20 de agosto de 2009

CAVALO JÁ FAMOSO

Postado por Agnaldo Vergara
Texto publicado na Internet em dezembro de 2003

Nestes últimos dias, ocorreu comigo um fato inusitado: muitos e-mails e ligações telefônicas de conhecidos, desconhecidos, amigos e inimigos, daqui de São Carlos e região. Pessoal curioso taí! Olha, entre outros, por várias vezes, ligaram estes. Juro! Eu não minto nunca: O Paulo da florescente Editora Rima, o gentil Márcio da Casa de Carnes S. Paula, de dois ou três... não sei de onde... nem me lembro dos nomes; a Vera e a Márcia, da querida, honesta – gentil com idosos - família Okino... o meu querido Luiz... Todos ligam perguntando a mesma coisa; o sr. Arnold Schimid, da imobiliária, a maestrina querida Luba Dodonova, a nossa preceptora espiritual, Maria Guimarães, plasmadora do bom físico e do bom espírito, à luz dos milenares princípios da yoga, aí na Cidade Jardim... nunca esquecerei a voz magnífica do esposo dela, o Francisco da UfsCar... com quem cantei “O canto do Pajé”... ó manhã de sol, Anhangá fugiu, Anhangá, he! hê!!....
– Você é uma neurótica dispersiva! Continua o assunto, pó!
– Concordo, Bud (cá entre nós, leitor, o Bud foi um interlocutor que eu criei... num dia de mau humor). A maioria quer saber, por quais cargas d’água, aquela madame pernóstica, maquiada, de longo, a minha vizinha, de repente, se pôs... a pegar a ponta da corda suja que escorria pelo asfalto, puxada pelo cavalo baio. A corda, não a vizinha. Preste atenção.
– Espere aí! Há algo de errado com os seus tempos verbais. Porque lá em cima, usou o verbo “ocorrer” no passado e logo depois mistura tudo, com o “quer saber”, no presente?
– Bud, imagine esse pessoal curioso só conseguindo a explicação lá por abril de 2008, depois de Cristo? Até aquele dia, quando ainda não sabe, continua... querendo saber.
– Bom, mas até aquele dia o cavalo já morreu!
– Será no dia primeiro de abril...! Satisfeito?
– Nem um pouco... porque a maquiada pernóstica pegou a corda suja? Qual o pragmatismo disso?
– Aí é o começo desta... escrita. Também eu fico muito curiosa por uma explicação e faço algumas... digamos pequenas “investigações”. O então marido da madame maquiada, de longo, trabalhava numa empresa em zona rural de Nova Lima, em Minas Gerais. Ali se chegava por uma uma estrada sinuosa, mão dupla, com deliciosa e densa neblina convencional de inverno.
Um verdadeiro perigo! Vai daí e não é que o esposo amado atropela uma valente e musculosa vaca?
O carro – em desgoverno – desfalecido o motorista, logo cai numa ribanceira, parando ao atropelar... como se chama... como se chama...
– Outra vaca musculosa?
– Não! uma árvore! Figueira da Índia!
– Morreu?
– A árvore?
– O marido!
– Calma, Bud. Deixe-me falar sobre a inocente vaca primeiro. Ela é literalmente esquartejada (com essa eterna falta de dinheiro!) e, segundo o Boletim de Ocorrência, “toma rumo ignorado.” O marido, não esquartejado, e bem menos inocente, acaba com apenas 52 pontos em cada sobrancelha! Não é uma injustiça?!
– Agora sim, eu entendi! A sua vizinha maquiada, traumatizada, agiu impensadamente, ao tentar retirar o cavalo do meio da rua!
– Nem por sonho! Conhecendo-a, posso nomear, no mínimo, quatro outros motivos: na rua José Duarte de Souza não há ribanceira em nenhum lado; não havia qualquer densa neblina; o marido nem estava em São Carlos; ela queria “economizar” o cavalo para uma propícia oportunidade!
– !!!??+&*%$#@ponto com.

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