibilidade e ao amor à natureza garantem ao sr Otsuka a minha admiração e respeito. Leitor, vamos aprender algumas palavrinhas novas. É fácil!!!

UMA SAUDADE FELIZ

"Ah! Poços de Caldas...eu a conheci há mais de 30 anos; como você mudou!
Para melhor, eu acho. Outros diriam: é óbvio.
Suas praças estão mais lindas; suas atrações, melhores.
O Continental Hotel (ou é Hotel Continental?)... de tantas lembranças boas, guarda, porém, a sua aparência externa. Continua azul. Azul... sugerindo recordações de... sonhos azuis.
O bosque da Fonte dos Amores, que, agora pela primeira vez adentramos mais intimamente, esconde belezas perceptíveis somente aos olhos mais atentos à natureza.
Esconde, sob suas sombras, a trilha que atinge o topo do Morro do Cristo, numa diferença de 200 metros de altitude, em relação à cidade. Em degraus íngremes, desiguais, às vezes escorregadios, de pedras desenterradas pela força das águas das chuvas,muito facilmente elas os fazem escorregar, pelo desgaste do solo, sob a ação dos pés constantes dos que ali passeiam.
Conseguimos vencer o morro! Fincamos no topo dele a imaginária bandeira da liberdade – que sentíamos ao escalá-lo. Na subida, algumas pessoas escolheram a forma primatizada, isto é, de quatro, como verdadeiros descendentes de primatas.
No topo, junto à imagem de Jesus Cristo, nasce a vontade de voar livremente, ascendendo o ar quente, como fazem CORAGYPS ATRATUS (1), ou então, em vôo rasante, como POLYBORUS PLANCUS (2).
No bosque, antes da subida, observamos CEBUS ERXLEGEN (3) saltitarem de galho em galho. Algumas fêmeas, com filhotes agarrados às costas, quais asiáticas, também saltitavam sem nenhum receio.
CECROPIAS (4), carregadas fartamente com seus frutos palmiformes, parecendo bananinhas, seriam, se lá habitassem, alimentos preferidos de BRADYRUS TRIDACTYLUS (5).
Atentamente observei o interior do bosque, mas não vislumbrei nenhuma árvore de CROTON FLORIBUNDUS ou de CROTON URUCURANA (6), cujo néctar de suas flores dá um delicioso mel. Observei, porém, a existência de algumas árvores de PIPTADENIA COMMUNIS (7), nectarífera por excelência e também algumas árvores de TIBOUCXINA MUTABILIS (8), cujas flores são áridas de néctar.
Quais espumas brancas, continuam descendo as águas, ainda límpidas, pelas rochas vulcânicas da cachoeira do Véu das Noivas.
Nas proximidades, muitos pés de VERNONIA POLIANTES 99), cujas flores, em pleno inverno, atraem milhares de APIS MELLIFERA (10) africanizadas,híbridas de APIS MELLIFERA LIGUSTICA (11) , A.M. CAUCASIANA (12), A . M. MELLIFERA (13) e A.M. CARNICA (14), com as temíveis A.M. SCUTELATTA (16), cujo nome popular, segundo os ensinamentos de Mario Peterlevitz Frigerio, é Cascata das Antas.
Nos caminhos de nossos passeios, lindas flores de PYROSTéGIA ígnea (17) enfeitavam o verde dos matos.
Pedalinhamos (pedalar o pedalinho) nas plácidas águas da Represa Bortolau e, para arrematar, saboreamos uma bela fritada de ASTYNAX (18).
Voltemos agora às praças da cidade, bem arborizadas. Notei que, como na cidade de São Paulo, os BROTOGERIS TIRICA (19) estão acabando com as sementes de CHORISIA SPECIOSA (20), antes mesmo de saírem voando graciosamente com sua paina, deixando o chão da praça repleto de pequenas porções de paina, quais flocos de neve.
Nas andanças pelas praças, admiramos as frondosas árvores de CAESALPINIA FÉRREA (21), CAESALPINIA PELTOPHOROIDES (22), primas de CAESALPINIA ECHINATA (23) – que não vimos - DELONIX REGIA (24).
Comentei sobre a existência, em algumas árvores, de uma planta parasita, a PHRYGILLANTHUS ACUTIFOLIUS (25), que nasce como se fosse um galho bastardo. Mostrei aos acompanhantes duas árvores, uma de DOMBEYA WALICHII (26) e outra de DOMBEYA NATALENSIS (27), cujas floradas se dão final de outono e no início de inverno. Suas flores são ricas em néctares a ponto de ficarem pingando no chão e são muito visitadas pelas APIS MELLIFERA.
As ruas da cidade são arborizadas, entre outras árvores, com BAUHINIA FORTICATA (28), LIGUSTRUM JAPONICUM (29) e PLATANUS ORIENTALIS (30). Nos quintais, alguns pés de MONTANOA BIPINNATIFIDA (31), fartamente floridas, assim como alguns MELIA AZEDARACH (32).
Quase ia me esquecendo de falar sobre os pássaros que encontramos, como PASSER DOMESTICUS (33), BROTOGERIS TIRITA (19) COLUMBINA TALPACOTI (34), COLUMBA LIVIA (35), PITANGUS SULPHURATUS (36) e até FURNARIUS RUFUS (37).
Falemos agora, apenas para registrar, do nosso café matinal. Mesa sempre farta de frutas variadas como CUCUMIS MELLO (38),DYOSPYRUS KAKI (39), PSIDIUM GUAJAVA (40). CITRUS SIWENSIJ (41), MUSA PARADISIACA (42), CARICA PAPAYA (43) e ANONASQUAMOSA, todas compradas no mercado local.
De retorno a São Paulo, uma parada obrigatória numa borracharia em Águas da Prata, para o reparo de um pneu do carro da Cristina.
Ali, na Praça Nossa Senhora da Aparecida, presenciamos um fato pitoresco: um ZONOTRICHIA CAPEUSIS (45) brigava, insistentemente, com a própria imagem refletida no espelho retrovisor externo do nosso GOL (46), tal qual aquele COLAPTES CAMPESTRIS (47) que, anos atrás, eu o vi brigando com sua imagem refletida na parte externa da janela do escritório onde eu trabalhava."
Decifrando; 1 – urubu de cabeça preta; 2-Carcará ou Caracara; 3 - macaco-prego; 4 –Embaúba ou embaúva; 5 –Preguiça ou bicho-preguiça; 6 – Capixingui ; 7 –Jacaré; 8 –Quaresmeira; 9 – Assa-peixe; 10 –Abelha de mel (abelha Europa) ; 11 – Abelha de mel italiana (da Ligúria); 12 – Abelha de mel do Cáucaso; 13 – Abelha de mel da Península Ibérica; 14 –Abelha de mel dos Alpes Austríacos; 15 – Abelha de mel da África; 16 – Anta; 17 – Cipó S.João; 18 – Lambari; 19 – Periquito verde; 20 – Paineira; 21 – Pau-ferro; 22 – Pau-brasil; 24 – Flamboyant; 25 – Erva de passarinho; 26 – Astrepéia rosa ou Borla de Sargento; 27 – Astrepéia branca; 28 – Unha de vaca; 29 – Ligustro ou alfaveiro 30- Plátano; 31 – Margarida; 32 - Santa Bárbara; 33 – Pardal; 34 – Rolinha; 35 – Pomba doméstica; 36 – Bem-te-vi; 37 – João de Barro; 38 – Melão; 39 – Caqui; 40 –Goiaba; 41 –Laranja; 42 –Banana; 43 – Mamão; 44 - Fruta de conde; 45 – Tico-tico; 46 – Volkswagen; 47 – Pica-pau.”
( Sem revisão do autor).
Eu não disse que era fácil? Agora é só decorar todas elas, viu!

