29 de agosto de 2009

Doce de Cidra

Postado por Agnaldo Vergara
Texto publicado na Internet em dezembro de 2003


Esse tema traz, à minha velha memória... algumas lembranças... gratas, deliciosas todas e, amiga e amigo... talvez vocês nem tivessem conhecido, um passado que vai longe nos tempos... eu falo de quando era menina. Também não vamos exagerar! Com as modernas técnicas de eliminar anos... eu ainda deveria ser bem jovem! Pois é! Só que eu não fiz nenhuma delas!!
Quantos anos você acha que eu tenho?
Caso você falar que tenho de 50 a 55, já ganhou um prêmio!!! Já ganhou um livro meu, lançado na 17a. Bienal do Livro, em São Paulo. Chama-se “Quatro Bruxas no Elevador”. Inteligente, como você é, estaria me perguntando: Por que só “Quatro Bruxas?! Explico. Sabe, é que no momento da edição, elas estavam meio gordinhas... e... por mais que eu empurrasse, não houve meio de caber cinco... Cinco Bruxas no Elevador. Desta forma digna e legítima, fico lhe devendo uma Bruxa...
Assim que você a quiser, eu a embalo e, via sedex, a envio, que, assim, ela sai mais rápido deste meu... sério... aconchego!!
Se você achar que eu tenho setenta anos, vou lhe mandar dois livros... de castigo!! Ora veja só!! Que desaforo!!
Mas, voltemos ao assunto inicial; o doce de cidra! Ele me fez lembrar os temos de menininha (quase anteontem mesmo!).
Éramos uma grande família: os Gazzetta, Os Peterlevitz, os Bassora, os Gonçalves, os Samartin, os Welsh ,os Gigo, os Bordon, os Zorzetto, os Esteves, os Minchim, os Marmille, os Diogo, os Delega, os Delbém, os Camargo, os Sprogis, os Leite, os Pinto, os Pierozzi, os Carneiro, os Conforto, os Leme...
– Espera aí!! Você vai falar da lista telefônica toda?!
– NAAÃOO! Isso é só um comecinho!! Nem falei ainda, da sra Salime Abdo, minha professora e digníssima Diretora do grande colégio onde meu filho Mario estudou; nem falei, ainda da professora Nabia Abdo, de quem meu filho menor o Giulio foi aluno e dela guarda um grande afeto. Gostaria de contar a elas duas, que seus alunos são, hoje, formados, na USP e na UNICAMP. Homens de bem!!
– Mas... o que é que isso tem a ver com doce de cidra?
– Sim, sim... me perdoe, é que eu estava divagando, nuns tempinhos atrás. Sabe, nas festas de casamentos de todo esse pessoal que tentei nomear, era assim; cozinhava-se abóbora, mamão, batata doce branca, batata doce roxa, batata doce azul... azul??? Não, azul não! ainda não inventaram essa maravilha!... E indo por aí, fazia-se uma festa linda!! O bolo, grandioso, branquíssimo, coberto de claras batidas em neve, era sempre a minha tia Rosina que fazia!! Se não foi ela que fez, a festa era errada! Havia, também, um doce de nome beijinho. Era assim: de coco. Não desses sem gosto, de pacote, que vendem hoje! Era coco mesmo, peludo marrom, quase preto, redondo! A gente furava num dos três lugares para furar, virava num grande copo, bebia este néctar dos deuses e, depois... depois era uma luta para quebrar o dito cujo. Uma vez, de tanto jogá-lo ao chão, quebrei um ladrilho, de modo que me foi aconselhado a fazer isso lá fora, no cimento. Uma vez quebrado, era cortar, com uma faquinha bem afiada, a pele de fora e ralar o coco de dentro. Para não demorar mais, com algumas misturas deliciosas, ficava tudo amarelo. Em bolinhas, com um cravo espetado em cima...
E toda essa lembrança maravilhosa, chegou-me hoje, porque recebi um doce de cidra, absolutamente delicioso, delicado, sem muito açúcar, da minha amiga Nereide, através de seu marido, o Lourival Trimer. Casal perfeito está aí!!
Como não compensa mais eu fazer doces em casa, porque ainda não segui o conselho do amigo cronista Eduardo Kebbe, quer dizer, eu ainda não “convolei núpcias”, só posso mesmo é agradecer esse pessoal bom e carinhoso, porque, a minha língua, não é um artigo preso como a do Lula e do Palofi. Nisso, aqui, somos um produto muito solto. Abraços e até a próxima.

Um comentário:

Ivoninha disse...

Oi Daidy: Vc me fez lembrar de minha infância, de minhas férias passadas aí em São Carlos, na casa de meus avós... Pois então, Daidy minha avó Maru (chamava-se Maria José, mas toda cidade só lembrava era mesma do apelido) preparava um saboríssimo bom bocado! Tal docinho,típico aí dos ares interioranos muita gente faz, mas com aquele sabor, só minha avó Maru ( que Deus a tenha) Abs, Ivone