Postado por Agnaldo Vergara
Texto escrito em abril de 2005
Com tantas pessoas importantes falecendo, imaginei o que pudéssemos ter em comum com elas.
E, não sendo cara de pau, eis o que saiu:
Último agasalho
No berço de meu filho a alma que cresce
Balança...
Bendita madeira – que já morta –
Perfuma
Adorna
Acalenta
Exorta...
Doce morada de criança!
Dos anos de infância
Se inda existe uma lembrança antiga
Que em teu peito a imagem dobra
Esquenta
Enriquece... conforta...
É aquela árvore, talvez contorta
Que teu sonho
Risonho
Aninhou;
Um anseio às asas deu
E... à sombra daquela copa
Tão bela
Entristeceu!...
Na madeira de Chopin
A alma canta
Vibra nos ares.
Infunde aos séculos e ao vento
Dos deuses a sinfonia e a terra encanta
Da Polônia ao Olimpo atroz
Há tantos mares?
Em tantos altares, quanto há de Deus?
Quanto há de nós?
Quanto há do momento
Se em cada firmamento
De um nobre ato pobre
Ninguém se enriqueceu...?
Bendita madeira
Que já morta
Perfuma
Acalenta
Exorta...
Serás, talvez,
O COFRE ÚNICO
A quem meu corpo
Cansado
Alienado e triste,
...pertenceu...!
Historietas de fantasmas - O desafio
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