14 de outubro de 2009

O Nobre Anfitrião

Texto publicado em março de 2003

Ontem, domingo 16 de março, segui, atentamente, as falas resultantes do seqüestro-relâmpago nos Açores...
Não!! Não seqüestro! REUNIÃO relâmpago entre Tony Blair e os presidentes da Espanha e dos Estados Unidos.
Não acreditei do que ouvi do sr. Bush!
Ele, simplesmente, é um homem bom, muito preocupado com o bem estar dos iraquianos, dominados e submetidos pela força do algoz ditador Saddan Hussein!
E mais! Não é que ele afirmou que toda a riqueza natural do Iraque, inclusive petróleo, deve reverter em benefício do povo... iraquiano?!
“A esse povo essa riqueza pertence!”, acrescentou.
Muito preocupada, tornei a ouvir e ver, de hora em hora, a reportagem pela Globonews.
Era isso mesmo!!
Eu estava errada e, até aqui, julgar muito mal a este chefe do país mais poderoso do planeta...!
Consciência muito dolorida imaginei um rápido plano a pôr meu coração sem remorsos: eu faria, correndo, uma linda crônica, assim que ele, o sr. Bush desse “a ordem” que, tenho certeza, Ele daria.
E assisti a todos os noticiários... à espera dela... até que chegou o dia seguinte, a segunda-feira.
Exatamente 11horas da manhã.
O dia é o D. 17 pré-guerra.
O ouro está subindo de preço.
Meios de comunicação falam muito que aos inspetores de armas da ONU, que estão no Iraque, foi aconselhado saírem daquele território. Eram 750; alguns já viajaram, outros, mais teimosos, persistiram à procura de armas químicas e biológicas de destruição em massa que o Saddan possuiria.
Ele afirma que não as tem e, grande charuto à boca, gargalhando, afirma: “ Nós não temos essas armas... mas podemos construí-las, para que ele (Bush) as destrua!”.
Bem humorado ele está!
Bem humorada, também, continuo esperando “a ordem”, enquanto me vem à mente que um americano bem contra a guerra chega pro Bush e pergunta:
– Você é mesmo um burro ou está doidão?!
– Olha, posso lhe afirmar que doidão não estou não!
O ouro continua subindo!
Notícias dão conta que a Alemanha acaba de fechar sua embaixada em Bagdá. Um atrás do outro, os carros todos foram saindo, levando os alemães de volta à pátria, até que propícias condições lhes permitam a volta.
Eu espero “a ordem”.
A conselho do Ministério do Exterior, a Inglaterra chama todos os ingleses para casa, deixando o território do Iraque.
Eu espero “a ordem”.
O ouro continua subindo.
Portugal pede a todos os seus filhos que estejam tanto no Iraque quanto nos países vizinhos que deixem, imediatamente, o local...
Eu espero “a ordem”.
As tropas e armamentos norte-americanos devem usar de uma estrada de acesso ao Iraque. Tudo já está deserto. O pessoal dos arredores sumiu.
Eu espero “a ordem”!
– Pode-se saber, afinal, que raio de “ordem” é essa?
– Yes, yahabibi! Como o sr. Bush odeia o Hussein, mas ama ao povo iraquiano... já que a força vai ser usada e o Hussein afirmou: “Daqui não saio...daqui ninguém me tira...!”... eu esperava uma ordem do sr. Bush no sentido de que todos os iraquianos fossem, carinhosamente, retirados do palco da guerra e... conduzidos, com respeito, ao mais poderoso país do mundo!!
– Eu esperava que o sr. Bush hospedasse seus queridos irmãos iraquianos, como nós hospedamos a um irmão, quando ele precisa!!!...
Já que a ordem não veio, tenho três inadiáveis iniciativas a tomar:
A primeira é ligar ao Lula e pedir a ele que retire do mercado norte-americano, todas as nossas Adrs, todos os nossos papéis brasileiros, antes que levem... bomba!! E os traga aqui. Ganhando mais, o brasileiro mesmo vai comprar o que é dele.
A segunda providência é ir, rápido, vender a aliança de ouro. Dez dólares a mais por onça! Depois, na baixa, a gente a recompra!
A terceira providência é ir, correndo, esconder-me em baixo da cama!

