Parece-me que o carnaval de antigamente está voltando! O que você acha?
Daidy Peterlevitz
Sabem, meus amigos, estou muito contente, porque um grande amigo meu, o dr. Thomas, de Campinas, me garantiu que o mundo não vai acabar no dia 21 de dezembro! Então, não preciso mais subir no telhado.Sobre o carnaval, o que tenho visto, nesses últimos anos, é que o povão todo ficava ligado nos desfiles das escolas de samba. Lindas e ricas fantasias, imensos carros alegóricos e, sabem, isso me foi ficando uma chatice, sem falar que alguns dos “importantes” das escolas, são contraventores, pelo jogo do bicho e deveriam era estar na cadeia! E, nessas escolas, tudo é ensaiado, todos obedecem a uma coreografia, porque o objetivo não é se divertir, mas...ganhar, subir dos lugares de acesso, aparecer muito na televisão, é ou não é? Agora, o jeito de dançar, de cada um, a sua criatividade...foi ficando de fora! Uma chatice e joga fora o que ouvi, há tempos, do dr. Fernando Sancrovick, o “meu profeta”, no final de sua tese de doutorado, na USP: “Ame, como se nunca tivesse sido machucado; trabalhe, como se não precisasse de dinheiro e...dance como se ninguém estivesse olhando!” Ora, ora, essa espontaneidade, há tempos, não existe em nosso carnaval, os participantes são marionetes do “mestre da harmonia” ou o que lá seja! Ano após ano, mudam as cores e sons; o resto me parece igual. Devo estar errada.Inglês gosta de ver.Talvez o leitor seja jovem e não tenha conhecido o carnaval de antigamente, que acontecia nas menores cidades. Era uma festa de todos e festa inocente, nem se falava em drogas, ninguém precisa disso, para se divertir, hoje sim, para aqueles que, na verdade, são tristes! Vou contar sobre os carnavais em minha aldeia, Nova Odessa. Como eu era magra e alta, sempre me vestiam de menino e lá ia eu, brincando nos cordões de rua, uma beleza! Depois cresci e fui aceita nos bailes das noites. Geralmente, eles aconteciam nos grandes salões que os Irmãos Gazzetta botavam à disposição, na fábrica de beneficiar algodão, deles, irmãos de minha mãe, Julietta. Notem que não era um clube, mas local de trabalho, então, acontecia o seguinte:eu tive um segundo pai, sabem, na pessoa de Richards Balkans, um trabalhador que tocava violino.Ele, com a bandinha de então, ensaiava as marchinhas que também eram ouvidas nas rádios.Todos ficavam conhecendo as letras. O meu segundo pai, Richards Balkans tinha um caminhão e, logo pela manhã da sexta-feira, eu e ele íamos, de casa em casa, buscar as mesas. Cada família escrevia o nome, num esparadrapo, e lá íamos nós, a encher de mesas o salão. E, também, se preparava uma espécie de berçário, ali perto.As famílias que tinham crianças, levavam pequenos colchões e, lógico, as crianças. Os pais brincavam, os filhotes dormiam ali perto; tudo em família. Não tenho notícia de que isso ainda aconteça, mas, os blocos de rua andam reaparecendo.Cada um se veste como quer, fica à vontade e...dança “como se ninguém estivesse olhando!”
Gostei desse pedaço e espero que você também. Abraços
daidypeterlevitz@hotmail.com http://dnossoblogblogspot.com