13 de outubro de 2009

O PADRE E A MARQUESA

Texto extraído do livro "Quatro bruxas no elevador" editora Scortecci 2002

O Bud à máquina:
Olha, leitor, eu nunca imaginei um dia escrever uma crônica pornográfica...
Jamais pairou por um décimo de segundo sequer, em minha mente sadia e pura, o vil pensamento de botar no papel palavras de incentivo ao prazer carnal... palavras de lascívia... nunca mesmo!
Era um padre, interessante aquele.
Desses que dormem em tábua dura.
Não se pode dizer que fosse entrado em anos, contudo, um indefinível encanto enigmático, misterioso mesmo, afastava sua imagem do rol dos jovens e a colocava na privilegiada posição de sábio novo!
Enfim, muito interessante de se ver... e de se ouvir.
Foi aí que tudo aconteceu.
Ele – de imediato – apaixonou-se pela figura linda.
Fina, discreta, era o tipo que lembrava o requinte da clássica beleza nos salões de outrora.
Ela estava junto à uma varanda, um tanto alheia ao movimento circundante.
Ele aproximou-se.
Ela deixou-se ficar.
Irresistivelmente atraído, aproximou-se mais...
Ela deixou-se ficar...
Seria necessário aqui um José de Alencar, um Olavo Bilac, um Visconde de Taunay, para fotografar com os ardores do romantismo, o irrefreável amor à primeira vista. Um deles saberia descrever a cena, mesclada do afã, incrivelmente antigo à decisão e liberdade, incrivelmente modernas!
Ele aproximou-se mais e tocou-lhe os contornos harmoniosos e macios...
Ela deixou-se ficar.
– Bud, então você pensa que vai dar uma de certos escritores, que buscam vender livros à custa de exacerbar instintos...NO MEU LIVRO NÃO!!
– EU??!! Como você pode...
– Por acaso pensa que vai colocar uma pornografia, de lesa-religião no meu livro, quando, juramentou, no começo da crônica nuca incentivar o prazer carnal, a lascívia...e agora...tem a coragem de dizer que o padre deitou-se sobre a marquesa?!! Seu indecente!!
– Indecente é a sua cabeça, sua mente! o meu padre apenas cansou-se de dormir em tábua dura e largou o corpo sobre a cadeira antiga, longa, almofadada, do século XVIII, que está na varanda do museu...!
– A... marquesa?!
– A marquesa.
– Bem, você poderia, ter dito que... o padre deitou sobre a marquesa e...não que o padre deitou... hum... ã...
– ...Sobre a marquesa!

10 de outubro de 2009

A GATA DE OLHOS AZUIS

Postado por Agnaldo Vergara
Texto escrito em agosto 2003


Ontem, nove de dezembro, foi um domingo e, na cozinha da Casa de meu filho em Campinas, um pequeno grupo bate palmas, enquanto entoa, animadamente, o "Parabéns prá você! seguido de um pique-pique! Pique-pique; é hora!... É hora! É hora! Rá, tchim – bum! Cristina, Cristina, Cristina!!!”
As oito pessoas estão dispostas em círculo. A aniversariante, esposa do meu primeiro filho Mario, está, como todo aniversariante, meio sem jeito, enquanto recebe as homenagens e os abraços dos pais, Otsuka e Marina, da vizinha Maria Ivone com o filhinho Nícholas, do casal amigo Lilian e Lincoln, de mim, que sou a... sogra e do esposo dela, meu filho Mario.
Todos estávamos equidistantes do delicioso bolo que a Aparecida, tia da aniversariante confecciona com... hum! Chantilly e cerejas! E, nem bem acabados cantos e abraços, alguém empurra uma faca na mão da Cristina, sem, contudo, qualquer aparente... sugestão. “Inaugurado” o bolo e distribuídas as fatias, Maria Ivone chega-se perto de mim e diz que gostaria de saber a continuação da historia da Susi.
A Susi, no meu livro “Duas Moedas da Mesma Face” foi fogosa cadela que, dada a um fazendeiro, assim que pôde, fugiu, vindo nos visitar. À força, foi levada embora, de volta, porque amolava a vizinhança inteira, pondo em polvorosa toda a cachorrada do sexo masculino, quando estava no cio.
Depois, dando cria na fazenda, veio nos participar o fato, mas ninguém precisou levá- la; a responsabi1idade de mãe a fez tornar ao sítio.
Eu ia continuar a história, quando o Bud interrompeu- me:
- Pelo amor de Deus: você não vai falar de cachorro OUTRA VEZ. Não. Socorro! ah! Não!
- Bud, não se fala: Ah! Não!
- Ah! Não?!
- Não. Porque “ah não”: é um cacófato. Um vício de linguagem
- Um caco... o quê?
- Um cacófato. É a reunião de dois termos, formando um terceiro, com sentido
jocoso e até ridículo.
- Já sei. Guarda-roupa e um caca... caco o quê?
Cacófato, Bud. E guarda-roupa não é um cacófato. E uma palavra composta.
– Com o QUÊ?
- Composta. Você esta ficando surdo, Bud?
- Surdo? Hã... han, já sei agora onde é que eu havia guardado aquela borrachinha que escapou da ponta do lápis ontem.
- E você quer dizer que ficou com a borrachinha da ponta do lápis desde ontem... no... ouvido?
- É. Então. E depois, o que há, bolas, de tão estranho em se colocar borrachinha de lápis no ouvido...?
- Bem, voltemos guarda-roupa, agora que você voltou a ouvir.
- Por que? Surdo não pode entrar em guarda-roupa?
- E quem falou em entrar em guarda-roupa Bud? Pelo amor de Deus:
- Não chamar Seu santo nome em vão!
- Perdão! E quem vai entrar no guarda-roupa, Bud pelo amor de... mil demônios!. Vamos não falar de guarda- roupa, que não é um cacófato, e sim um substantivo composto.
- De qualquer forma, o seu guarda-roupa se não é um cacófato, um nome diferente bem que ele merece. Um tipo assim´ ”Deus-o-tenha”, por que - não discuto - ele é composto, sim, mas só por roupa de defunto... e defunto de um metro e oitenta – o seu tamanho!
Ignorando essas provocações, voltei a falar com a Ivone.
- Sabe, Maria Ivone, de muito bom grado eu lhe contarei a sequência da vida da Susi. Enquanto nos sentávamos em duas macias poltronas, mais uma vez tive que ignorar as provocações do Bud que insistia em brincar balançando um penduricalho entre nos duas.
E comecei a narração sobre Susi. Ou, pelo menos, sobre o que eu pretendia que fosse da Susi.
Lá nas brumas de tempos idos, até onde a memória alcança, imagens avançam e imagens se afastam, em cores e sóis umas, em nuvens e névoas outras...
- Que idade tinha você nessa época? Sussurrou-me uma voz como a do analista quando faz uma regressão.
- "Nove" respondi, ainda meio irritada com o Bud uma vez que ele insistia em brincar entre mim e a Maria Ivone.
Sem prestar-lhe mais atenção, continuei a minha narrativa:
Quatro anos eu devia ter então. Antes disso, tudo é, para a minha consciência, completo silêncio. Sem emoções. Sobre o conteúdo que o inconsciente guardou até aí, as impressões, as alegrias, os choros, as dores e os risos de neném, nada sei.
Minhas primeiras memórias remontam a um fundo de quintal, pedaços de lenha num canto e um muro alto demais ao lado direito.
Nesse quintal, um barracão grande, com cheiro de sombra, duas cordas amarradas aos caibros, uma tabua embaixo. Um balanço. As suaves mãos do meu pão Julio embalam-me. Canto “Ó jardineira, por que estás tão triste; mas o que foi que te aconteceu... ”
Da casa, propriamente, não me recordo. Apenas que na frente, na esquina, era uma padaria.
Certa manhã, um grande movimento naquela casa com quintal e balanço. A minha família estava de mudança.
O caminhão já lotado, notei como estava estranho o barracão sem o balanço. Haviam desmanchado um todo único que era meu antes. Um sentimento de perda se apodera de mim, quando ouvi o que me pareceu um lamentoso miado.
A minha gata branca!! Ela não está preparada para mudanças! Nem eu!!
Como são negligentes e estranhos os adultos. Como? Mudar tudo? Deixar o meu quintal, o cheiro de sombra do barracão, tudo familiar... agora, a minha gata branca mia triste!...
Dois olhos azuis acima dos pontudos bigodes, pelos macios e quentes, a minha gata branca é lânguida, sonolenta e preguiçosa.
Chamo-a. Ela não vem. Agarro-a, então e, juntas, no grande caminhão, olhamo-nos aflitas.
A viagem é curta. Apenas três quarteirões e pronto.
Que bom cheiro de pano novo há por aqui! É perto de uma fabrica de beneficiar algodão.
A gata está inquieta; agarra-se às minhas roupas, arranha e treme.
À noite, coloco-a numa caixa para dormir e foi essa a última vez que a vi. Sumiu a gata ingrata! Vasculho cômodo por cômodo. Nada. Vou até o pequeno quintal de cimento... nada! examino os buracos e o quintal do vizinho. Há um chorão lá. Que árvore triste. . .
Meu balanço, minha gata, meu quintal, meu cheiro de sombra... Acho que também estou triste...
De repente, alguém passou-me um prato com bolo e notei na Maria Ivone aquela expressão de perplexidade com que ficam as pessoas num restaurante, quando pedem filé com fritas e o garçom, depois de 40 minutos lhes traz brócolis com alho...
Meio sem jeito, ela perguntou-me:
- Mas... é... bem... é que você não falou nada da Susi!... bem eu não queria saber do seu problema com a gata branca...
- QUAL GATA BRANCA??!! : Inquerí, enquanto observava o Bud guardar, sorrateiramente, o seu pêndulo no bolso.
Outra vez ele havia interferido na minha mente!
Saí ao seu encalço, dispostíssima a desfechar-lhe nos fundilhos o meu garfo de sobremesa, mas... felizmente, minha nora barrou-me o caminho, porque estava dando umas voltinhas pela sala de jantar, experimentando a bicicleta caloi, cor de rosa, presente do marido.
Sorri para a aniversariante, enquanto Bud, tranquilo e pausadamente, dispunha-se a uma longa explanação à Ivone, sobre os mecanismos e consequências terríveis dos traumas de infância...
E a história da Susi ficou para outra vez!...

9 de outubro de 2009

O Viralata

Postado por Agnaldo Vergara
Texto escrito em novembro 2003

Não sei bem em qual programa foi, mas ouvi que falavam sobre cãezinhos.
Deixei o computador e fui à frente da telinha. De fato, era lindo de se ver...
Lindos exemplares caninos, escovados, bem nutridos, enfeitados com fitinhas e laçarotes.
Fiquei com inveja. Nunca fui tratada assim...
Sabe, devo-lhe contar uma estranheza. Todo brasileiro torce por um time de futebol. Vibra, comemora a vitória, sofre com a derrota... é quase uma filosofia de vida.
Eu tentei fazer isso, porque futebol, “neste País” é um grande prato cheio!
Mas... ao invés de escolher um time e ser fiel a ele... acabo torcendo por aquele que perde no placar! Se o perdedor começa a reagir e, no meio de campo dribla o adversário, passa a bola ao ponta esquerda – que faz um gol, depois outro. (Empata!) . E vem outro gol!! Agora o perdedor está vencendo. E eu não fico alegre. Passo a torcer... para o time contrário!
Vai ser burra assim nos quintos dos infernos!
Ah! Não, não! não gostaria de sofrer com todo aquele calor. Calor é bom em fornos. Principalmente nas... cozinhas das Prefeituras. E depois, juro, juro que, desde o dia em que nasci – ou antes! – já havia decidido a ser feliz.
Como disse, é uma estranheza.
Voltemos aos lindos cãezinhos elegantes e acarinhados. Esse fino trato fez-me relembrar de uma crônica do meu livro: Duas Moedas da Mesma Face, que leva o título de:
O Viralata
(Vai resumido... espaço de jornal não é para brincadeira)
Aparenta ter um focinho de buldogue cruzado com fox; as orelhas, nem pontudas, nem triangulares, muito largas para seu peito estreito, muito estreitas para a cintura larga; as pernas, muito curtas para um doberman elegante e muito longas para um bassé delicado. Os pelos, nem claros nem escuros. Desbotados, ásperos e sujo; não se pode dizer que sejam longos, nem curtos. As patas, grosseiras demais para um poodle e insignificantes demais para um fila brasileiro. Elas lembram os pés do Jeca Tatu.
Deitado, ou melhor, esborrachado no fundo de um beco parecido aos que Honoré de Balsac descreve em sua Comédia Humana, ruidosamente ronca, quando um raio de sol lhe aquece o focinho, tradicionalmente gelado. Neste momento, enrugada mão lhe afaga a cabeçorra. Nosso personagem acorda, incomodado com tanta... comodidade! desfranze a enrugada pelanca da testa e abana, veementemente, a cauda. É que ali está seu amigo, um preto velho desdentado que acorda também. O cão lhe devolve a carícia com barulhenta lambida no rosto muito rude.
E... como todas as manhãs, põem-se ambos a caminho. O preto velho e desdentado, à frente; o estapafúrdio cão, atrás. Cada um vai pensando seus pensamentos. O velho preto: “pobre cão... deve estar faminto...” O estapafúrdio cão: “pobre velho quase surdo, de roupa rasgada... quantos buracos há nos velhos sapatos...sempre à frente do meu focinho... desdentado... logo logo... nada mais poderá roer... tem os ombros curvados.. acho que precisaria ser socorrido por um canil de velhos...”
E chegam ao destino. É um bairro de classe A, onde farto é o lixo em que fuçam. Cada um vai para um lado, que é para aproveitar tudinho.
Ao findar a tarefa, longe um do outro, mas ligados por um santo cordel de solidariedade... voltam ao beco do Honoré de Balsac.
Um afago da mão enrugada na cabeçorra, uma lambida barulhenta de amor na face sofrida... é o “boa noite”. Noite fria. Adormecem.
Ruídos estranhos e diferentes acordam esse cão – de estranho focinho , cruza de buldogue, com fox. Levanta-se, dá uma violenta sacudida em toda a estapafúrdia elegância. Franze as pelancas da testa... e lhe chega uma dor profunda no olhar... como só os cães a sabem exprimir...!
Seu grande amigo preto velho é levado para um carro grande, longo e branco, por homens vestidos de limpo... ele quis entrar também e seguir aquelas pernas rígidas que terminavam em dois seus conhecidos sapatos velhos e... furados. Foi impedido.
O cão, adolorado, sem saber se avança ou se recua, se late se uiva ou se morde... apenas consegue, acelerado o coração, emitir um sentimento:
-Adeus... meu velho amigo viralata...!!
É por esse motivo que não gosto de futebol. Bolas! E não só bolas. “Au... au, au...! também...

8 de outubro de 2009

Pagando para sair da cidade

Postado por Agnaldo Vergara
Texto escrito em novembro 2003


O turismo! Bendito seja ele! Onde quer que haja um bom Prefeito, Governador ou coisa parecida, desde que inteligentes (aí, reconheço, é um tanto difícil de encontrar tudo isso junto!) saberão que desenvolver o turismo significa nunca mais precisar desse aviltante projeto “fome zero”. Fome zero tenta tirar de um que tem e dar ao coitado que não tem nada, além da fome! Ora bolas!! Assim até eu sou capaz de fazer!
Tal fato trouxe-me à memória. Bem, com a idade... sabe, não é mais memória... digamos... uma ligeira lembrança.
Eu era pequena então, maçarica desempenada, mas entendia tudo o que ouvia. Criança é assim. Cuidado com ela! Cuidado com o que fala perto dela. Nunca a subestime. Ela pensa muito mais do que você pode pensar. Ela sente com um coração livre e bom... que talvez você já tenha o seu perdido, ela sente muito mais do que você pode sentir. Pelo seu bem, respeite-a!!
Voltando ao assunto: era época em que, eu aqui, no Brasil, maçarica desempenada vivia na mesma época em que, na Argentina, dominava o famoso Perón. Acho que era Juan Carlos Perón. A ungida e mui digna esposa dele, Evita Perón fazia e ficou célebre na época, por esse motivo, imensas obra de caridade. Por exemplo: Evita Perón doou a uma creche 500 pares de sapatos!! Isso era e é, muito elogiável, lógico!
Só que, alguém, de livre pensamento e, graças a Deus, sabedor daquilo que se passa nos porões – ou na caixa preta – do poder, ousou comentar: “É uma pena que, a bem da verdade, nenhum órgão da mídia (naquele tempo não era esse o termo usado e nem me lembro daquele que era ) tenha ousado publicar que a tão decantada Evita Perón, na véspera, havia ido, a uma fábrica de calçados. Usando da força do poder ou do poder da força (ainda não me decidi!), a dita cuja “sequestra” 500 pares de calçados, mediante o olhar atônito e impotente do proprietário... ”
Então, era assim. Juro que ouvi isso de um adulto ainda digno da confiança minha (de criança) e nunca mais acreditei em... caridades de políticos.
Voltemos ao assunto, depois desse ligeiro preâmbulo.
Esse projeto, “Fome zero” amplamente divulgado não leva em conta a dignidade do pobre. A cada momento se vê na televisão a história de uma família “agradecida” a contar “tudo” aquilo que pôde fazer... com alguns míseros Reais. A cada momento se vê na televisão a imagem humilhante de crianças que “comem bem” nas creches! Um prato cheio!!
Só que um prato cheio é para o político!
Pessoas e dirigentes de bem... tratam de corrigir as desigualdades sociais, sem nenhum... alarde!
Sabe, temos que levar em conta que ninguém, NINGUÉM sabe medir o quanto vale a dignidade dos outros... e ela, aqui “neste País”, expressão de que o Presidente Lula usa e abusa e a repete a cada cinco ou seis palavras... ela, a dignidade, “neste País” está sendo medida pela doação de alguns Reais e de uma cesta básica.
E muita publicidade!!
Muita publicidade!!!... seria o poder da força... ou a força do poder? (Ainda não decidi!).
Mas, voltemos ao turismo. Grande futuro “deste País”, imenso gerador de empregos dignos, pela qualidade inesgotável de trabalho de nosso povão simples, pelo artesanato, pelas incomensuráveis belezas naturais com que Deus premiou “este País”.
Naturalmente, Deus fez tudo isso sabendo, de antemão... a péssima qualidade do povinho complicado... e dirigente!!
Assim, para voltar ao tema: “Pagando para sair da cidade”... senhores Prefeitos, prestem atenção naquilo que fazem, ao colocarem a barreira dos pedágios.
Você entra, passando pelo pedágio, de graça. E isso não é bom! Por coisa boa, todo mundo sabe, a gente tem mesmo é que pagar!!
Aí, entrando de graça, você visita a tal cidade e a detesta! Ela nada tem de bom, de turístico, de interessante. O atendimento é péssimo nos restaurante etc e tal...
E resolve ir embora. Só que na saída, de tão ruim que era a cidade... louco para livrar-se dela... você Paga para sair!! É a idéia que fica.
Senhores! Vamos pensar, pelo menos por um instantezinho: isso é anti-turismo! aliás, se assemelha bastante a quem visita uma... prostituta: entra de graça... só que paga na saída... !!!
PÔ!

7 de outubro de 2009

Coração Universal

Postado por Agnaldo Vergara
Texto escrito em dezembro 2003


Por que esse movimento todo no seu site, Daidy?
- O culpado é o Alcides. Alcides Gonçalves Sobrinho! Ele conseguiu inspirar-me, reunindo, numa só noite a arte e a etnia. Visse o espetáculo a que assisti! Coisa de primeiro mundo! Piano, violino, canto coral... exímios todos! Nova Odessa (fundada, como São Carlos, pelos Botelho) é, a exemplo da Colônia Varpa e de Barão de Antonina, (Paraná), núcleo colonial, em que os estrangeiros eram trazidos para nossa terra Brasil e, com mãos trabalhadoras e calosas, remexiam o solo, semeando... toda a plenitude e progresso de que esta terra goza hoje: Brasil, com imenso destino agrícola!
Como o sol que doura este país foi valorizado por toda essa rica e infindável matiz de etnias que nos enriquece!!
E... ao repousar o sol, chamando o escuro da noite a velar o sono... eis que a arte era cultuada... e, daquela época distante... hoje chegam a nós todos, os acordes do trabalho, da disciplina e da cultura... somos o prisma... a transformar a luz em cores... em todas as cores de todas as Bandeiras! Temos a luz!
É por esse motivo, para firmar a idéia de que somos grande nação, provinda de todos, com filhos e netos hoje atuantes nas mais sofisticadas ciências e tecnologias... que iniciei as homenagens que passaram pelo meu site.
A primeira foi ao dr. Rolando Peterlevitz, com menção honrosa ao filho Álvaro Peterlevitz. (Origem leta.) O fundo musical foi a Polonaise n.4, Chopin. A segunda foi destinada ao maestro Ralfo Klavin, (origem leta) com fundo musical de Haydn, por ele escolhido. A terceira homenagem coube ao concertista e cantor maestro Saul de Almeida. (Origem: Portugal e Espanha). Fundo musical: Brahms. A última homenagem foi ao meu amigo de bancos escolares, escritor e poeta (origem portuguesa). O Alcides Gonçalves Sobrinho. (Visse como ele consegue inventar nomes mais feios dos que já existem!!)
Pela maneira linda de escrever, ele deve é ser sobrinho do nosso querido Pero Vaz de Caminha. Qual foi a música de fundo que ele escolheu? De Ary Barroso, Aquarela do Brasil !!
Esse menino poeta, adivinhando as minhas intenções, respondeu, quando lhe perguntei se queria deixar algumas palavras... ao leitor... ao internauta:
“Quero sim!!”:
"... As selvas cantaram na noite seus ritmos bárbaros
Os negros trouxeram, de longe, reservas... de pranto!...
Os brancos falavam de amores em suas canções...
E... dessa mistura de vozes nasceu o teu canto...
CANTA BRASIL!!"

E aí é que o Brasil responde:
"... Cantarei sim!... a meus filhos todos... vindos de todas as terras distantes, todos gigantes... mesmo os errantes aqui aportados!
Sou o BRASIL... acarinhado... feito de cada um... meu lema é o PROGRESSO... que será conseguido pelo calor de nossa mão apertada... pacto forte assumido ao trabalho, competência e amor!... de todos e de cada um de nós... espanhol, português, alemão, suíço, francês, leto, holandês, italiano, sírio, libanês... o judeu! que me trouxe a grande inteligência... a vontade de ter cultura... de saber e... amor à tradição!...
CANTAREI SIM!!
Sou o único no planeta... em que, falando em todas as línguas, todos falam o mesmo idioma de Camões...
Sou também o Brasil, único no planeta... que se enriquece de todos e que se orgulha de cada um!
CANTAREI SIM!!
Porque, dessas pequenas e restritas homenagens, fica o conceito, fica o espírito seguinte:
Sou o BRASIL que se orgulha de ter, no planeta... o ÚNICO CORAÇÃO UNIVERSAL!!"

Aí o Brasil pára de falar e retorno eu, a Daidy. Mil beijos a todos os visitantes de meu site! Obrigada! Olhe, aquele coração que pulsa, metade brasileiro, metade leto, com anexas as cores de Portugal e Espanha... concorde comigo: ele está muito restrito... o Brasil precisa de uma nova Bandeira, universal!
Mas... nem sei por onde começar!
Troco fotos. Perdão! aceito ajuda! Daidy
E hoje, atendo ao inspirador disso, sob os sons de Aquarela do Brasil.
Quando as pedi, suas palavras foram as de uma canção:
... “As selvas cantaram na noite seus ritmos bárbaros
Os negros trouxeram de longe reservas de pranto
Os brancos falaram de amores em suas canções...
E dessa mistura de vozes...
Nasceu o Teu canto
CANTA BRASIL!!"
(Sim, Canta Brasil, tu és o único no mundo, que, sob tantas e tantas Bandeiras, podes dizer, feliz: EM MIM, PULSA UM CORAÇÃO UNIVERSAL!!).

6 de outubro de 2009

Que transtorno!!

Postado por Agnaldo Vergara
Texto escrito em outubro 2003


Aí, recebo uma sempre grata ligação do meu primogênito Mario, grande empreendedor, que fundou a próspera firma de informática SAAT: Serviços de Auto Atendimento.
– Mãe querida! ( derreto-me toda!...):
– S-s-i-i-i-immmmm?
– Você se lembra daquele produto feito de babosa (aloe vera) e de mel que…
– Aquele anticancerígeno?
– Mais ou menos... é que...
– Lógico que me lembro! A partir dali, toda madrugadinha, depois de dançar o primeiro forró, tomo um suco de frutas, com um pedaço de babosa dentro e...
– !! E como se sente?!
– Dispostíssima! Demais! Com muita energia! Só que... a cara não ajuda muito... um tantinho amassada... você sabe... a idade e tudo o mais...
– Tenho-lhe a solução! Toda essa babosa, estabilizada, faz parte de uma linha de tratamento (fora e dentro) que fará linda a sua pele e...
– NÃÃÃÃOOOO??!!
– Sim! É do Rio Grande do Sul. Quero que você use tudo! Vai ficar linda!
– NÃÃÃOOO!!
– Sim.
– Se VOCÊ acha... eu não duvido, mas... há um probleminha que vai incomodar minha beleza: minhas idosas amigas... já de caras um tanto amarrotadas e... as jovens amigas de hoje, que estarão amarrotadas amanhã?!
– Isso, Mutcha, é problema seu!
Que transtorno!
Bem, passada essa fase primeira, para o meu bem e para o bem das caras já amarrotadas e aquelas amarrotadoiras, RESOLVI trazer a São Carlos essa fonte natural de juventude.
E-mail vai!
E-mail volta!
Telefonema vai!
Telefonema volta!
E faço meu primeiro pedido embelezador, mediante lista de preço que o amigo e gentil Agnaldo imprimiu para mim.
É que, não consegui com toda a minha precisa imprecisão, botar no lugar certo a carga de tinta e cubro a incompetência com fajuto argumento: “minha impressora está com defeito!”
Que transtorno!!
Só que, do alto que me cabe a toda imprecisa precisão, prepotente, julgo-me no direito de reclamar:
– Agnaldo!! Você só imprimiu a lista de preços da ProAloe até o número 36!! E... EU fiz um pedido do número 55!!
Pôô!!
E vai um e-mail reclamativo ao preciso e precioso Mario:
– VOCÊ mandou-me a lista pela metade!! Favor corrigir! E acrescentar o preço ao meu pedido inicial!
Pôô!!
Só então, de man-si-nho, fui olhar novamente o site e, indignada muito, percebi, a contragosto, que, ao invés de copiar o código (28), do Aloe Creme Bálsamo.... eu havia precisamente copiado o peso, a massa: 55g!!
Que transtorno!!
Que transtorno!!
Que transtorno!!! Ora bolas!

5 de outubro de 2009

Último agasalho

Postado por Agnaldo Vergara
Texto escrito em abril de 2005


Com tantas pessoas importantes falecendo, imaginei o que pudéssemos ter em comum com elas.
E, não sendo cara de pau, eis o que saiu:

Último agasalho

No berço de meu filho a alma que cresce

Balança...

Bendita madeira – que já morta –

Perfuma

Adorna

Acalenta

Exorta...

Doce morada de criança!

Dos anos de infância

Se inda existe uma lembrança antiga

Que em teu peito a imagem dobra

Esquenta

Enriquece... conforta...

É aquela árvore, talvez contorta

Que teu sonho

Risonho

Aninhou;

Um anseio às asas deu

E... à sombra daquela copa

Tão bela

Entristeceu!...

Na madeira de Chopin

A alma canta

Vibra nos ares.

Infunde aos séculos e ao vento

Dos deuses a sinfonia e a terra encanta

Da Polônia ao Olimpo atroz

Há tantos mares?

Em tantos altares, quanto há de Deus?

Quanto há de nós?

Quanto há do momento

Se em cada firmamento

De um nobre ato pobre

Ninguém se enriqueceu...?

Bendita madeira

Que já morta

Perfuma

Acalenta

Exorta...

Serás, talvez,

O COFRE ÚNICO

A quem meu corpo

Cansado

Alienado e triste,
...pertenceu...!

3 de outubro de 2009

Vá Plantar Batatas!

Postado por Agnaldo Vergara
Texto escrito em março de 2005


Numa dessas noites chovia, fininho, e fui dormir mais cedo. Não é uma delícia o aconchego do travesseiro, ao som das gotas a cantarem sobre uma lata (eu a pus lá)... tec... ploc... tuc... plec.. toc... tluc?
Depois de oito horas de sono, ainda escuro... tive insônia. Li, na Bíblia o Salmo 91 (90): O justo confia em Deus. Foi quando dois pedaços me acordaram de vez! “Caiam mil ao seu lado e dez mil à sua direita, a você nada atingirá. Basta que você olhe com seus próprios olhos para ver o salário dos injustos...”.
Ligo a TV.
Uma simpática entrevistada contrariou-me. Há tempos que pretendia eu ir à Inglaterra, estudar a “batata” inglesa e atender ao convite do ilibado Príncipe “Chôrles” com a jovem Lady Camila.
Faltou tempo. E agora, a simpática entrevistada, especialista em batatas, mudou meu rumo... para o Peru. Paraoperu fica feio. Ao Peru. Pensando bem, batata é muito mais importante que príncipes!
Vamos a ela, próximo ao Lago de Titicaca. Lá em cima, num frio danado de frio, as flores da batata alegravam os Incas. Tempo antigo.
Diz uma lenda que um rei-deus muito mau, grosseiro e perverso, a detestar tudo que fosse lindo e colorido... bafejou feio e levou as flores! Que pena!
Os Incas, tristonhos, porque da neve branca sumiram as cores, foram relatar o fato ao rei-deus-bom. Sábio, ele só falou: “Cavem sob a neve! Cavem sob a neve!”
Cavaram e... encontraram... batatas! um alimento e tanto!
A história desse tubérculo, na Europa de depois, foi triste e humilhante. Comê-las ou plantá-las causava lepra e degenerações morais! Era dada aos porcos e aos prisioneiros. Cozida.
Na França foi proibido o plantio dela!
Até que, num belo dia, um rei legítimo e esposa, legítima, começaram a usar – ele na lapela, ela no “cofre” entre os seios... a florzinha da batata!
Aguçaram-se as vaidades!
Mais longe foi o casal inteligente: diante de todos... plantou batatas no jardim do castelo e, assim que surgiram as flores, colocou ali, cercando a área, guardinhas imperiais, ricamente vestidos, com a seguinte ordem:
Ninguém pode arrancar o delicioso tubérculo! Isso é alimento para os nobres!
À noite, lógico, os guardinhas se retiraram.
E... no dia seguinte, restou apenas uma área com terra revolta, muito !
Depois disso, o gosto em comer batatas aumentou e, feia, humilde, sem qualquer preconceito cromo-climático-geográfico, passou a alimentar o mundo todo, com mais de 200 tipos, cores e formas diferentes. Todos feios.
O célebre Parmentier anunciou: “Não haverá mais fome no mundo”!
Sinceramente, acho que o Lula deveria saber disso, antes de gastar tanto, para nada!
Thomaz Jefferson e “Chôrles” Darwin são os nomes que guardei, da entrevista, de antigas celebridades. Sobre as modernas não me interessei. Serão isso, no amanhã?
BATATA FRITA
Pelas barbas do Profeta! Não coma isso!!
Pela flauta do Anjo Gabriel! Não coma isso!!
Pela sua saúde, não coma isso!! Pela sua leveza e beleza, não coma isso!! Em nome da santa batata, que alimentou milhões de civilizações, eu lhes afirmo: batata cozida, eis a questão. Ela é dócil, faz bem e alimenta. Em saladas, purês , suflês e até mousse!
Humildemente, eu lhe conto o por quê em ter pensado em ir à Inglaterra, conhecer a “batata inglesa” – é a que mais usamos.
Sempre ouvi, em meus longos anos de vida, uma injustiça! “A batata engorda!”
Das duas, uma: ou tenho um metabolismo... digamos... batatal problemático, ou é mentira que a santa batata engorde! humilde e feia, prestativa, confio mais nela que em todos os regimes anti-batatêicos que a TV mostra, na tentativa de vender receitas emagrecedoras. Um absurdo químico!
Nasci faz muito tempo e saboreei batata a vida inteira. Menos nos dois primeiros anos... em que mamei, fartamente, nos seios de minha mãe, Deus a tem. Obrigada, mãe, por ter feito, por amor, aquilo que, finalmente, a Ciência – mais ou menos, está descobrindo!
O óbvio, não tem que ser provado! Quem não tem uma perna, não tem uma perna
Quem não raciocina... não raciocina!
Acontece que, com 1,80m de altura, como batatas cozidas, a começar do nascer do sol, lógico, depois de fazer minha oração matutina e dançar um forró!
Mantenho meus sagrados 64kg.
Por vaidade?
Não! por preguiça! não gosto de carregar peso! E fico feliz em contar, contra todos os regimes que fazem da batata o vilão da obesidade... que eles pretendem cobrar de você soluções muito caras!
A cuja é muito barata! Ao alcance de todos!! E... sabe, ela é inofensiva; a coitadinha nem tem 10% de amido!! O restante... é santa água!
Frituras é que engordam e fazem de suas lindas coxas... um aramado de celulite!
Viva a batata cozida! Abaixo as frituras todas. Daidy.